• Percival Puggina
  • 03/03/2024
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O pior comunismo do Ocidente

 

Percival Puggina

         Não é preciso que me digam. Há uma esquerda que não sofre dos mesmos males que afetam o esquerdismo brasileiro produzindo sequelas institucionais, econômicas e sociais gravíssimas. Existe uma esquerda diferente, sim, mas no Brasil ela é como certas espécies raras da nossa fauna: difícil de achar. A que mais se tem por aí herdou os resquícios do comunismo clássico, ainda vigente no Leste Europeu à época da fundação do PT em 1980. Naqueles momentos iniciais, o partido incorporou a maior parte da intelectualidade comunista e da militância na luta armada beneficiadas pela anistia. Eram trotskista em muitos casos, stalinista noutros.

Foi por esse DNA que, dez anos tarde, quando os governos comunistas europeus foram obrigados a se apear ou foram jogados para fora do lombo das sociedades que tinham como montaria, o partido e seus congêneres na América Latina criaram o Foro de São Paulo em iniciativa de Lula e Fidel Castro. E o fizeram com as confessadas intenções que todos conhecem: recuperar aqui o que foi apeado de lá.

O passado deixa seus sulcos nas faces das pessoas, na vida das sociedades e em seu futuro. São eles que determinam muito de nosso presente. Por que o fazem, se noutras partes do mundo o comunismo, como tal, foi abandonado?  Até a China mantém uma rígida ditadura, mas deixou referências ideológicas de lado, virou capitalista e rapidamente tirou da miséria mais de meio bilhão de chineses. A Rússia, faz a mesma coisa. Os países que integravam a desventurada franja da antiga “Cortina de ferro” deixaram a ideologia de sua miséria e submissão no lixão do passado e prosperam com a liberdade e a operosidade de seus povos. Na Ásia sobraram Vietnã, Laos e a patética Coreia do Norte.

O pior comunismo do Ocidente sobrevive como inspiração e ensaios de poder no Brasil e em nossas cercanias ibero-americanas. Nossos afetos e afagos vão para Cuba, Nicarágua, Venezuela e para qualquer ditadura de esquerda que se destaque por antiamericanista e anticapitalista como faziam os grêmios estudantis dos anos 60 do século passado. Àquela época nos arrastam.  

É por isso que Lula, um comunista de gostos “modestos”, como se sabe, e desapegado dos bens materiais, proclama: “Muito dinheiro nas mãos de poucos, como era antes, é concentração de renda. Pouco dinheiro nas mãos de muitos é distribuição de riqueza”. Falácia! É preciso que haja mais dinheiro nas mãos de uns que de outros para que os investimentos produtivos sejam privados e não estatais. Pouco dinheiro nas mãos de muitos ou de todos, como delira o esquerdismo que acabei de mencionar, é receita de miséria e opressão perenes e crescentes. Sem exceção, todas as experiências o evidenciam desde 1917.

Percival Puggina (79) é arquiteto, empresário, escritor, titular do site Liberais e Conservadores (www.puggina.org), colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+. Membro da Academia Rio-Grandense de Letras.

 

 

 

 


Luiz R. Vilela -   04/03/2024 18:45:45

Ah! O comunismo. O cara que inventou essa utopia ideológica, era na verdade um "capitalista" frustrado, tentou dirigir um jornal, porque era jornalista e quebrou. Por ser incompetente em ganhar seu próprio dinheiro, criou o delírio da igualdade entre todos. Karl Marx escreveu um livro, que até o nome é sugestivo, "O Capital", porque é disso mesmo do se trata. É o capital a que todos buscam. O comunismo é apenas uma forma de que incompetentes desejam ter capital e tornarem-se donos do estado e por consequência se apoderarem do que é de todos. Comunismo é apenas um reles "capitalismo de estado" onde os "capitalistas" apenas iludiram uma população e se apoderaram dos seus bens. O comunismo iguala a todos, passam a receber esmolas do estado, via carne de racionamento, onde o estado apenas mantêm a população viva e acaba com a vontade do indivíduo de trabalhar e prosperar. Cuba não acabou com o comunismo quando podia, hoje amarga a condição de estado em constante situação de penúria, e todos o que de alguma forma ajudem este pais, devem exigir a imediata mudança na sua condição econômica , ou terão que dar o "peixe" eternamente aos empedernidos comunistas.