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  • 15/04/2009
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Cerco ideol?o no Instituto Dom Barreto

Miguel Nagib N??reciso assistir a uma aula de Hist? no Instituto Dom Barreto (IDB), de Teresina, para fazer uma id? do cerco ideol?o a que est?sendo submetidos os alunos dessa conceituada institui? de ensino piauiense: basta visitar a p?na da coordena? da disciplina de Hist?, no site do col?o (http://www.dombarreto.g12.br/coordHist.asp, se o conte?houver sido mudado, clique aqui), e dar uma olhada nos textos ali oferecidos ?eflex?dos estudantes. S?eles: - A utopia de Betinho (texto de autoria de Betinho, intitulado “O elefante e o beija-flor”); - Betinho: uma vida dedicada aos mais humildes (texto de autoria de Betinho, intitulado “Um dia a vida surgiu na terra”. Trecho: “Todas as crian? imitam adultos que admiram, mas nem todas aprendem a conhecer Jesus e Francisco de Assis, Gandhi e Che Guevara, e crescem empolgadas com o exterminador do passado, do presente e do futuro.”); - O outro lado da hist? (texto de autoria de Jo?Pedro St?le, intitulado Na Ruta del Che. Trecho: Fomos [a La Higuera, cidade boliviana onde foi morto Che Guevara] dizer que continuamos com seu compromisso de seguir a mesma luta. Lutar todos os dias contra o analfabetismo, a desigualdade, a explora?, o colonialismo, a corrup?, o imperialismo e as transnacionais que continuam vindo aqui roubar as nossas riquezas naturais, agora na forma de soja, min?o de ferro, etanol, sementes, ?a, etc.) - Fidel X Bush (texto de autoria do pr?o Fidel Castro. Trecho: “Senhor Bush: o seu bloqueio genocida, o seu apoio ao terrorismo, a sua lei assassina de Ajuste Cubano, a sua pol?ca... [bl?bl?bl?.], tudo isso deve cessar.”) - O caso do bi?fo de Che Guevara (mensagem de Jon Lee Anderson, bi?fo de Che Guevara, a Diogo Schelp, da revista Veja, desacreditando a reportagem sobre Che Guevara.) - A internacionaliza? do mundo (texto de autoria do senador Crist? Buarque sobre a internacionaliza? da Amaz?); - A pobreza dos ricos (texto de autoria do senador Crist? Buarque, atribuindo aos “ricos” a responsabilidade pelos problemas do pa?– pobreza, criminalidade, falta de escolaridade, de saneamento b?co, de sa? etc. Trecho: “Os ricos brasileiros continuam pobres de tanto gastar dinheiro apenas para corrigir os desacertos criados pela desigualdade que suas riquezas provocam: em inseguran?e inefici?ia.”); - Acorda Brasil (mais um texto de autoria do senador Crist? Buarque, denunciando por atacado as mazelas sociais, econ?as e pol?cas do Brasil, como se ele – que al?de senador, j?oi reitor de uma grande universidade, governador do Distrito Federal e Ministro da Educa? do governo petista – n?tivesse nada a ver com elas.); - Che (texto de autoria de Emir Sader. Trechos: “H?ersonagens com uma tal estatura hist?a que, independente dos adjetivos e de todos os adv?ios, ainda assim n?conseguimos retrat?os em nada que possamos dizer ou escrever. O que falar de Marx, que permane??ua altura? O que escrever sobre Fidel? ... O Che ?m destes personagens c?cos. ... O Che veio para ficar. Novas gera?s, nascidas depois da morte do Che, continuam identificando-se com sua imagem, com seu sentimento de rebeldia, com sua coragem, com sua luta implac?l contra toda injusti?”) - Saber ?oder (texto de autoria de Max Luiz Gimenes – que se define como “militante do PSOL” – sobre a cr?ca de Ali Kamel ao livro-did?co “Nova Hist? Cr?ca”, de M?o Schmidt. T?lo: “A ‘Nova Hist? Cr?ca’ e a cr?ca da velha elite”. Trechos: “Em um artigo repugnante – que mais parecia um choramingo direitista – ....., Ali Kamel dedicou-se a atacar o livro “Nova Hist? Cr?ca – 8ª s?e”, de Mario Schmidt. .... Ah, a liberdade. Fundamento t?citado como a principal qualidade da sociedade capitalista. Mas que liberdade ?ssa, sen?a plena liberdade de se calar e obedecer ?predetermina?s da fraterna e intuitiva elite pol?ca e econ?a? Pois ?A elite determina, o povo cumpre e a roda da hist? continua a girar. ?assim que prega a hip?ta e pretensamente democr?ca cartilha liberal-burguesa.”) - Coordena? de Hist? faz reflex?sobre texto da revista Veja (apesar do t?lo, o que se v? um artigo assinado por Celso Lungaretti, intitulado “’Veja’ mira Guevara e d?iro no p? Trecho: “?o mesmo racioc?o tortuoso que a extrema-direita utiliza para tentar fazer crer que a morte de seus dois ?os e involunt?os m?ires (M?o Kozel Filho e Alberto Mendes Jr.) tenha tanto peso quanto a de quatro centenas de idealistas que arriscaram conscientemente a vida e a liberdade na resist?ia ?irania, confrontando a ditadura mais brutal que o Brasil conheceu.”); - 40 anos depois: Che Guevara ainda incomoda? (texto de autoria de Gilberto Maringoni: “Che Guevara e os mimos da fam?a Civita”. Trechos: “Os Civita detestam tudo que cheire a povo. Externam especial repulsa por coisas como Cuba, Venezuela, MST e quejandos. ... Os Civita gostam de dinheiro, poder e publicidade oficial, da qual suas revistas andam cheias.”) A julgar por essa amostra, n?h??a de que os professores de Hist? do IDB est?empenhados em “fazer a cabe? dos seus jovens e inexperientes alunos. Como se v?a ?a vis?de mundo apresentada aos estudantes ? da esquerda militante, mais ou menos radical, destacando-se, no conjunto, a preocupa? obsessiva com a boa fama do ?ne comunista Che Guevara, a indicar o quanto esse personagem deve ser idolatrado pelos professores e, consequentemente, tamb?pelos alunos. Betinho, Lula Miranda, Frei Betto, Jo?Pedro St?le, Fidel Castro, Crist? Buarque, Emir Sader, Max Gimenes, Celso Lungaretti e Gilberto Maringoni – TODOS os autores dos textos selecionados s?de esquerda. Mas ?laro que os alunos n?sabem disso. Pensam, na sua imaturidade e falta de conhecimento, que se trata de observadores isentos da realidade. N?imaginam, de resto, que seus professores sejam capazes de manipular as fontes de informa? com o objetivo de coopt?os pol?ca e ideologicamente. Por outro lado, os advers?os ideol?os da esquerda s?estigmatizados, para que os estudantes aprendam a reconhec?os como “inimigos da humanidade”, e deles de afastem, quando menos em p?co, por medo de patrulhamento. Os sites recomendados pelos professores seguem a mesma linha ideol?a. Entre os de atualidades, o do Le Monde Diplomatique Brasil e os das revistas Caros Amigos e Carta Capital; mas n?o da revista Veja ou de qualquer outra publica? menos identificada com a perspectiva esquerdista – ou governista, como queiram. Entre os blogs ou sites pessoais est?os de Paulo Henrique Amorim, Franklin Martins e Luis Nassif, mas n?o de Reinaldo Azevedo, Jo?Pereira Coutinho ou – an?ma! – Olavo de Carvalho. Em suma, o cerceamento da liberdade de aprender dos estudantes n?podia ser mais evidente. Como poder?os alunos do IDB adquirir uma vis?abrangente da realidade se as pessoas encarregadas da sua educa? lhes sonegam todo e qualquer acesso ?correntes de pensamento que n?se situem ?squerda do espectro ideol?o? Na mensagem do escritor Jon Lee Anderson h?ma frase sobre a qual, muito mais que os alunos, os pr?os professores e a dire? do IDB deveriam refletir: “Jornalismo honesto envolve fontes variadas e perspectivas m?plas, uma tentativa de compreender a pessoa sobre quem se escreve no contexto em que viveu com o objetivo de educar seus leitores com ao menos um esfor?de objetividade.” Se isto vale para o jornalismo, h?e valer, com muito mais raz? para a atividade ?ual se dedicam os professores do Instituto Dom Barreto.