• Jayme Copstein
  • 10/04/2009
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O P?LICO E O PRIVADO

Com frequ?ia, leem-se campanhas nos jornais para n?se emporcalhar as ruas com lixo. Motoristas jogando cascas de frutas, latas de cerveja, outras embalagens e at?oisas inimagin?is pelas janelas dos carros ?m espet?lo comum em qualquer cidade brasileira. Bueiros entupidos por garrafas de pl?ico e outros objetos, tamb?inimagin?is, ?ugar comum em notici?o de tev?os alagamentos dos dias de chuva. N??or falta de apelos e conclama?s que as pessoas continuam emporcalhando as ruas. O que h? uma vis?equivocada do p?co e do privado. Lembro-me de cena que testemunhei na Rua da Praia, em Porto Alegre, de um menina de 15 anos repreendida por uma senhora porque tinha jogado a embalagem do picol?o cal?? mesmo com uma lixeira dispon?l a dois metros de dist?ia. A menina respondeu: A rua ??ca e eu fa?o que eu quero. Se a rua & #233; p?ca – e de fato ? pertence a todos, n?a algu?em particular, ?enina em quest?ou a quem mais seja. N?pode ser usada ao arb?io de cada um. Dentro de casa – espa?privado – sim, o dono ou os seus familiares podem jogar o que bem entenderem no ch? escreverem o que bem quiserem nas paredes e at?azerem banheiro da sala de visitas. Este, ali? foi o tema de um comercial premiado em festival internacional de propaganda: se voc??faz dentro de casa, que ?ua, por que faz na rua que ?e todos? Se aprofundarmos a an?se da quest? vamos chegar ?onclus?de n?haver diferen?entre o aparentemente inofensivo porcalh?que joga lixo nas ruas e o pol?co ladr?que se ceva nos dinheiros p?cos. Se qualquer de um de n?eixar cair a carteira, ao passarmos perto de um governante, s enador, deputado ou vereador, tenham certeza: eles a devolver?intacta em comovedora demonstra? de honestidade. Por? quando se trata de dinheiro da Na? – sendo p?co, n??e ningu?– fazem o que bem entendem: pagam celular dos filhos, compram passagens a?as para os amigos, abastecem o carro da fam?a, contratam a empregada dom?ica como assessora, esbanjam em restaurantes caros e at? p?tranquilamente no bolso. De que nos queixamos, ent? De n?termos um mandato pol?co? No resto, parece que somos muito iguais.