DORIA ENTERRA O PASSADO?
Percival Puggina
Leio no sempre importante Diário do Poder
Candidato a presidente em 2022, o tucano João Doria estabeleceu a estratégia de se distanciar de Jair Bolsonaro a cada dia. Criador do movimento “Bolsodoria” em 2018, ele voltou a repetir o mantra de que nunca teve “alinhamento político” ao governo Bolsonaro, e sempre que pode bate duro em temas pessoalmente caros ao presidente, como na polêmica em que preferiu se solidarizar ao presidente nacional da OAB. A informação é da Coluna Cláudio Humberto, do Diário do Poder.
Comento
Alguém poderá dizer que fatos assim são típicos da política como a temos. Ou de como a fazemos. Ou de como teimamos em arrancar sua possível respeitabilidade desde a raiz.
Mesmo que avaliemos o quadro segundo qualquer expressão de realismo cínico, não posso deixar de afirmar que se existe um cenário morto e sepultado na política brasileira é a do Teatro das Tesouras (conheça a série no Brasil Paralelo). A sociedade brasileira identificou e regurgitou e baniu qualquer possibilidade de restabelecer a disputa entre PSDB e PT. Doria pode até sair do PSDB, fingir repulsa à negativa do partido em expulsar Aécio Neves. Mas o PSDB e suas ideias e seu modo de fazer política não sairão dele.
Sua atual conduta em relação a Bolsonaro faz prova do que afirmo.