• 14/07/2017
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ISTO É UMA DOENÇA DA SOCIEDADE BRASILEIRA

Percival Puggina

 O economista Ricardo Bergamini, cuidadoso e incansável pesquisador, divulgou na semana passada um boletim no qual informava que entre 2002 e 2016 o número de ocupantes dos ocupantes de Cargos e Funções de Confiança e Gratificações do Poder Executivo Federal (Administração Direta, Autarquia e Fundação), passara de 87.305 para 115.002.


 Agora, divulgou a tabela acima, com a despesa média mensal com servidores federais da União (dados do Ministério do Planejamento), segundo média de 12 meses. E acrescenta:

1 – Dentro do serviço público federal há uma variação na média salarial entre o maior e o menor salário de 72,28%.
2 – Em 2016 o salário médio/mês dos trabalhadores formais das empresas privadas foi de R$ 2.052,00 (IBGE), ou seja: 90,01% menor do que o maior salário médio dos servidores da União e 63,95% menor do que o menor salário médio dos servidores da União.
3 – Em 2016 o salário médio/mês dos aposentados e pensionistas do Regime Geral de Previdência Social (INSS) foi de R$ 1.285,80 (STN), ou seja: 93,74% menor do que o maior salário médio dos servidores da União e 77,41% menor do que o menor salário médio dos servidores da União.
* FCDF – Gastos de pessoal com saúde, educação e segurança do Distrito Federal são de responsabilidade da União.

** Arquivos oficiais do governo estão disponíveis aos leitores.

 

COMENTO

 Vejo essa disparidade entre o setor público e o setor privado do Brasil, explicitada no ítem 3 acima,  como uma enfermidade social, causa de muitos males. Entre eles se incluem:

• o maior interesse pelo trabalho no setor público do que pelo trabalho na iniciativa privada;

• a multidão de concurseiros que sai dos bancos escolares para o mercado de trabalho sem um projeto de inserção como força produtiva nas atividades econômicas, fontes da riqueza nacional, do desenvolvimento social e dos tributos com que serão pagos os vencimentos, subsídios e proventos do setor público;

• o crescente comprometimento das receitas públicas com folhas de pagamento, reduzindo proporcionalmente os gastos com investimentos do Estado;

• a desproporção existente entre a carga tributária e a qualidade/quantidade dos serviços públicos que lhe deveriam ser correspondentes;

• a redução dos investimentos privados, riqueza drenada pela via tributária para cobrir excessivas despesas correntes;

• crescente endividamento do setor público.