JORNALISMO MILITANTE , MAL FORMADO E MAL INFORMADO
Percival Puggina
Ontem à tarde (13/07), um repórter fornecia informações sobre os bastidores e as perspectivas da eleição para a presidência da Câmara dos Deputados. Não entendo de turfe, mas imagino que informação de bastidor deve ser como a tal informação "de cocheira", coisa para perito, para ser transmitida por quem conhece o animal, toca no bicho, fala com o jóquei e com o tratador.
Pois bem, o rapaz em questão, falando sobre as perspectivas do páreo que seria corrido logo mais dava, como certa uma disputa entre Rodrigo Maia, Rogério Rosso e... imaginem quem? Luiza Erundina, do PSol. E ele enfatizava o PSol e Luiza Erundina. Esse seriam os "três principais candidatos".
Não havia a menor possibilidade de Erundina, com a idade que tem, num partido nanico e raivoso, fazer frente aos nomes dos grandes partidos e blocos formados na Casa. No entanto, o repórter cumpria seu papel militante. Que se danassem a informação e o direito do ouvinte a recebê-la correta e correspondente aos fatos!
Ninguém está interessado em palpite nem na preferência do profissional de imprensa. Mas ele se dedicou à tarefa militante de valorizar a existência de um nome do PSol no numeroso pelotão de candidatos. A quilômetros do Congresso, numa cidade satélite de Brasília, ele saberia que sua "informação" não tinha qualquer fundamento. Sua parelheira fez 22 votos em 494!
Fosse este o relato de um caso singular, único, fosse coisa de agora, seria pouco significativo. Mas se trata de algo que acontece em modo massivo, e há tanto tempo, que viabilizou êxitos políticos impensáveis num ambiente racional. E eles fizeram grande mal ao país.