O INSTITUTO DA REELEIÇÃO JÁ PROVOU SER MALÉFICO
Percival Puggina
Esses dados mostram ser indizível e perigosamente silencioso o poder de corrupção do preceito constitucional que permite a reeleição dos mandatos executivos. A concentração de poder que nossas degeneradas instituições republicanas acumulam na caneta de quem governa favorece enormemente o mau governo e sua vitória eleitoral.
O instituto da reeleição conduz as ações de governo, o gasto público, a publicidade oficial, a cooptação de apoios, a distribuição de cargos, a ocupação dos espaços e as coligações partidárias para privilegiar um único objetivo: a perpetuação dos mandatos. É um fenômeno que não apenas produz maus governos, com maus critérios, más parcerias, maus negócios e má conduta, mas - o que é pior - os reelege por um processo de inércia.
Há exceções? Claro que há exceções! Conheço bons governos que se reelegem por serem bons. Mas conheço em maior número, bons governos que não se reelegem exatamente por isso, por terem feito a coisa certa em sacrifício da continuidade do próprio mandato.