O JOGO JÁ COMEÇA PESADO NA LUTA PARA PRESERVAR MANDATOS
Percival Puggina
Embora distante da vida partidária, sem filiação desde 2013, participei ativamente da atividade política e eleitoral entre 1985 e 2012. Disputei três eleições parlamentares e uma eleição majoritária (PDS/PP). Concorri pela última vez em 1998, quando, em definitivo, abdiquei, em decisão irrecorrível, de quaisquer pretensões políticas.
Conto isso para deixar claro que as observações que farei a seguir tem lastro em conhecimento adquirido no palco em que os fatos acontecem e não envolvem qualquer interesse pessoal. Em todos os pleitos que participei ou acompanhei como dirigente partidário, a busca de nomes para encorpar a lista de candidatos aos pleitos proporcionais era parte dinâmica da tarefa em todas as legendas. Havia certa sofreguidão em providenciar filiações, principalmente em municípios e regiões onde o desempenho da legenda deixava a desejar. Quanto mais candidatos buscando votos, mais votos e mais cadeiras para o partido. Óbvio.
Pois nesta eleição, com a grana curta e a intensa, o afã de muitos em preservar o foro privilegiado e de outros em se haver com crescente perda de respeitabilidade, muitos partidos estão reduzindo drasticamente o número de candidatos em suas listas. Partidos que disputaram a última eleição com 60 candidatos buscando votos para a legenda, irão as urnas com uma terça parte disso ou menos, concedendo enorme benefício a quem, já estando no jogo, tem maiores recursos e possibilidades.
Como endosso a tese da renovação, cuidando para não arrancar o trigo junto com o joio, alerto para a necessidade de maior empenho no apoio aos novos candidatos que, eventualmente, os eleitores pretendam eleger com seus votos. A corrida já começou e o jogo é pesado.