• Percival Puggina
  • 12/07/2014
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OS BILHÕES DE DILMA

 Se você reparar bem, a cada abalo que o governo da presidente Dilma registra em sua sacolejada escala Richter, segue-se algum plano mirabolante ou algum anúncio bilionário destinado a acalmar as ondas. Seja o abalo moral ou político, a reação oficial vem sempre de um ou de outro modo. Ora o governo anuncia providências estruturais que não funcionam (como essa de intervir no futebol e estancar a evasão de atletas para o exterior), ora reúne o ministério, os governadores, a imprensa, o empresariado, os movimentos sociais e informa que está destinando bilhões de reais para isto ou para aquilo.

Convenhamos, é um modo estranhíssimo de governar. É injustificável que, completados 93% de seu mandato e enquanto transcorre o 12º ano de gestão petista, o país ainda esteja sendo governado aos trambolhões, ao arbítrio do momento e seguindo o juízo das necessidades impostas pelas oscilações do Ibope. De modo especial, tais improvisações parecem incompatíveis com o perfil segundo o qual a presidente foi repassada aos votantes no mercado eleitoral de 2010. São bilhões para cá e para lá, saídos do nada e conduzindo, na vida real, a coisa alguma. É o que se poderia chamar de capital volátil. Faz lembrar aquelas maletas pretas dos filmes de ação, que supostamente deveriam conter vultosas quantias, mas estão recheadas de jornais com notícias antigas. De fato, são eventos que, a despeito da pompa e circunstância, logo se tornam coisas esquecidas, cuja função se exauriu no momento de cada anúncio. E de nada vale ficar cobrando serventia maior para algo concebido apenas para ser divulgado.

Em plena campanha de 2010, a presidente anunciou para Porto Alegre o atendimento das duas principais reivindicações do Rio Grande do Sul: a duplicação da Travessia do Guaíba e o metrô. Nada. Só muito recentemente, quando seu governo já olha para inexorável ampulheta, ocorreu (solene, sempre solene) a assinatura do contrato para construção da Travessia. Ou seja, no Brasil, coisa alguma. E o metrô? Saiu de pauta para retornar, provavelmente, durante a campanha eleitoral. Não foi diferente, país afora, com o conjunto que se tornou conhecido como "as obras da Copa". O quadro é o mesmo em todas as 12 capitais distinguidas com privilégio de sediar os jogos do já malvisto torneio. O adjetivo "malvisto" se aplica à sua realização aqui, com dinheiro do povo brasileiro. Em qualquer outro lugar é um bem aguardado evento. No Brasil, representa uma inversão na escala das prioridades nacionais, que transcorre em meio a obras paradas, atrasadas, incompletas por motivos técnicos e financeiros.

Em fevereiro deste ano, o jornalista Augusto Nunes desfiou em comentário o extenso conjunto de não-realizações do governo Dilma. Entre elas o também malvisto trem-bala, que - felizmente! - dorme em alguma gaveta muito antes de entrar na fase dos dormentes. Entre muitas outras, também sesteiam nas prateleiras as anunciadas seis mil creches, as seis mil casas para os flagelados de cheias no Rio de Janeiro, os seis mil caminhões-pipa para resolver a falta de água de beber na região da seca e o fim da miséria com data marcada para terminar no início de 2015.
 


Lúcio Peixoto -   09/08/2014 01:57:18

Parabéns pelo artigo, a presidente Dilma, promete e não cumpre por que este governo não tem planejamento de nada , ela está mais perdida do que cego em tiroteio, só promete , nada executa , hoje o Brasil tem uma das cargas tributárias mais altas do mundo , com infraestrutura de terceiro mundo e para aonde vai o dinheiro dos impostos?

Margot -   03/08/2014 02:15:52

Nós carregamos o Brasil nas costas e a Anta nos ombros,pagando seus casaquinhos de grife , suas intermináveis reformas faciais, sua tranquilidade econômica . Ela, peso morto na balança comercial, está gorda e rosada, comendo o nosso dinheiro e guardando o dela "debaixo do colchão". Seus gritos e insultos, sua burrice e incompetência, seu gesto obsceno durante a COPA , na Arena, ofendem a mais modesta das inteligências e nos humilham como cidadãos . Cada centavo que sai do país , a fundo perdido, para custear e aparelhar a cumpanherada, é mais um viaduto que cai nos escombros de nossas esperanças . Esperança de vê-la pelas costas . De esquecê-la . De apagar, para sempre, o mal que fez a nós e ao país. De tentar reverter o legado maldito, de pobreza e atraso, que deixará no seu rastro .

Carlos Ernesto Petry -   15/07/2014 00:22:58

É pena que não acontecem mais aqueles comícios de campanha política realizados em praça pública, a céu aberto. Quando os candidatos se reuniam nestes locais para apresentar as suas promessas e dizer das coisas que fizeram em mandatos anteriores, o povo presente tinha chance de se manifestar com perguntas e contraditórios, o que, muitas vezes, os deixava enfiados em saia justa. Era a oportunidade para cobrar as promessas feitas em campanhas anteriores. Atualmente isto seria até perigoso. Talvez a gente saísse preso ou abraçado por alguns guardacostas truculentos.

Anhangüera, www.prosaepolitica.wordpress.com -   14/07/2014 20:20:41

Mestre Percival Puggina, pedimos licença para reproduzir - de vez em quando ou sempre, como quiser - alguns de seus artigos em nosso site. São verdadeiras aulas. Este é um dos artigos que nossos leitores também merecem ler. Sempre, é claro, com linkagem para a fonte e citação de origem. Se não permitir a reprodução completa, avise, por favor. Nesse caso deixaremos apenas um trecho com ligação para cá. De qualquer forma, agradecemos. (Anhangüera)

FAÇANHA -   13/07/2014 23:07:56

Lula e Dilma governam sem sair do palanque, misturam realidade com retórica, são ilusionistas tipo esses pastores milagreiros que andam por aí, ilaqueando a boa fé dos ingênuos . É mais fácil e cômodo mentir, abusar da credibilidade emanada do cargo presidencial, o mais alto da República, demonstrando assim total desprezo pelos cidadãos e subordinando tudo à busca de vantagens para seu grupo político. A isso chamam "fazer política", "pragmatismo".

Odilon Rocha -   13/07/2014 18:28:37

Prezado Percival Puggina Como sempre, excelentes observações e comentários. Não sei o motivo de não receber mais os teus artigos, automaticamente, via e-mail. Caso haja algum problema técnico, venho por aqui mesmo, pois estás nos favoritos. Abraço PS: o layout do blog ficou supimpa!

daniel expedito de souza -   13/07/2014 17:17:56

Puggina sou seu seguidor, sou um pequeno empresário no interior de são Paulo, vejo com bons olhos, seu trabalho e de muitos outros tentando salvar esta nação das mãos destes comunistas bandidos desculpe mas acho que isto ainda ê muito pouco pela gravidade da situação, acho que precisamos nos reonirmos e atrair mais gente a esta causa.