O PROBLEMA DAS URNAS ELETRÔNICAS
1. Só instituições com o dom de tornar presunçosos seus membros podem explicar o descaso do STF e do TSE em relação à insegurança que as urnas eletrônicas em uso causam ao eleitorado. Menos do que as próprias urnas, essa insegurança é assunto da maior relevância.
2. A impossibilidade da recontagem é a falha principal e inegável de todo o sistema. A partir disso o sistema passa a exigir a rara e perigosa “virtude” da fé nas coisas humanas.
3. Já quanto à ocorrência efetiva de manipulação fraudulenta dos dados tenho sinceras dúvidas. Essa opinião tem dois fundamentos:
• O reconhecimento dado pelo PSDB ao resultado da apuração de 2014 após seus técnicos vistoriarem o sistema. Em nenhum momento li que tenham acatado o resultado por impossibilidade de verificação de sua consistência;
• O fato de que o presumível agente da grande fraude que teria acontecido em 2014 levou uma sova eleitoral dois anos depois, caindo para o 6º lugar entre os partidos brasileiros, elegendo um único prefeito de capital (Boa Vista) e perdendo em todos seus redutos tradicionais no RS e SP, por exemplo.
4. Considero importante que prossiga a campanha pelo voto impresso, agora pressionando o STF para revisar a ridícula decisão que o declarou “inconstitucional”, ou pela mudança do sistema como um todo. Mas penso que às vésperas de uma eleição nacional, a ênfase dada ao assunto vai aumentar a abstenção de eleitores que deveriam estar não apenas votando, mas fazendo campanha pela renovação e para os bons candidatos existentes.
5. Tudo pode ser fraudado. Esta talvez seja a íunica certeza absoluta nessa questão. No entanto, com uma eleição nacional acontecendo dentro de 18 dias, a hora é de ajudar a eleição dos melhores. Por poucos que sejam, será deles que mais vamos precisar.