AGORA É O CELULAR DO PRESIDENTE?
Percival Puggina
Ainda não tinha chegado ao fim a frustrada sessão de voyeurismo pornô patrocinada pelo STF, já se ouriçavam os honoráveis partidos brasileiros de esquerda para pedir apreensão e inspeção no celular do presidente da República.
Quanta falta do que fazer e quanta energia gasta para agravar a crise institucional, judicializar a política e manipular o Supremo Tribunal Federal ao sabor de seus interesses. Desde o dia 2 de outubro do ano passado, jaz, nas prateleiras do STF, entregue à leitura das traças, a solicitação do TRF1 para que o mais alto escalão do Judiciário decida se o celular do advogado de Adélio Bispo pode ser inspecionado pela Polícia Federal. Trata-se de algo gravíssimo, ou seja, de esclarecer a probabilíssima hipótese de que houvesse um mandante por traz do atentado. Oito meses, sem decisão!
Em poucas horas, porém, essa gaiatice dos partidos de esquerda vai para o colo do Procurador Geral da República, encaminhada pelo lépido ministro Celso de Mello. Independentemente do que este resolver, vibram os voyeurs que não se escandalizam com qualquer coisa menos com a irresponsabilidade da própria conduta.
Parabéns ao General Heleno, ministro Chefe do Gabinete de Segurança Institucional pela advertência que fez sobre essa “tentativa de comprometer a harmonia entre os poderes” que “poderá ter consequências imprevisíveis sobre a estabilidade nacional”. Ele falou à nação. Cada poder de Estado faça o que bem entender. O que o presidente fará já foi anunciado por ele mesmo. Não vai entregar telefone algum.