O HOMEM É UM SER FAMILIAR
Percival Puggina
“O homem é essencialmente um ser social; com maior razão, pode-se dizer que é um ser familiar.” (João Paulo II)
Pediram-me, outro dia, que discorresse sobre o tema “Como podem os pais influenciar positivamente seus filhos”. Embora a receita seja a mesma de sempre - amor, diálogo, atenção, amizade, zelo e exemplo - há que reconhecer que os resultados podem ser insuficientes pois o conjunto das outras influências a que os adolescentes estão sujeitos envolve, supera e muitas vezes destrói os melhores influxos familiares. Só uma ação conjunta de pais, escolas, autoridades, Igrejas e meios de comunicação social pode reverter a situação.
A que influências nocivas me refiro? Refiro-me às novelas de TV (que jamais valorizam qualquer coisa que tenha valor), às perniciosas revistas juvenis, às bandas de rock (com a desarmonia que produzem, com o conteúdo das letras que berram e com o modo como se comportam); refiro-me ao fio condutor permissivo de quase toda a publicidade e mensagem voltada aos jovens (firmando, por palavras e exemplos, chavões moralmente insustentáveis, do tipo “livre é quem faz o que quer”, “você quer você pode”, “normal é o que todo mundo faz”, “você é quem sabe o que é bom prá você”, “errando se aprende”); refiro-me à cultura do corpo (e sua animalidade) e à indigência a que é relegada a humanidade do espírito e da mente; refiro-me à impotência das autoridades ante o tráfico de drogas, às noites e suas festas, que absurdamente começam na hora em que deveriam terminar (e ao livre consumo de bebidas alcoólicas por menores).
São adultos os que promovem e se beneficiam dessa ausência de limites e os que perante ela se omitem. Há no inferno lugar para todos.