• 28/11/2017
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METADE DOS PRODUTOS NA BLACK FRIDAY TEM PROMOÇÃO 'FALSA'

 

Folhapress, no último dia 24, em cima do lance


Num universo de mais de 700 itens apresentados como participantes da Black Friday, 48% já foram até mais baratos antes desta sexta-feira (24) ou ao menos apresentaram o mesmo valor anteriormente.


A reportagem acompanha desde o mês passado a variação dos preços de 719 itens que receberam o selo de "Black Friday" ou que constaram em páginas especiais feitas pelas lojas para a data. Os produtos estão espalhados por sete dos maiores varejistas do país (foram considerados os preços on-line).


Pontofrio e Extra foram as lojas em que mais produtos apresentados como em promoção já tiveram o mesmo valor nos últimos 24 dias, ou ficaram até mais caros. No primeiro, 68% dos itens analisados se encaixam nesse perfil, no segundo, 65%.


Um caso simbólico é o da geladeira duas portas da Electrolux, 475 litros, no Walmart. Nesta sexta-feira, ela era vendida como produto na Black Friday a R$ 2.908. No último dia 12, ela estava a R$ 1.900.


No Submarino, uma lavadora de roupas da Electrolux, de 16 kg, custava na quinta-feira (23) R$ 1.530. Um dia depois ficou mais cara (R$ 1.597) e ainda ganhou um selo "freak out" (loucura).


O Magazine Luiza foi a loja com mais produtos analisados cujo preço na Black Friday é o mais baixo do período (92% dos itens monitorados).


COMENTO

 

Na matéria de Folhapress, foram incluídas explicações de alguns dos anunciantes mencionados. Um deles informa que cada loja tem sua política de preços e margens na Black Friday... No entanto, o que parece "normal" para os dois lados do balcão não o é à luz da moralidade a menos que se queira descer aos padrões de negociação do Gran Bazar de Istambul onde discutir o preço faz parte da diversão. Valer-se do ânimo gerado pela Black Friday para atrair consumidores com falsos descontos não é uma conduta que confira credibilidade ao estabelecimento comercial. caracteriza desejo de enganar o consumidor.


É bom que se diga: fatos assim também acontecem nos EUA, embora muito longe dessa proporção (quase a metade dos produtos anunciados na BF brasileira!). Em Los Angeles, práticas detectadas em mercadorias anunciadas por magazines como J.C.Penney, Sears, Macy's, Khol's levaram o procurador de justiça local a promover ação criminal. Felizmente, aqui no Brasil, também o Ministério da Justiça, à luz da matéria da Folha, abriu investigação para as necessárias providências.