• Percival Puggina
  • 12/07/2021
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POVO CUBANO VIVE UM DOS PIORES MOMENTOS DE SUA HISTÓRIA

 

Percival Puggina

 

Com a Covid alcançando níveis altíssimos de disseminação e contaminação, o sistema de saúde cubano entrou em colapso. Neste domingo, após anos de repressão e silêncio, multidões começaram a sair às ruas, pedindo democracia, atenção e socorro externo para as necessidades humanitárias da Ilha.

Ontem assisti ao pronunciamento do presidente Diaz-Canel. Disponível aqui. Sei que o espanhol e o sotaque cubano podem ser de difícil entendimento, mas em resumo, o atual ditador admite as dificuldades, mas fala como ditador. As atribui ao “bloqueio”, ataca com ira os movimentos SOS Cuba, que com diferentes formatos pedem atenção internacional para a crise do país. Declara que são movimentos orientados pelo “imperialismo ianque”. Afirma que as mudanças pedidas pelos contrarrevolucionários são do tipo neoliberal, com privatização do sistema de saúde. E finaliza dizendo que os revolucionários e os comunistas estarão nas ruas porque as ruas são da revolução.

Não guardo esperança de que esta insurgência possa representar alteração significativa no comunismo cubano, tão admirado e apreciado pela parcela dominante da esquerda brasileira. Este pequeno trecho de um artigo que li ontem no site CubaNet é um retrato doloroso da realidade que vi de perto, vivida pelo povo da ilha há mais de 60 anos. O título do artigo é “Em Cuba, a violência não começou com a Covid-19”.

Aqueles de nós que vivemos em Cuba, com os pés bem assentes no chão, sabemos que assim é, e que a violência nos foi tão bem fornecida desde o berço em pequenas doses, mas com altíssima concentração, que já temos por "normal", por exemplo, que sejamos maltratados não só pelo funcionário público, pelo policial uniformizado ou disfarçado, mas também pelo dono da mercearia, pelo taxista, pela fofoqueira e pelos invejosos do CDR (Comitê de Defesa da Revolução), o professor primário ou do instituto, a enfermeira, o médico, camareira do hotel, o garçom e até o coveiro que se recusa a carregar o caixão porque não lhe demos uma gorjeta substancial.

Esse é o panorama psicossocial subsequente e pretendido pelos totalitaritarismos, nos quais “el pueblo” desarmado e sem poderes políticos reais, é mero vocabulário de discurso, despojado de toda forma desejável de liberdade.  

Não há melhor exemplo disso do que o fornecido por quem, desde fora da Ilha, apoia um governo que reprime as manifestações de um povo doente e com fome.

Percival Puggina (76), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.


LUIZ DE ANDRADE JUNIOR -   13/07/2021 17:56:52

Lamentavel, nesta segunda feira vários manifestantes foram à sede da embaixada e para surpresa de ninguém, lá estavam os milicianos do PT, com suas camisas, bandeiras, faixa e, claro pão com mortadela, apoiado o comunismo da ilha. De um lado o povo que conseguiu escapar do regime e do outro os sem juízo esquerdistas brasileiros. Deveriam ir para lá para sentirem o gosto do que é o comunismo que querem implantar no nosso país.

Luiz R. Vilela -   13/07/2021 08:39:08

A ditadura esta ofegante. O cansaço esta vencendo a velhice e o regime começa a caducar. Nunca estive em Cuba e imagino que jamais irei, então tudo o que digo, é por ter ouvido falar, e sempre que meus ouvidos ouviram algo sobre Cuba, foi depreciativo. O supremo comandante Fidel Castro, por ter sido o líder revolucionário e carismático que era, conseguiu manter o regime por 52 anos, até que o passou ao meio irmão Raul Castro, que agora repassou ao atual presidente do pais. Lá o poder, não é a presidência do pais. O verdadeiro poder, é a presidência do partido comunista, que conforme a admiração de lula, é único e controla tudo na ilha, inclusive a vida privada dos "Ilhéus". Disse o agora poderoso bi presidente, que a culpa é do imperialismo americano, que além de relegar Cuba a miséria, também quer derrubar o governo. Disse também que não aceitaria ajuda externa, porque já recebem auxílios de uns 20 países, É vergonhoso um pais soberano recorrer a caridade mundial para se manter vivo. Já são bem uns 60 anos que o comunismo cubano parasita alguém neste mundo. Agora o "mau tempo" chegou, ninguém mais neste mundo dispõe de recursos para sustentar ideologias ultrapassadas e falidas, e nós por cá, neste nosso Brasil tão "caridoso", devemos ficar de olho vivo e faro fino, e não permitir que o lula volte a governar o pais e se declare "tutor" do ultrapassado regime cubano, haja visto que Venezuela e Argentina, também já se mostram sem fôlego.

José Antonio Mesquita Leandro -   13/07/2021 06:54:33

Como faço para adquirir os livros?