A intromissão não cessa. No próximo dia 11, depois de três anos da apresentação, chega ao plenário do Supremo a ADI 5668 através da qual o PSOL, que felizmente não tem força política para impor seu querer ao país, busca obter da Corte uma alteração no Plano Nacional de Educação. Se você imagina que seja para melhorar a qualidade do ensino, enganou-se. O PSOL quer incluir no PNE a obrigatoriedade de ser combatido nas escolas o bullying por gênero que atinge indivíduos do grupo LGBT.
A notícia foi usada, nestes últimos dias, com diferentes versões, para produção de fake news identificadas como tal por boatos.org. No entanto, assim como há, de fato, boatos em torno do assunto, há também verdades que não foram ditas.
O PSOL quer, com essa medida, reverter uma decisão do Congresso Nacional e demais parlamentos do país que, de modo quase unânime, decidiram não incluir a temática de gênero em seus planos de Educação. O próprio PSOL o reconhece no texto da ADI quando afirma que “parlamentares contrários aos direitos humanos da população LGBT conseguiram retirar dos planos Nacional, Estaduais e Municipais de Educação menções ao enfrentamento das discriminações por gênero, identidade de gênero e orientação sexual também nas escolas”.
O motivo pelo qual os parlamentos assim decidiram e o STF deveria recusar a pretensão do PSOL é sua efetiva desnecessidade. Os motivos para bullying e discriminação entre crianças e adolescentes são de várias naturezas e motivações. Portanto, está correta a redação dada a essa questão pelo PNE, cujo artigo 2º relaciona, em 10 incisos, as diretrizes do Plano. O inciso III trata da “erradicação de todas as formas de discriminação”. Criar uma abordagem específica para a temática LGBT é discriminar todas as outras formas de bullying. É priorizar uma em detrimento das demais, para atender ao gosto do PSOL. O que deve ser objeto de defesa é o respeito à dignidade humana, independente de qualquer desigualdade natural ou criada. E o que deve ser objeto de combate e erradicação é toda a forma de assédio moral, psicológico, sexual, entre tantas outras de que possa a maldade humana cogitar. A escola deve ser um farol a iluminar crianças, adolescentes e professores com os valores indispensáveis ao bom convívio em sociedade.
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A temática de gênero é, sim, de natureza ideológica. Desde o início envolveu questões de poder na sociedade a partir da descaracterização do núcleo familiar. Afirma uma ficção como verdade ao dizer que gênero é construção social. É tão ideológica que para ser sustentada e conceber uma realidade descritível precisou criar um vocabulário, inventando palavras não dicionarizadas e alterando todos os pronomes da língua portuguesa que passam a ter ortografia própria para não se identificarem com gênero algum. Daí coisas como “não binário” e “cisgênero”, entre uma infinidade de outras invenções. Ninguém precisa disso para não ser um estúpido preconceituoso e desrespeitoso.
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* Percival Puggina (75), membro da Academia Rio-Grandense de Letras e Cidadão de Porto Alegre, é arquiteto, empresário, escritor e titular do site Conservadores e Liberais (Puggina.org); colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil pelos maus brasileiros. Membro da ADCE. Integrante do grupo Pensar+.
ODILON ROCHA - 03/11/2020 13:57:04
Caro Professor O pedido do PSOL nem sequer era para ter sido acolhido. Isso, por si só, mostra o viés ideológico e canalha de um assunto totalmente contrário à natureza humana. Eles sabem que é um engodo, mas rezam a cartilha globalista. Brincar de Diabo pode sair muito caro; mesmo um desastre de consequências irreversíveis.André Ambrosio Abramczuk - 02/11/2020 15:31:49
Criança faz bullying por várias outras coisas que não envolvem gênero. É mais fácil a criançada caçoar de um menino magro e comprido do que de um menino com trejeitos efeminados. Sei disso, porque eu fui menino magro e comprido vítima de caçoadas até o final da adolescência. Parei de sofrer com as caçoadas quando a mãe de uma menina que eu admirava de longe me disse que homem alto é bonito.PERCIVAL PUGGINA - 02/11/2020 12:52:13
A propósito do comentário de Mary, sublinho que meu artigo menciona a ocorrência de boatos e fake news sobre essa ADI do PSOL. Escrevi, porém, a respeito de uma realidade não referida no alerta de boatos.org: a ADI abre a porta para a ideologia de gênero se tornar conteúdo didático, exatamente o que o Congresso e os parlamentos estaduais e municipais do país recusaram. E, sobretudo, meu artigo mostra que sob o manto de “questões de gênero” tem-se uma inequívoca ideologia.Maria Apreciada Novaes Theodoro - 01/11/2020 21:03:46
Partido pequeno, sem nenhum prestígio, privilégio tem que recorrer a outros Tribunais que estão mais para a esquerda com mentes atrasadas como a do Partido citado!Roberto - 01/11/2020 18:51:46
Partido de esquerda tem abre alas , tapete vermelho e banda de música no stfEdson Leiria - 01/11/2020 16:27:29
Se for aprovado, daí, tá na hora de chamar o cabo e o soldado, para fechar aquela pocilga.Nara Rosangela - 01/11/2020 14:17:25
Maravilhoso texto, Puggina, como sempre!Mary - 01/11/2020 00:02:22
https://www.boatos.org/politica/psol-pede-stf-banheiros-unissex-escolas-obrigatoriedade-ideologia-genero.htmlMenelau Santos - 31/10/2020 17:38:03
Esse assunto ir a plenario ja se constitui na morte da democracia.