PDVSA vai de mal a pior
Ch?z d?ais um passo para estatizar a economia
A queda de mais de 50% nas cota?s do petr? no primeiro trimestre ?por si s?ma p?ima not?a para a Venezuela, que depende quase que exclusivamente desta receita para sobreviver. Algo igualmente ruim se passa no pa?comandado por Hugo Ch?z. H?nd?os de que a produ? de ? ?eclinante e se aproxima dos 2 milh?de barris di?os, bem abaixo dos 3,18 milh?extra?s em 1997. Os n?os da Ag?ia Internacional de Energia apontam 2,36 milh? mas o governo chavista n?os reconhece e diz que a produ? na verdade subiu. Nesta, como em muitas outras coisas, n??oss?l confiar nas informa?s oficiais.
Um dos sinais de que os neg?s com o petr? v?mal foi a nacionaliza? de 60 empresas prestadoras de servi?. A PDVSA, que tem de sustentar em suas costas os programas sociais do governo, enquanto administra receitas cadentes, come? a atrasar os pagamentos de seus fornecedores. N?h?ifras confi?is sobre a d?da - elas variam de US$ 3 bilh?a US$ 12 bilh? V?as companhias anunciaram a decis?de deixar o pa?e outras reduziram seus servi?. A caminho de um impasse que teria grave efeito sobre a produ? de petr?, Ch?z resolveu o problema da d?da encampando as empresas. Vamos enterrar o capitalismo na Venezuela, disse o presidente, e em mais de um sentido a frase ?erdadeira. Sem receber pelos servi? entregues, as empresas ficaram em dif?l situa? financeira antes da nacionaliza?, por um pre?que ser?quele que o governo resolva pagar.
medida que a crise se aprofunda, o presidente venezuelano, que ganhou nas urnas o direito a reelei?s ilimitadas, vai ampliando seu controle sobre todos os setores vitais da economia. Para isso, conta com um Congresso inteiramente chavista, que lhe deu em pouco tempo o direito de expropriar as prestadoras de servi? nos campos de petr?. Para coroar mais esta obra, foi estabelecido que o ?o foro leg?mo para controv?ias entre empresas e Estado ser? Justi?venezuelana.
A estrat?a de Ch?z ? cubaniza? da economia. O dom?o dos setores essenciais ?eito com objetivos pol?cos e o resultado percept?l ?ma perda de produtividade da economia como um todo - uma receita para o desastre. Dela n?est?issociada a ofensiva frontal contra a at?nt?ampla liberdade de que dispunha a oposi? para se manifestar. O principal l?r da oposi?, Manuel Rosales, que concorreu contra Ch?z nas ?mas elei?s, fugiu do pa?e das ordens de pris?expedidas pela Justi?controlada pelo governo. Governadores de importantes Estados, contr?os a Ch?z, perderam o direito de administrar portos, aeroportos, estradas e hospitais, em um movimento gradual e seguro de asfixia financeira e pol?ca.
Ch?z est?estruindo a democracia em seu pa? Quanto mais poder concentra em suas m?, mais quer controlar. Uma das pr?as v?mas ? movimento sindical, segundo a revista brit?ca The Economist. Apesar de apelos ao socialismo, o caudilho nunca morreu de amores por sindicatos organizados e nos ?mos anos buscou mais o apoio dos trabalhadores da economia informal. Ele desmantelou o sindicato dos petroleiros durante uma greve na PDVSA e agora encara o in?o de movimentos de paralisa? em algumas categorias do servi?p?co, estimulados pela crise. O plano de Ch?z ?irar o poder legal de negocia? dos sindicatos e entreg?os a conselhos de trabalhadores controlados pelo seu Partido Socialista Unificado da Venezuela. J??m projeto neste sentido tramitando na Assembleia Nacional.
N?se pode negar coer?ia, e at?revisibilidade, ?a?s de Hugo Ch?z. Seu objetivo ? velha ditadura pessoal de todos os caudilhos latinos. Enquanto as receitas do petr? permitiram, ele gozou de ampla popularidade. Os bons ventos deixaram de soprar na economia e o poder crescente que Ch?z quer enfeixar em suas m? tem o objetivo de impedir as manifesta?s de descontentamento e dispor de todos os instrumentos de repress?para o caso de a crise econ?a se agravar. Assim o socialismo bolivariano torna-se cada vez mais parecido com os regimes ditatoriais que destru?m o pa?- e tende a ter o mesmo fim deles.
Editorial
Valor Econ?o, 12/05/2009.