• Percival Puggina
  • 12/11/2018
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ESCOLAS COM PARTIDO E SEUS ATIVISTAS

 

Escreveu-me certa feita um avô: “Minha neta estava estudando para a prova de História. Tema da prova: o período dos governos militares de 1964 a 1985. Como eu vivi esses anos todos como estudante e professor, muita coisa para mim é memória, enquanto para ela é história. Comecei a lhe explicar os motivos da ascensão dos militares ao governo do país, as encrencas que os movimentos ditos sociais arranjaram com os militares, etc. etc. Ela me interrompeu: ‘Vovô, o livro de História que eu tenho que estudar é petista, o professor é petista! Eu quero que você me explique o que eu devo responder para o professor me dar nota! A verdade você me conta depois!’".

 Este país, aos poucos, vai acordando de um sono letárgico. O predomínio da esquerda, iniciado na Constituinte de 1988, nos conduziu a anos de chumbo do intelecto brasileiro, causando gravíssimas sequelas. Entramos numa nebulosa cultural onde nem em bilhões de anos se produziria vida inteligente. A sociedade se desagregou e brutalizou, a violência se instalou, a criminalidade – pasmem! – teve reconhecido seu viés revolucionário e ganhou salvaguardas do politicamente correto. Dcadas de tortura da razão, da verdade, do bem.

 Duas gerações de brasileiros foram, em boa parte, submetidas a isso por professores que, diante do espelho, se veem como ativistas de um projeto revolucionário. O que aconteceu com o ensino de História daria causa, fosse ela sujeito menos passivo, a um processo de reparação por danos. Outro dia, falando a um grupo de estudantes, perguntei se algo lhes havia sido ensinado, em aula, sobre a Revolução Russa. Todos estavam a par dos motivos sociais, do absolutismo monárquico dos czares e do triunfo dos bolcheviques em 1917. E por aí terminavam as dissertações! Nada lhes fora informado sobre o totalitarismo comunista, o genocídio e o verdadeiro laboratório de taras políticas proporcionadas pelo regime ao longo das décadas subsequentes. Ocultação sumária dos acontecimentos!

 Gradualmente, nos últimos anos, a sociedade foi acordando de sua letargia para perceber o desastre em curso. O movimento e o projeto Escola Sem Partido refletem esse despertar. A reação a ele tem sido mais vigorosa do que a própria mobilização pelo projeto. Enquanto a mobilização é civilizada, a oposição tem o nível de uma campanha política petista, com direito a mistificação e histeria. Mobiliza pessoas que têm pela verdade da sala de aula o mesmo desapreço que têm pela verdade na História.

 Olavo tem razão. Não há, mesmo, doutrinação porque sequer saberiam como promovê-la. Há pura e simples enganação e ocultação. Sepultamento de fatos e autores. Cuidadosa construção de versões. Glorificação de camaradas e companheiros. Ao mar da ignorância as cinzas inconvenientes.

É claro que, sob tais circunstâncias, a ideia de registrar em vídeo ocorrências de sala de aula passa a ser vista (aí nova inversão da realidade), como forma de “opressão do aluno sobre o professor”... Toda mente formada fora dessa cápsula ideológica, sabe que o verdadeiro opressor é o professor militante, ativista, abusador cotidiano de seu poder, e que o registro de imagem é mera atitude de defesa dos colegiais e de suas famílias. O cérebro esquerdista, porém, anda por caminhos e traça sulcos num deserto onde só existe o querer revolucionário. Por isso, o discurso do pluralismo, da diversidade e da infinita tolerância (com as pautas de seu agrado) e a ação absolutamente intolerante para com tudo que o contrarie.

Nessa perspectiva, o que o professor manipulador diz e faz, constrói e destrói em sala de aula precisa ser tão secreto quanto os contratos de financiamento proporcionados por Lula e Dilma aos camaradas ditadores mundo afora. Sigilo na sala de aula. Juras de cumplicidade. O que aqui se diz, morre aqui.

Dê uma olhada no Google. Procure por Escola Sem Partido e peça para ver imagens. Você terá ali verdadeira aula sobre os interesses em jogo. Noventa e cinco por cento, ou mais, dos cards, memes, gravuras e cartazes sustentam a ideia de que a escola, sem partido, emudece o professor e emburrece os alunos. E esperam que todos concordem.

Imenso respeito aos bons professores! Também eles são vítimas dessa crise a que não deram causa. Teimosamente abrem, todos os dias, as portas do saber e da arte de viver.


* Percival Puggina (73), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A tomada do Brasil. integrante do grupo Pensar+.

 


Jonny Hawke -   12/11/2018 21:11:20

Hoje saiu uma pesquisa que o Brasil é um dos países que mais mal professor, e que ele não é valorizado. Sou professor de informática, e embora seja uma área diferente, vejo os professores das outras matérias falando que são injustiçados, mas defendendo Fidel até o fim. Será que eles tem noção quanto ganha um professor em Cuba?

Dalton Catunda Rocha. -   12/11/2018 19:05:26

Em 1964, menos de 20% dos brasileiros de 7 a 14 anos estudavam em escolas. A educação, mesmo básica, só existia para uma minoria de brasileiros. As ideias de Paulo Freire sempre foram largamente adotadas no Brasil; mesmo no Regime Militar. As ideias de Paulo Freire foram obrigatórias por lei, em todas as escolas de países "ALTAMENTE DESENVOLVIDOS" em educação, como por exemplo: Angola, Moçambique, Tanzânia, Burkina Fasso, etc. Como você acha que Paulo Freire viveu muitíssimo bem, na Europa e Chile de 1964 a 1979? Com o soprar do vento? Não. Os governos de Angola, Moçambique, Tanzânia, Somália, Burkina Fasso, Guiné, etc. o pagavam muito bem, pela assessoria de Paulo Freire, em assuntos educacionais. No Brasil de Sarney em diante, se tornou obrigatória para todas as escolas públicas, a imposição dos métodos de Paulo Freire para doutrinar os estudantes. Alguns resultados: 1- O Brasil é o país com maior número de crimes no mundo. 2- A taxa de crescimento do PIB brasileiro, que esteve em quase 7% ao ano de 1964 a 1985, declinou para menos de 2% ao ano de 1985 até hoje, em 2017. 3- O PT foi eleito quatro vezes seguidas, para a presidência do Brasil. 4- Viva Paulo Freire! Assim sendo, também digamos: Viva a corrupção,a criminalidade, a incompetência, o esquerdismo, a patifaria, a falsidade, a esquerda, a imbecilidade e a ignorância ! "Olavo de Carvalho fala algumas verdades sobre Paulo Freire" > https://www.youtube.com/watch?v=ag-kqDBFkAE