CUBA E A "CANDITADURA" DE DIÁZ-CANEL
Percival Puggina
No último dia 17, o atual primeiro vice-presidente de Cuba, Miguel Diáz-Canel (57) foi proposto ante a Assembleia Nacional do Poder Popular para substituir Raúl Castro (86), que deixa o cargo após exercer, por dois mandatos, a presidência do Conselho de Estado.
No modelo institucional cubano, estes são os últimos passos da grande farsa, ao cabo da qual sempre vence quem o governo quer e – milagre! – nenhum opositor consegue um banquinho que seja no meio das mais de seiscentas cadeiras existentes no tal “poder popular”. Já está definida a nominata do novo Conselho, encabeçada pelo escolhido Diáz-Canel. Essa lista está eleita a partir do momento em que foi elaborada pela Comissão Nacional de Candidaturas, um pequeno comitê formado por órgãos do Partido Comunista Cubano. A grande novidade é a excepcional “juventude” do novo presidente. No entanto, isso só ocorre por falta de quadros com prazo mínimo de validade. Ramiro Valdez, o único histórico remanescente, está com 85 anos e os mandatos cubanos são de cinco anos.
É tão fajuta a eleição que já na última segunda-feira a Wikipedia havia feito as alterações na nomenclatura do alto poder político cubano.
Por isso, o título desta nota não é um erro de digitação. Nas eleições cubanas não existe candidatura, mas canditadura.