• 12/04/2018
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SOFISMAS SÃO PERMITIDOS NAS DELIBERAÇÕES DO STF?


Percival Puggina


Leio, em O Antagonista, que Gilmar Mendes, apoiado por Marco Aurélio Mello e Ricardo Lewandowski falou em “delações premiadas obtidas nas masmorras”... Para os colegas, seria uma prática da Lava Jato prender para obter delações.


No entanto, a Lava Jato informou, no mês passado, segundo o mesmo blog, que em 84% dos 187 acordos de delação firmados até então os réus estavam em liberdade.


Quer dizer que essa retórica malandra, esse tipo de desonestidade intelectual frequenta os debates no STF? Vamos repetir novamente: sofismas e falácias são a corrupção da razão.


O que levou criminosos de luxo a formarem fila para colaborar com a Justiça e devolver milhões de dólares, restituir imóveis, obras de arte, automóveis luxuosos e buscar acordos de delação que acenderam os holofotes sobre a bacanal do poder foi a possibilidade de prisão após a condenação em segunda instância. E é exatamente isso que cinco ministros se afadigam para extinguir.


Aliás, todo o esforço dos três ministros mencionados acima, aos quais se juntam os colegas Toffoli e Celso de Mello, protagonistas de estranhas atuações nestas últimas semanas, tem como única motivação a expectativa de que a colega Rosa Weber venha juntar-se a eles. E estou cada vez mais convencido de que estão na parada errada.