• Percival Puggina
  • 27/04/2009
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O ABORTISTA

Quando tomei conhecimento do ocorrido em Sapucaia do Sul, fiquei pensando sobre qual seria a rea? do meu amigo abortista ao saber daquilo. O sujeito defende o aborto em quaisquer circunst?ias. ?militante pela copa franca, ou seja, para ele, n?engravidar, engravidar e abortar “s?direitos da mulher e deveres do Estado”. Seu ?lo ? ministro Ayres Britto, do STF, segundo quem, um ser gerado por pai e m?pertencentes ?sp?e humana s?ra gente depois de chorar na sala de parto. Para meu amigo e para seu ministro preferido, o veterin?o que trata de um bezerro no ?o da vaca est?ratando de um bezerro, mas o m?co que “interrompe uma gravidez” est?liminando uma coisa. Pois n??ue por uma dessas tramas do destino, horas ap?dou de cara com meu amigo abortista? Encontramo-nos ?a? do estacionamento. Enquanto sub?os juntos pela Rua General C?ra, fui contando a ele que uma mocinha de seus vinte anos dera entrada no hospital de S?Leopoldo, com sangramentos. Os m?cos, tendo percebido que se tratava de um aborto, notificaram a autoridade policial. Estranhamente, at?quele momento, os pais da mo? que a acompanharam ao hospital, sequer sabiam que ela havia estado gr?da, embora o feto, digo, o beb?pesando pouco menos de um quilo e meio andasse, por volta da 30ª semana. Tudo isso eu ia contando para meu amigo abortista enquanto sub?os a forte ladeira. Ele revelava pouco interesse. Espichava os olhos para as vitrinas das livrarias e fazia observa?s sobre o azul do c?porto-alegrense em tempos de estiagem. Mas eu tinha muni? pesada no arsenal da narrativa para atrair sua aten?. “Imagina – prossegui – que os pais da guria, ao retornarem para o apartamento, encontraram o feto, digo o beb?ainda com sinais de vida, todo ensanguentado, dentro de uma sacola pl?ica”. Meu amigo abortista emitiu um “hummm” que se perdeu nos ru?s dos autom?s na Rua Riachuelo. “Esse sujeito tem m? pensei comigo. Tem m?e tem um cora? no peito porque se n?tivesse n?conseguiria subir esta lomba. Como pode reagir com um simples hummm ao que estou lhe contando?”. E tratei de cavar no fundo da trag?a o que nela havia de mais revoltante. “O feto, digo, o beb?foi levado para o hospital. Respirava com grande dificuldade e tivera as duas pernas quebradas durante a extra?”. Ningu?resiste, pensei, ?magem das pernas quebradas de um feto, digo, de um beb?om um quilo e pouco. Meu amigo abortista, no entanto, parecia mais interessado nas pernas de uma estudante do col?o Paula Soares, que descia as escadarias da pra?sobra?do um conjunto de pesados cadernos. “E da?, perguntou com displic?ia. Contei at?ez, e no onze acrescentei que o jovem par fora autuado em flagrante por tentativa de homic?o, que o pai estava recolhido ?enitenci?a Estadual do Jacu? a m?ao pres?o feminino Madre Pelletier. Nesse momento, meu amigo abortista se ligou no assunto. “Est?presos, ?Que absurdo! V??resultado dessas id?s de voc? Tivessem feito esse mesmo aborto direitinho, num hospital, com assist?ia m?ca, nada disso teria ocorrido”. Mandei meu amigo abortista para um lugar bem feio e fui adiante, pensando que por essa mesma moral o sujeito pode assaltar uma joalheria, desde que o fa?com luvas de pelica. De fato, os defensores do aborto n?d?valor ?orte dos fetos porque n?d?valor ?ida. Dos outros.