• Percival Puggina
  • 17/10/2022
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Lula perdeu e sabe que perdeu o debate.

 

Percival Puggina      

         Como escrevi várias vezes, a mentira é o primeiro degrau da corrupção porque corrompe um bem inestimável – a verdade. A construção de narrativas inteiras para alterar a realidade de um fato histórico é esse mesmo degrau com piso de mármore. Um discurso de Lula é a escadaria toda, por uma razão muito simples: diga enfaticamente o que disser, sempre haverá registro de uma afirmação sua diametralmente oposta. Lula diz o que o público ao qual fala quer ouvir. Dá nisso.

Seus seguidores, ouvidos viciados de escutar mentiras, precisam delas para dormir melhor. O discurso de Lula é tanto o barbitúrico do banqueiro quanto do vendedor ambulante que a ele sacrificam seu discernimento.

Quantas vezes já ouvi essa cascata de números disparatados cuja imprecisão rivaliza com os do repertório de Soraya Thronicke! Ele se vangloria dessa habilidade que, no debate da Bandeirantes, passou pelo scanner de milhões de olhos e ouvidos e o fez abandonar o estúdio com o sabor amargo da derrota, disparando contra seus acompanhantes: “Vocês não sabem *%@#& nenhuma!”.  

Como cronista, eu o acompanho com especial interesse ao longo de várias décadas. Tenho guardado um vídeo em que ele fala sobre essa habilidade chamando atenção para o fato de ser aplaudido no exterior quando disparava números sem qualquer fundamento sobre a miséria em nosso país. Parecia-me ouvi-lo de novo, ontem, no debate da Band, quando falava nos 30 milhões de miseráveis. No vídeo, ele conta sobre uma palestra em Paris na qual vociferou, sob aplausos, haver 30 milhões de crianças de rua em nosso país (ele diz: “se perguntassem a conta, a gente não tinha”). Confessa ter sido advertido reservadamente por Jaime Lerner ser impossível haver tantas crianças em tais condições porque não daria para andar nas ruas (seguem-se risos do pequeno auditório).

Saiu-se muito bem, ontem, o Bolsonaro. Ele não é ator nem parlapatão, mas transmite segurança que derruba narrativas elaboradas por quem tenta sobrepor-lhe perfil que não lhe serve por ser um molde deles mesmos.

Os dias correm. Portanto, estimado leitor, ora et labora!

Percival Puggina (77), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site Liberais e Conservadores (www.puggina.org), colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.


Eng. Joel Robinson -   19/10/2022 11:25:33

A mentira é o primeiro degrau da corrupção porque corrompe um bem inestimável – a verdade. A construção de narrativas inteiras para alterar a realidade de um fato histórico é esse mesmo degrau com piso de mármore. Um discurso de Lula ops e do Bolsonaro é a escadaria toda, por uma razão muito simples: diga enfaticamente o que disser, sempre haverá registro de uma afirmação sua diametralmente oposta. Perfeito...

José Rui Sandim Benites -   18/10/2022 19:19:35

Sim, na minha visão também o Bolsonaro ganhou o debate. Mas vejo agora a pesquisa do IPEC que dá 54% para o Lula e 46% para o Bolsonaro. E a pesquisa foi fatiada em 4 regiões: Sudeste, Centro-norte, Sul e Nordeste. Nas três primeiras regiões o Bolsonaro ganha. E só perde no Nordeste. O Lula iria ser o presidente de todas as regiões do Brasil. Sendo que nas regiões que mais fazem o desenvolvimento do país o Bolsonaro ganha. E na região mais pobre, onde todas as regiões ajudam, o Lula ganha. Ora se estiver certa a pesquisa (que não tenho nenhuma confiança). Agora os jornalistas militantes, irão dizer que somos preconceituosos, racistas, enfim os mais perversos adjetivos. Não, apenas estamos constatando um fato, de uma pesquisa encomendada pela Globo, que já se sabe quem é seu candidato. Que for confirmada a pesquisa seria a mais injusta eleição.

Paulo Antônio Tïetê da Silva -   18/10/2022 16:22:09

Só não entendo porque o Bolsonaro, quando criticado pelo atraso(?) na compra das vacinas contra a Covid19, não responde que os fabricantes, em primeiro lugar, tinham que abastecer seus próprios países, para depois vender aos outros. Também que a Inglaterra foi o primeiro país que começou a vacinar em dezembro e o Brasil recebeu as primeiras vacinas em 15 de janeiro. Será que estou enganado?

Eduardo -   17/10/2022 18:06:24

Prezado Professor. Obrigado pelos artigos precisos que contam a História ¹presente¹ de nosso País. Faz-nos bem ao espírito ouvir (ler) a realidade com mais clareza e discernimento do senhor.

Auro Ferreira Koch -   17/10/2022 16:35:24

Vamos reeleger Bolsonaro para o bem do Brasil e dos brasileiros