DÍVIDA CORRETA DA UNIÃO, QUE A IMPRENSA NÃO DIVULGA
Econ. Ricardo Bergamini
Hoje é dia da divulgação da dívida da União de agosto de 2016 e, como sempre, a imprensa omite o estoque da dívida em poder do Banco Central no montante de R$ 1.299,0 bilhões, sendo essa a parte mais importante da dívida, visto que nada mais é do que uma “pedalada oficial” (aumento disfarçado de base monetária) que não existiria se o Banco Central fosse independente. Vejam que essa orgia saiu de 17,86% do PIB em 2010 para 21,33% do PIB em agosto de 2016. Crescimento real em relação ao PIB de 19,43%. Uma imoralidade sem precedentes.
O Brasil é fantástico: o governo se for financiado por bancos do qual seja o controlador: é crime, mas se for financiado pelo Banco Central é mecanismo de controle de política monetária.
Somente um Banco Central independente acabaria com a orgia de carregar a divida do governo. É um ralo incontrolável. Não há como fazer política monetária com esse ralo aberto. Em sentido figurado o governo seria um filho irresponsável que gasta a vontade sabendo que no final o pai (Banco Central) vai bancar a orgia. Assim é muito fácil governar.
O estoque correto da dívida líquida da União (interna mais líquida externa) em agosto de 2016 era de R$ 4.254,2 bilhões (69,86% do PIB). Em breve voltaremos ao ano de 2002.