NICARÁGUA, MAIS UM FRACASSO DO FORO DE SÃO PAULO
Percival Puggina
Contabilizando mais de 400 mortos e milhares de feridos, a pequena Nicarágua é mais um país que sufoca em sangue de vítimas civis a desastrosa articulação do Foro de São Paulo. Daniel Ortega, velho parceiro de Frei Betto e de Lula, revolucionário que encontrou na mistificação política o caminho do poder, acabou implantando uma ditadura formal no país, controlando os três poderes de Estado e o exército. Sua mulher é sua herdeira política e seus filhos dirigem empresas estatais e têm o controle das emissoras de TV do país.
Viajando nas águas turvas da revolução sandinista, o dirigente, que pode se “reeleger irrestritamente”, tem mandato até 2022, mas perdeu o controle da situação. Para não perder o costume, acusa a Igreja Católica e os Estados Unidos pelos protestos contra seu governo.
O PT imediatamente se pôs ao lado do companheiro. Durante a última reunião do Foro de São Paulo, em Havana, Mônica Valente, secretária de Relações Internacionais do PT afirmou, alto e bom som: “Depois de tantos sucessos, sofremos uma contraofensiva neoliberal, imperialista, multifacetada, com guerra econômica, mediática, golpes judiciais e parlamentares, como ocorre na Nicarágua e ocorreu na Venezuela.”
Tão bem que vão esses países, não é mesmo?