• 17/03/2015
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TOFFOLI LEVA JEITO PARA A LAVA JATO?
Percival Puggina

 


 O novo presidente da turma que vai julgar os denunciados da Operação Lava Jato dispensa apresentações. Não sei se alguém já convidou o jovem ministro como palestrante, mas seu currículo é daqueles que não se anunciam para não constranger o convidado. O currículo de Sua Excelência tem pouco de Direito e muito de esquerdo, com largo tempo e muito serviço prestado ao Partido dos Trabalhadores que, impropriamente, o designou para o Supremo Tribunal Federal.

 

 Sua mais recente distinção corresponde ao exercício da presidência do TSE na mais discutida e controversa eleição presidencial brasileira, marcada por pouco convincente e sigilosa apuração dos votos colhidos.

 

 Pois eis que o ministro enviou o ofício acima ao presidente do STF, Ricardo Lewandowski (aquele com quem Toffoli muito cochichava no julgamento do Mensalão), manifestando, como se lê, seu "interesse em compor a 2ª Turma" daquela corte. O ministro não manifestou desejo, vontade. Manifestou "interesse". Dentre todos os seus colegas ele deveria ser único impedido de expressar vontade. E, mais gravemente ainda, "interesse".

 

Mesmo que, por indulgência, se considere que o ministro usou inadvertidamente vocábulo impróprio, estamos diante de nova evidência de despreparo. Ministros do STF não podem enredar-se com o léxico.