Percival Puggina
São facilmente percebidas as semelhanças entre os governos e administrações petistas no Brasil ao longo dos anos. Algumas dizem respeito a aspectos variados da vida social, como por exemplo: atitude hostil ao combate à criminalidade, desarmamento da população civil, ampliação por tortuosas vias administrativas das hipóteses de aborto, ideologia de gênero, pautas identitárias, aparelhamento das empresas estatais e da administração, leniência com as invasões de propriedade privadas, integração com países socialistas, comunistas e ditaduras.
Na área econômica, as semelhanças também são igualmente lesivas. Incluem políticas contrárias a privatizações, aumento do efetivo do funcionalismo e dos cargos políticos, claro. Tudo gerando aumento da carga tributária. Isso na ponta da demanda. Na ponta da entrega, falam bem as experiências no governo da União e nos estados da Federação que se entregaram ao petismo e às esquerdas.
Ou seja, características nitidamente estatistas. O PT ainda parece acreditar, e tenta fazer crer que o Estado cuida de outra coisa que não de si mesmo.
Para conversar com os parlamentares e convencer a sociedade de que pagar mais imposto é bom e faz bem, o PT e os governos de esquerda esgotam as artimanhas retóricas. A mais comum é aquela bobagem descomunal de que para o bem dos pobres o PT fará os ricos pagarem mais imposto, ou que com a nova regra “quem ganha mais paga mais e quem ganha menos paga menos”, nunca esclarecendo que esse “paga menos” é, na verdade, “paga menos a mais”.
O governo Olívio Dutra, aqui no Rio Grande do Sul, fez enorme propaganda em torno de uma “Nova Matriz Tributária”. Lembrei-me dela tão logo Lula e Haddad começaram a falar em Arcabouço Fiscal, um nome que se presta para muitas elucubrações. Em síntese, é a mesma coisa, uma forma de diminuir o dinheiro da sociedade e aumentar o do Estado.
Se há experiência resistindo bravamente ao tempo e às investidas dos mais intrépidos economistas da esquerda é a de que dinheiro na mão do Estado é vendaval. O que sai das mãos da sociedade para o governo reduz o consumo e reduz a produção. É uma opção clara pela pobreza, sem os merecimentos e virtudes de São Francisco de Assis e tantos outros. Ao contrário, a gente conhece a trajetória nada dignificante desse dinheiro.
O Congresso Nacional aprovou a investida contra os recursos da sociedade. Se pobreza e o baixo desenvolvimento humano têm uma receita certa, ela passa pelo enriquecimento do Estado à custa da nação; se há fórmula para criar uma sociedade de submissos, ela passa pelo aumento do poder do Estado. Entre as muitas maneiras de isso acontecer, além das que já estão postas em prática no Brasil, inclui-se o aumento da carga tributária, independentemente de para onde se diga que vai seguir o “novo” dinheiro “do Estado”.
Percival Puggina (78), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site Liberais e Conservadores (www.puggina.org), colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.
Carlos Eduardo Medeiros - 29/05/2023 09:21:08
Me pergunto onde estão as entidades das classes produtoras desse país, as nacionais e as regionais que assistem passivamente essa "mão grande" do governo para sustentar um estado pesado e ineficiente.mirza.maria - 25/05/2023 17:08:15
Dr. Puggina, infelizmente a direita não entendeu o que é ser oposição. O projeto não é bom e perdeu oportunidade em marcar posição. Agora aguentar as consequências?Duda Trielli - 25/05/2023 16:00:44
Parasitas do suor do pobre. Com essa gente, é só isso mesmo, regado com muita propaganda enganosa.JOSÉ LUIZ BORTOLI DE AZAMBUJA - 25/05/2023 14:33:08
Perfeito! É assim mesmo que a esquerda pensa e age. Na prática, em todos os países de esquerda, um pequeno grupo que comanda o partido, enriquece e vive bem e, quem trabalha e produz fica com migalhas (quando fica). Todos os "líderes" de esquerda enriqueceram, todos, sem exceção!Vera Helena Cardoso Sarro - 25/05/2023 12:23:45
Boa tarde professor. Esse arcabouço fiscal, que está mais para calabouço, passou no congresso sem nenhuma discussão ou esclarecimento do que se trata, com o povo, mas quem somos nós para a "democracia" do pt não é mesmo?Sergio - 25/05/2023 11:43:41
Olá. Esse povo necessita cada vez mais de mamata. Mas os pegadores de impostos estão preocupados com isso. Pelo visto não. Mas pergunta sobre abobrinhas. Sabem tudo. Assim anda esse país. Uma vergonha pura. Mas temos compromisso e vamos lutar por liberdade e outras conquistas. Um forte abraço.Leonco de Carvalho Bones - 25/05/2023 10:46:22
Já é histórico mundialmente os desgovernos esquerdistas, comunistas, corruptos ladrões criminosos que sugam a sociedade para saciar suas sanhas de roubos bilionários e o povo sem saúde, educação, segurança e a maioria miserável sem comida. Mas enquanto o povo não acordar e se libertar das amarras criminosas; eles se banqueteiam às nossas custas.Cláudia Oliveira - 25/05/2023 07:42:34
Bom dia professor! É triste assistir a isso tudo de mãos atadas.Manoel Luiz Candemil - 24/05/2023 18:16:08
A conduta do governo federal atual é contraditória, uma vez que almeja recursos tributários, mas contribui para o fechamento de considerável número de pessoas jurídicas, inclusive de grande porte, o que prejudica direta e indiretamente a arrecadação tributária!