• Percival Puggina
  • 19/01/2019
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OUVIR O QUE PENSAM E FAZER O CONTRÁRIO

 


 Quando estamos discutindo o novo decreto sobre a posse de armas, o mais importante é saber o que pensam os atores da Globo, os jornalistas da Folha, daVeja, da Época e o aparelho político da esquerda. São opiniões decisivas para se fazer, com segurança, o contrário. Eles têm irresistível vocação para estar do lado errado e a sociedade já percebeu isso. No entanto, há 15 anos, esses mesmos protagonistas foram capazes de convencer, a muitos, de um completo disparate: era preciso abrir mão do direito de defesa da vida para garantir vida.

 Em Zero Hora deste último fim de semana (19/01), um articulista afirma, argumentando contra o decreto que regula a posse de armas: “Na medida em que a sociedade foi-se estruturando, atribuindo poder ao Estado e restringindo o comportamento humano, segurança pública, saúde e educação passaram a ser dever do Estado e direito do cidadão”. Para o autor, a posse de armas pelo cidadão se torna um perigo em razão “da forte polarização político-ideológica cumulada pelo fundamentalismo religioso”... E acrescenta que “a delegação ao indivíduo, em pleno século 21, da responsabilidade por sua própria segurança, não se harmoniza com os valores conquistados pela humanidade ao longo do processo civilizatório”. As frases e a tese mereceriam uma assinatura-presente da Folha de S. Paulo e uma homenagem no Memorial de Luiz Carlos Prestes.

A campanha pelo desarmamento foi intensa em 2003. O beautiful people carioca, promovendo revoadas de pombinhas brancas e pedindo paz, desfilava pelo Leblon. “Por que não desfilam no morro do Alemão, na Linha Vermelha ou no Pontal do Paranapanema?”, perguntei, num artigo que escrevi, à época, para o Correio do Povo. Meses mais tarde, a lei foi aprovada, os rolos compressores começaram a destruir as armas tomadas dos cidadãos de bem e os bandidos brasileiros ganharam oficialmente, e festejaram, o direito de tomar, em maior segurança, o pão produzido com o suor do nosso rosto.

No mundo em que eu e o os leitores destas linhas vivemos, há uma guerra aberta entre o mundo do crime e o mundo do trabalho. Até bem pouco, enfrentando a criminalidade com interpretações sociológicas, o Estado era um “corpo estendido no chão”, inerte e reduzido à impotência. Assim, ampliou-se enormemente a parcela da população vivendo à custa do labor alheio e usando armas para essa coleta. A sociedade produz e eles arrecadam. É o dinheiro do bolso, a carga do caminhão, o gado no pasto, o automóvel na esquina. Serve para essa rapinagem infame até o vale transporte de quem está na parada esperando o ônibus para ir trabalhar.

É um estado paralelo, mas não ataca quartéis porque lá tem arma de fogo e de lá vem chumbo grosso. Eles querem precisamente o que lhes vínhamos oferecendo, um self-service inesgotável e seguro, certificado pela lei que nos desarmou.


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* Percival Puggina (74), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.

 


Isac -   22/01/2019 14:29:18

Quando estamos discutindo o novo decreto sobre a posse de armas, o mais importante é saber o que pensam os atores da Globo, os jornalistas da Folha, daVeja, da Época e o aparelho político da esquerda... ... pois se vs forem contrarios, podem agir dessa forma porque procedendo dessa maneira, estarão garantidamente sempre certos, não serão Politicamente Corretos nem pertencentes à Ditadura do Relativismo, como são os sedicionarios das esquerdas, que vivem sempre à caça de promoverem tumultos - baderneiros e anarquistas como são! Vamos sempre redigirmos censurando-os e nos métodos de ação agirmos em contrario do que estipulam? Nem se esqueçam: os comunistas são fugitivos das Cl[inicas PINEL e estavam sob o sedante ultra efetivo contra psicoses, o "SOSSEGA LEÃO"!!

Dalton C. Rocha -   21/01/2019 20:41:59

Leis de desarmamento só servem para três coisas: 1-Desarmar os honestos. 2-Enganar os tolos. 3- Dar segurança aos bandidos. Solução para as favelas nos morros cariocas? Eliminá-los, com tecnologia que já existe e há décadas. 1-Solução para demolir barracos de favelas: https://www.youtube.com/watch?v=MVNecEmaYEU 2-Solução para demolir morros com favelas: https://www.youtube.com/watch?v=cKwkr3Ed14g 3- Solução para remover o material dos morros: https://www.youtube.com/watch?v=Kb-45f4t4rE 4- Solução para as rochas dos morros das favelas: https://www.youtube.com/watch?v=97jO-n3kJgI Tá bom. Não querem eliminar os morros, mesmo isto podendo sair mais barato, que a grana enviada para Cuba, Venezuela, etc. Querem que o Rio de Janeiro tenha mais um século cheio de favelas.

Carlos Edison Domingues -   21/01/2019 19:46:08

PUGGINA Real e perfeito o argumento a respeito do direito ao porte de arma. Quanto ao pedido de Willians Rodrigues Gomes, já registrado, eu complemento, perguntando ao Ministério Público, quantos na "gaiola de ouro " (título vergonhoso do Legislativo do Rio de Janeiro em 1963) se igualam ao Queiróz mas ainda não foram chamados para prestar esclarecimentos. Carlos Edison Domingues

PERCIVAL PUGGINA -   21/01/2019 12:11:49

Prezado Willians Rodrigues Gomes, escrevi, sim, sobre essa e outras questões suscitadas a respeito da conduta de pessoas ligadas ao governo, de modo genérico porque não não especulo sobre a honra de ninguém, na parte final do artigo "Eleger Bolsonaro foi bom, mas não basta". Abraço!

marcos salton boff -   21/01/2019 10:03:38

muito lucido como sempre , nimguem esta obrigado a ter uma arma porem este direito agora me foi dado .

Willians Rodrigues Gomes -   20/01/2019 09:50:04

Excelente artigo porém, ainda não vi o eminente escritor, comentar nada sobre o caso Queiróz x Flávio Bolsonaro