• Valter Nagelstein
  • 17/05/2009
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REFORMA POL?ICA OU GOLPE? - Zero Hora

Embriagados pelo poder (mordomias) e sob os efeitos narc?os do v?o da amizade, como bem definiu o dono do castelo, ali?o castelo em si ?ma bela met?ra daquilo em que se transformou o Congresso Nacional, os deputados e senadores preparam, sob a batuta do ministro Tarso Genro, o golpe de miseric?a na democracia brasileira: pretendem retirar do eleitor a primazia da escolha do eleito. Assim, perpetuar-se-?eles pr?os os atuais congressistas em mandatos bi?os, n?mais escolhidos pelo povo e sim pelas burocracias partid?as, em listas fechadas. Quem escolher?s eleitos? N?me surpreende que isso venha do ministro Tarso, sua forma? ideol?a representa, traduz e exprime exatamente isso, assim como fazia o stalinismo. Aos atuais membros do Congresso, junta-se o vezo ideol?o do ministro. Somam-se assim, pragmatismo e oportunismo, o oportunismo dos moribundos que n?desejam largar a teta. ?o pior dos mundos! ?o elixir da longa vida de Balzac, ou ent?o Senhor dos An? de J.R Tolkien, somente que aqui s?513 an? na C?ra, 81 no Senado, cada qual se recusando e retirar o anel do seu dedo, seduzido, embriagado, inebriado e dependente do poder ao qual est?entubado”. Paira, acima de tudo, ambi? e vaidade. A reforma pol?ca ?ecess?a e inadi?l, a aplica? de um sistema eleitoral distrital, que se some ao proporcional de hoje, criando um sistema misto, ?ma boa alternativa (com o cuidado de se atender ?roporcionalidade tamb?entre os distritos). O financiamento p?co das campanhas seria uma medida moralizadora e justa – e que evitar? corrup? n?s?s eleitos, mas dos eleitores principalmente, nascedouro de todo o mal, porque, afinal, muitos ainda – e infelizmente – vendem o voto por uma galeto, um saco de cimento ou coisas do g?ro. Ali? o financiamento p?co j?xiste, mas s?ra quem ?etentor de mandato. Tal financiamento, somado a restri?s na propaganda, for?? eleitor a procurar informar-se. Por fim, esta altera? material n?mexe na liberdade do eleitor, e sim na justi?de meios com que concorrem aqueles que desejam ser eleitos. Tudo isso ?ecess?o e saneador. Mas o golpe est?m embutir a? “voto fechado em lista”, um crime contra as liberdades individuais, contra a democracia, contra o povo. ?algo pr?o de uma amante das dachas (clubes onde a alta aristocracia pol?ca se reunia para definir, “pelo povo e para o povo”, o seu rumo). Parte, imagino eu, do pressuposto de que afinal somos todos ignorantes, uma esp?e de “l?n” qui? e que algu?precisa definir por n? Lembro que hoje j?xiste o voto em lista e ? conven? partid?a que a elabora. O eleitor, ao votar, escolhe um nome nessa lista, daqueles que j?e submeteram ?conven?s partid?as. Feita a lista, o povo escolhe o seu preferido e pode acompanhar seu trabalho. Se este falha na confian?depositada, cabe ao eleitor nunca mais votar naquela pessoa. Falacioso tamb?? argumento que a lista refor?o partido, na medida em que o TSE, com as cassa?s por infidelidade, j?aneou esse desvio. Na lista fechada, ser?o partido e as “panelinhas” que escolher?quem ser?os eleitos ao definir a ordem de preced?ia. Me parece claro o golpe. Quem det?mandato agora busca um jeito de perpetuar-se no poder. Claro, ?ais f?l! N?se prestar?mais contas ao povo, n?se precisar?ais passar pelo humilhante processo de ir ?ruas pedir voto, olhar nos olhos das pessoas, explicar as barbaridades havidas, explicar os quatro anos de aus?ia ou acomoda? ou mesmo sentir toda a amargura do povo, que at?o n?entende aquilo que s?ses “ungidos” t?a capacidade de entender. Fa? isso, senhores, e aguardem o dia em que o povo brasileiro, enfim desperto, sem escolhas ou alternativas, derrubar a Bastilha! * Vereador De Porto Alegre (PMDB)