• Percival Puggina
  • 06/01/2022
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“CRIMES” E “CRIMINOSOS” QUE MAIS PREOCUPAM O STF

 

Percival Puggina

 

                Outro dia resolvi listar crimes inexistentes em nosso Código Penal e que, apesar disso, tiram o sono dos nossos ministros do STF. Medidas drásticas são tomadas contra quem caia na desgraça de ser enquadrado numa dessas condutas que tanto perturbam suas excelências.

Comparados à sinistra criminalidade real e à maldita corrupção, os fatos, em si, são de pouquíssima monta, nada é sério, mas enérgicas ações de contenção são adotadas. Há gente presa preventivamente por “crimes” em virtude dos quais ninguém vai para a cadeia. Muitos comunicadores tiveram suas vidas e suas empresas devassadas por caça-fantasmas. Instalou-se no país um clima de insegurança e medo, infeliz combinação que não infunde respeito. Apresento a seguir um resumo dessas condutas que excitam a imaginação de vários ministros do nosso Supremo. Observe que todos esses supostos crimes recebem denominações com efeito publicitário, sendo fartamente utilizadas nos sites e entre a militância de esquerda.

- Milícias Digitais

A palavra “milícia” remonta à campanha de 2018 e “miliciano” foi uma das etiquetas que lhe tentaram colar no candidato Bolsonaro. Posteriormente, ressurgiu num desses inquéritos aberto no STF, que a Corte faz questão de manter aberto como intimidador cadafalso erguido na praça.

- Atos Antidemocráticos

Atos antidemocráticos são manifestações propondo o fechamento do STF ou do Congresso, são os fogos de artifício sobre o prédio do Supremo. Um povo a quem os poderes de Estado voltam as costas, sem vislumbrar saída pelo curso da política, talvez expresse assim sua inconformidade. Penso que os poderes de Estado, bem antes de abrir inquéritos, deveriam ponderar as razões desse desalento. Elas não estão na população.  

- Discursos de Ódio

Discursos não são tramas de bastidores. Existem bastidores onde se instalou um ódio que raramente aparece em discurso. É convenientemente sutil a diferença entre indignação e ódio. Tratar a tudo como “discurso de ódio”, algo criminoso, tem o poder de inibir a justa e necessária manifestação de indignação, própria das democracias.

-  Desconfiança nas instituições

O sujeito que ainda hoje deposita estrita confiança nas instituições legadas pela Constituinte de 1988 pode até ser brasileiro, mas imigrou e hoje é cidadão honorário do mundo da lua.

- Negacionismo e recusa ao mandamento vacinal

O que ainda hoje não se sabe sobre a origem do vírus SARS-CoV-2, permite severas desconfianças, suspeitas e até mesmo especulações. Não é diferente em relação às vacinas. Por que seria visto como “ato criminoso” manifestar em público o que tanto se discute em ambiente privado? Afinal, não são os próprios laboratórios que mudam, eles mesmos, suas avaliações sobre eficácia e durabilidade? O que estão a ensinar-nos os navios de cruzeiro que chegam ao litoral brasileiro com doentes a bordo?

- Apostasia à Nobre Ordem dos Guardiões das Urnas

Se você ainda acha inusitada a pressão do STF/TSE sobre o Congresso para evitar a aprovação das urnas eletrônicas com votos contáveis na eleição deste ano, você entrou em conflito com a Nobre Ordem dos Guardiões das Urnas. E fez isso na mais radical versão desse confronto, aquela que não aceita as garantias juradas pelo grão-mestre da ordem.

***

Você tem razão. Nada há a ser dito sobre combate à corrupção. Está fora da pauta.

Percival Puggina (77), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.


Jorge Fenerich -   10/01/2022 11:37:21

Nunca foi tão urgente se fazer uma assepsia completa no sistema político gerencial do país, uma mudança radical se faz necessária urgentemente antes que cheguemos aos níveis de Argentina, Venezuela, Chile e tantos outros pois o retorno á estabilidade é pior e não certo.

José Vicente -   10/01/2022 10:42:39

Logo logo será crime discordar de quem defenda que o roubo de celulares é “insigificante”. Afinal, é muita intolerância defender a tolerância zero!

Joao Filho -   10/01/2022 08:19:14

O que pensar de uma suprema corte judicial que investiga, condena em leis que não existem, que se baseiam em regimento interno do STF e que bradam a ventos podres que são os guardiões da democracia, da constituição e do povo???

Elias -   07/01/2022 09:40:18

Os criminosos togados, não vão parar, aos poucos eles foram cometendo "pequenos " delitos, e agora a coisa ficou tão óbvia que a gente já prevê o próximo passo. Nunca foi tão URGENTE essa decisão " Eu, Por mim, eu botava todos esses vagabundos na cadeia. Começando pelo STF.Abraham Weintraub

Luiz R. Vilela -   07/01/2022 08:52:07

Ser anti democrático, dá cadeia, corrupção não. Acontece que quem dá o destino do pais é o povo. E se por um acaso o povo se mobilizar e for para as ruas e exigir um governo "forte" que faça frente ao combate a corrupção, alguém teria uma autoridade maior que a opinião pública para barrar a vontade popular? Democracia deve existir, enquanto a maioria da população assim desejar, até mesmo desejar outra forma de governo, esta contemplado dentro do regime democrático. A maioria da população é quem dirige os destinos da nação, aos seus representantes, cabe ouvir a voz das ruas e obedece-las, sem se acharem os salvadores da pátria, ou seus donos. Prender alguém por pregar o fim da democracia, é um desatino, e por quanto isto for ato de minoritários, jamais conseguirão, mas se um dia forem maioria, deverão ser respeitados. Grande timoneiro, salvador da pátria, grande líder e outras denominações fantasiosas, são coisas do fanatismo esquerdista, a democracia deve ser como o amor, eterno enquanto durar e atender os anseios da população, mas quando se valem dela para justamente derruba-la ou os "democráticos" assaltarem os cofres públicos como acontece no Brasil, alguma coisa deve mudar.

JOSE CARLOS MATHIAS PINA -   06/01/2022 23:56:27

Genial.

PAULo Sérgio Vieira Oliveira -   06/01/2022 18:31:34

Tenho ao longo dos anos manifestado minhas razões contrárias a estes senhores e senhoras, impostos guela a baixo do povo brasileiro. Alguns sem a mínima moral pra dar ordens e impor restrições as pessoas. Não reconheço este tribunal como "guardião da democracia", só se for como piada de mau gosto. Parabéns Jornalista. Pelo menos, temos alguns que não se vendem e não se corrompem.

Marco Gianelli -   06/01/2022 15:24:28

Tem razão... O próprio STF /TSE é que pelas suas atitudes deixaram dúvidas da sua capacidade de julgar os atos por eles julgados e criminalizados. ISSO CHAMA-SE MORDAÇA, COMO É FEITO EM TODOS ESTADOS TOTALITÁRIOS.

DALMA SZALONTAY -   06/01/2022 15:05:59

Eles, os togados, acreditaram na lorota de que temos semipresidencialismo no Brasil. E isso porque eles - não todos mas certamente 9 deles - são pseudo magistrados, semi-inteligentes e prestes a perderem o emprego...