• 11/08/2017
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DISTRITÃO É O PULO DOS GATOS


Percival Puggina

 

 A decisão de realizar a eleição de deputados, no ano que vem, no modelo denominado "distritão" constitui o legítimo pulo dos gatos para salvarem a própria pele.

No sistema proporcional atual, que não é bom, o número de cadeiras correspondentes a cada partido é proporcional aos votos feitos por todos os candidatos da mesma legenda (ou coligação, quando for o caso). No distritão, elas são providas aos mais votados, sem levar em conta os demais votos da legenda. Aparentemente é razoável - elegem-se os mas votados.

Trata-se, porém, de uma razoabilidade enganosa porque, de modo não razoável, o distritão elimina o vínculo do parlamentar ao respectivo partido, fazendo com que todo deputado seja "dono da própria cadeira". A campanha resulta numa guerra de todos contra todos, com as suplências sendo preenchidas segundo a ordem total de votação e não segundo o ordenamento das votações dentro de cada legenda. Interessa, então, diminuir de modo drástico o número de concorrentes, para que os votos se concentrem numa pequena relação de nomes, dificultando a renovação e, por óbvio, concedendo enorme vantagem a quem já tem mandato.

Em resumo, de modo não razoável, salvam-se quase todos, fazendo mais votos do que habitualmente fariam. Inclusive os gatos que arquitetaram esse salto.