• Percival Puggina
  • 03/07/2024
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O governo Lula, de mal a pior.

 

Percival Puggina

         Circunstâncias especialíssimas empurraram Lula à presidência. “Circunstâncias?”, se espantará o leitor. Pois é, circunstâncias, entre elas as facultadas pelo transtorno psicológico delirante com que alguns protegeram o próprio poder e pela saudade que outros sentiam do dinheiro e dos negócios que a Lava Jato lhes tomara. Tudo se passou num período de tempo – você haverá de lembrar – em que a liberdade de expressão e a democracia começaram a ficar engraçadinhas no Brasil.

Havia, também, circunstâncias relacionadas a seus dois primeiros mandatos. Ao longo deles, Lula foi escolhido pela esquerda mundial para ser “o cara”, tipo laranja de amostra de um bem sucedido projeto de poder da extrema-esquerda que se apelida de progressista. Durante os 12 anos anteriores a sua primeira eleição, com o petismo azucrinando a vida de quem sentasse na cadeira que ele ambicionava, o Brasil fizera o duro dever de casa. Entre os fundamentos necessários, dois eram sólidos: a moeda forte (Real), à qual Lula e os seus se haviam oposto, e o agronegócio, cujos bons resultados nada devem à extrema esquerda, como se sabe. Para “o cara”, ficou a colheita farta e a repentina abundância malbaratada em seus delírios de Midas sonhando se tornar liderança mundial. Entre os objetivos de então contavam-se: tornar o Brasil membro permanente no Conselho de Segurança da ONU, abrir caminho para virar, um dia, secretário-geral ou presidente do mesmo organismo e o Nobel da Paz.

Hoje, sua tarefa mais comum, quando ocasionalmente no Brasil, é visitar algum lugar no interiorzão, organizar ali um ato em ambiente fechado e anunciar um presentinho qualquer – normalmente um programa de governo de pequena monta e aplicação restrita.

Lula vive disso e dos discursos que faz nessas ocasiões. No exterior, sua imagem desidratou e virou farelo moído por conhecidos malfeitos internos, péssimas companhias externas e declarações que fazem dele um Biden rouco e tagarela. No Brasil, seu governo não consegue ocultar a irresponsabilidade fiscal que se exibe no déficit horroroso das contas públicas (li hoje, 02/07, que liberará R$ 30 bi em emendas parlamentares antes das eleições de outubro). Esse dinheiro falso, que está derrubando o valor da nossa moeda, lhe permite lembrar-se de que tem algum poder e ainda pode arrancar aplausos dos auditórios quando, a portas fechadas, brinca de Papai Noel temporão entre os pobres depois de atender aos ricos.

Duvido que saiba o nome de seus ministros. Nem mesmo a mídia fiel, que vive a soldo consegue sublinhar, dentre os 40, um nome sequer que mereça destaque. Quando consegue arrebanhar uma parte desse grupo, Lula cobra resultados que, para ele, se traduzem em distribuir recursos públicos e não em gerar benefício concreto à nação.

Zero surpresa. Não quero aqui tripudiar sobre as escolhas de quem quer que seja. Mas o fato é que governo e economia afundam juntos e desse barco só os dólares têm o poder de sumir. Desculpem a franqueza, se os 40 ministros de Lula fossem escolhidos mediante sorteio nacional, com cupons grátis, ao sabor do acaso, sairia dessa coleta aleatória uma equipe melhor do que a selecionada por ele e pelos partidos que o apoiam. Ela parece buscada no mercado por um recrutador de recursos humanos brincalhão que, depois, abriu uma cervejinha e se acomodou no sofá para apreciar a confusão.

Percival Puggina (79) é arquiteto, empresário, escritor, titular do site Liberais e Conservadores (www.puggina.org), colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+. Membro da Academia Rio-Grandense de Letras.

        


Ademar Pazzini -   05/07/2024 20:06:52

Caro Prof Puggina, não é mera coincidência o governo do encantador de burros ter 40 ministros, nos lembra sempre uma passagem das mil e uma noites na figura de Ali Babá e os 40 ladrões! Por outro lado, essa figura bizarra que hoje ocupa a PR, em breve os brasileiros estarão livre de tão triste figura, o que é um alento. Qualquer outro que o sistema de poder no Brasil escolher para ocupar a PR, certamente será melhor que esse atual bafo de onça.

Odilon Rocha -   05/07/2024 14:42:04

Caro Professor Texto sem qualquer rebarba, exceto a barba do Ali Barbudo. Ironia do destino, ele sabe muito bem escolher os seus 40 comparsas. A vida imita o conto das Mil e Uma Noites.

marisa van de putte -   05/07/2024 11:35:50

Como sempre uma maneira clara de descrever o absurdo que o Brasil esta vivenciando. Tambem gostei de como descreveu Binden, porem eu acrescentaria, repetitivo e ininteligivel.

Manoel Luiz Candemil -   05/07/2024 11:17:51

Onde estão aqueles brasileiros que bradavam contra Bolsonaro presidente quando ocorriam incêndios na Amazônia?

Rubens -   05/07/2024 11:17:35

A mais pura verdade muito bem resumida. Apenas discordo de chamar essa quadrilha que tomou o poder e seu chefão de "governo". Deve ser chamado pelo nome correto: DESGOVERNO. O Brasil não tem governo, foi sequestrado por uma quadrilha com um plano de poder próprio para o qual apenas usa as instituições e o povo para se manter. O país está DESGOVERNADO e rumo ao caos. A questão é como podemos reverter isso. Creio que a única esperança que resta é o povo voltar às ruas e presionar os políticos acomodados no congresso a cumprir seu dever. Você é uma das pessoas que pode ajudar a mobilizar a sociedade gaúcha a voltar às ruas. TEmos todos os motivos do mundo e agora mais o total descaso do desgoverno em relação à situação de calamidae do estado.

HÉLIO DE SOUZA -   05/07/2024 10:25:29

Um Presidente que não pode sair às ruas por medo do povo, (não teme seus 60.000.000 de eleitores, pois estão trancados dentro das urnas eletrônicas) e que todas as vezes que abre sua boca o dólar sobe e o real desvaloriza. Usa o dinheiro do contribuinte para viagens de lua de mel e leva consigo dezenas de Voyeur. Envergonha o Brasil no mundo, passa vergonha no G7, recebe elogios de terroristas, apoia ditaduras, etc. Isso, sem falar no arrozão, na falta de iniciativa para ajudar os gaúchos, recorde de mortes de yanomami, o pais está literalmente pegando fogo e o IBMA está de greve. Volta Bolsonaro!!!!!!!

Eloy Severo -   05/07/2024 10:14:10

Fanatismo sega.

João Bosco -   05/07/2024 09:42:16

Excelente

Vicente Tubiana -   05/07/2024 08:21:21

Comentário realista, objetivo. Parabéns!

claudio -   05/07/2024 08:04:25

como sempre a forma de expressão de vossa pessoa me provoca um grande vigor para entender cada vez mais o que estamos realmente passando, a consciencia brasileira esta esfarelada, nóis brasileiros vivemos sobre um "maya",pensando que amanha será um novo dia, mais não percebemos que a verdadeira realidade foi ou esta sendo totalmente destruida, no que tange a uma reconstrução de um Brasil, maior,mais bem assessorado pro figuras publicas de carater e honradez. namaste. claudio guedes.