• Reinaldo Azevedo
  • 19/04/2009
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ESTA MO? NÏ APRENDEU A ODIAR. ENTÏ UM TRIBUNAL RACIAL CASSOU A SUA VAGA NA UNIVERSIDADE

Da coluna de Reinaldo Azevedo - Revista Veja A covardia tomou conta do pa? e o racismo avan?. ?covarde boa parte da imprensa, que se cala diante do abuso de celerados racistas! ?covarde a Justi? que permite que a Constitui? seja violada sob o pretexto de se fazer justi?hist?a. ?covarde o Congresso Nacional, que tem cedido ao lobby dos racistas. S?covardes os que, mesmo discordando das leis racialistas, se conformam com a institui? de tribunais raciais no pa? ?covarde o Minist?o P?co — quando n??onivente — ao permitir, sem dar um pio, que direitos sejam cotidianamente agravados. Voc?certamente leram o caso da estudante Tatiana Oliveira, 22 anos, que cursa pedagogia na Universidade Federal de Santa Maria. Apelou ?ei das cotas para ingressar na faculdade. Declarou-se parda. Segundo entendi, seu pai ?esti? e a m??ranca. Leiam o que foi publicado no Globo On Line. Retomo em seguida: Logo depois da aprova?, Tatiana entregou os documentos que a UFSM exige dos futuros alunos. No caso dos cotistas afro-brasileiros, ?ecess?a uma autodeclara? do aprovado dizendo que ?egro ou pardo. Tatiana fez o que foi pedido e come? as aulas normalmente. A surpresa veio no dia 18 de mar? quando ela foi convocada para comparecer a uma entrevista na reitoria. Segundo Tatiana, na reuni?estavam sete pessoas, tr?negras. Por alguns minutos, eles a teriam questionado sobre sua ra? se j?avia sofrido preconceito e o porqu?a op? pelo sistema de cotas. Tatiana, filha de branca e pardo e neta de negro, respondeu: - Eu falei que me considero parda. Menos parda do que meu pai, porque minha m??ranca. Respondi que nunca sofri preconceito e que escolhi me inscrever no sistema de cotas porque ele d?hance para que n?de cor parda, possamos ingressar na universidade. Falei a verdade - diz Tatiana. Depois da entrevista, ela foi comunicada pela coordenadora do seu curso que a sua matr?la foi cancelada. A decis?revoltou Tatiana e sua m? a t?ica em Enfermagem Adriana Oliveira. - O que a UFSM quer? Que s?tre quem j?ofreu preconceito? Ningu?aqui usou de m??ara conseguir uma vaga. A Tatiana s? inscreveu por cotas porque entendemos que era um direito dela. Mas, pelo jeito, agora teremos de definir a cor da minha filha na Justi?- indigna-se Adriana. Voltei Olhem a que ponto chegou a estupidez! Escrevi h?ns dois ou tr?dias que os negros, no Brasil, s?6% da popula?. Um leitor, realmente curioso, indagou: “U?mas os negros j??s?mais de 50% do pa?” N? n?s? n? meu caro! Trata-se de uma mentira pol?ca e de uma farsa ideol?a. Em dezembro do ano passado, o Ipea, em parceria com o IBGE, divulgou a fal?a de que os negros j??49,8% dos brasileiros — 51,1% da popula? masculina. Como ?ue 6% viram 49,8%? Simples: pegaram os 43,8% de mesti? e somaram aos 6% realmente negros, e todos ficaram sendo “negros”. E “ser negro” est?ome?do a virar uma categoria pol?ca no Brasil. Esse grupo que o Ipea/IBGE pretende chamar de “negro” correspondia a 45,1% da popula? em 1993. Em 2007, saltou para 49,8%!!! Teria havido uma explos?de natalidade? N? Como a pesquisa ?eita com base na autodeclara?, ?vidente que mais gente passou a se declarar “negra” ou, a exemplo de Tatiana, “parda” porque isso passou a ser uma vantagem competitiva. Os n?os de dezembro de 2008 tinham sido parcialmente antecipados no dia 13 de maio daquele ano por ocasi?dos 120 anos da Aboli?. Divulgaram-se, ent? dados com o perfil racial das regi?brasileiras. A vigarice ?al, que se sustenta que a Regi?Norte tem 85% de... negros! ?um esc?alo estat?ico e hist?o. E que pode ser percebido a olho nu. A esmagadora maioria dos “pardos” daquela regi?deriva da mesti?em de branco com ?io. VALE DIZER: SE, NO PASSADO, FEZ-SE UM ESFOR? DE EMBRANQUECIMENTO DO BRASIL, HOJE, FAZ-SE O ESFOR? DO ENEGRECIMENTO. Antes que avance, uma observa?. N?me venham com a tolice de que os n?os s?s?os porque tirados do Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domic?os), O Pnad n?determina que “pardo” ?gual a “negro”. Essa ?ma leitura pol?ca, n?t?ica. Adiante. Comiss?fascist? Mesmo diante dessa avalanche de mentiras, de leituras ideologicamente interessadas, n?imaginei poss?l a brutalidade que colheu a estudante Tatiana. N? eu n?acho que ela seja “negra”. Quem diz que ela ?egra ? IBGE. Quem diz que ela ?negra” ? Ipea. Quem diz que ela ?egra ? pol?ca de cotas raciais. ATEN?O: TATIANA EST`NOS N?EROS OFICIAIS QUE DIZEM HAVER 49,8% DE NEGROS NO BRASIL. OU BEM ELA ?NEGRA E TEM “DIREITO” SUA VAGA (SEGUNDO A POL?ICA DE COTAS VIGENTES), OU BEM, COMO ?FATO, ESSES N?EROS SÏ FALSOS, E A POL?ICA DE COTAS RACIAIS FICA ABSOLUTAMENTE DESMORALIZADA. Sim, os n?os s?falsos, e tal expediente j?e desmoralizou. Mas est?m vig?ia. E Tatiana n?pode ser discriminada por uma comiss?que agora decide quem ? quem n??egro. Grupos como esse foram muito ativos na Alemanha nas d?das de 30 e 40 do s?lo passado... N?basta ser negro... Acontece, meus caros, que n?basta ser negro; ?reciso tamb?ser v?ma. N?basta dizer-se pertencente a uma minoria; ?reciso tamb?aderir ?ol?ca do coitadismo. N?basta dizer-se pertencente ao grupo; ?reciso exercitar um tanto de rancor. NÏ BASTA TER UM DIREITO (OU PRIVIL?IO); ?PRECISO TAMB? SER UM MILITANTE DA CAUSA. E Tatiana n??Tatiana ?lgu?a quem foi dado um “direito” — a ela e a milh?de outros. E ela resolveu exercit?o. Um certo Jorge Luiz da Cunha, pr?itor de Gradua? da universidade, que assina os documentos de cancelamento de vaga, disse o seguinte em entrevista: “Ela respondeu que nunca sofreu discrimina?, que nunca se considerou parda, que se considera mais clara que outros integrantes da sua fam?a e que, no vestibular, foi a primeira vez que se disse ‘parda’. Partindo do esp?to das pol?cas de a?s afirmativas, a comiss? que inclusive tem representantes do Movimento Negro, entendeu que ela n?se sente participante desse grupo”. Entenderam? Se o Minist?o P?co tiver vergonha na cara, aciona este senhor sob a acusa? de abuso de autoridade. A lei das cotas raciais n?exige que a pessoa se sinta discriminada ou tenha sido alvo de preconceito. O fato de haver pessoas do “Movimento Negro” — o “movimento” agora virou tribunal racial? — na comiss?n?torna legal a arbitrariedade. E se Tatiana tivesse mentido? Onde ?ue est?scrito que s? sofredores t?direito a cotas? Observem como as coisas se d? Essa gente toma para si a Constitui? e resolve reinterpret?a ao bel-prazer, transformando a desigualdade em instrumento de justi? Para que pudesse lograr o seu intento, reivindicou o direito de DECIDIR QUEM ?NEGRO. E foi assim que os mesti? se tornaram, ent? negros. Agora que lhe foi dado esse poder, executa a manobra t?ca das revolu?s vitoriosas: come? a fase dos expurgos. E AQUELES QUE DECIDIRAM QUEM ?NEGRO COME?M A DECIDIR QUEM NÏ ?NEGRO. Antes, diziam reivindicar um direito. Agora est?laro que, de fato, eles se tornaram concessores de privil?os. O Senado discute uma lei que oficializa o racismo no pa?sob o pretexto de instituir uma pol?ca de cotas em todas as escolas federais. Que preste bem aten? ao caso da estudante Tatiana. Obviamente parda, ela foi v?ma de um tribunal racial. N?que a cor de sua pele n?lhe d?direito” ?ota — segundo a lei vigente, d?sim. Ocorre que o problema de Tatiana est?o cora?: FALTA-LHE A DOSE NECESSRIA DE ?IO, QUE ?O VERDADEIRO ALIMENTO DO RACISMO. DE QUALQUER RACISMO.