NESSE CASO, É MELHOR QUE NÃO MUDE.
Percival Puggina
Os arrufos da senadora Marta Suplicy com seu partido têm motivo conhecido e resultado previsível.
O motivo se chama Aloísio Mercadante, que se tornou, por essas coisas da vida, figura número dois do PT paulista (se quisermos dar a Lula o primeiro lugar nessa lista).
Com Mercadante assumindo, também, a Chefia da Casa Civil, passam por ele todas as decisões importantes do governo, entre elas as que sejam de conveniência da senadora. Nessa briga de vaidades e de posições na mesa dos banquetes, ela está definitivamente preterida. A senadora completa 70 anos em março e está em busca de doses maciças da endorfina e da adrenalina que o poder parece produzir em algumas pessoas. Ela quer mais poder e o partido não tem para lhe dar. A conclusão mais óbvia, portanto, é a que está sugerida na imagem acima. Marta sairá para algum novo partido que venha a ser criado.
Quanto ao dilema que ela propõe ao PT, torçamos, primeiro, para que ela tenha razão e o dilema seja verdadeiro - ou o PT muda ou acaba. Depois, torçamos para que o partido não mude.