OS MEDÍOCRES
Em "O homem medíocre", afirma José Ingenieros: “A sociedade proclama: ‘Não faças mal e serás honesto’. Mas o talento moral tem outras exigências: ‘Persegue a perfeição e serás virtuoso’. A honestidade está ao alcance de todos; a virtude é uma escolha de poucos. O homem honesto suporta o jugo a que o prendem seus cúmplices; o virtuoso se eleva sobre eles com um golpe de asa”.
São palavras que queimam a palha da mediocridade e incendeiam a alma dos que buscam a virtude porque é nela, e não na simples honestidade, que se medem os valores da aristocracia moral. Infelizmente, a leitura de “O homem medíocre” nos expõe duas alarmantes realidades nacionais: 1º) não estamos sob o comando dos virtuosos, nem dos honestos, mas dos impostores, ou seja, dos sepulcros caiados de que trata o Evangelho; e 2º) até a medíocre honestidade se faz, a cada dia, mais e mais rara, a ponto de ansiarmos por ela como se fosse um bem em si mesma.