CAMPANHA DE ?IO CONTRA O PAPA - Di?o do Com?io
6/4/2009 - 22h20
T?logo o Papa Bento XVI anunciou a reintegra? da Igreja tradicionalista na ordem p?onciliar – o que de si j? uma ironia, pois a novidade n?pode reintegrar em si a tradi?, e sim ao contr?o --, desencadeou-se contra ele uma das mais maliciosas campanhas de ? j?istas na m?a mundial.
Tr?epis?s marcaram os seus pontos altos.
Primeiro veio o bispo Williamson – um fact? na mais plena acep? do termo. At? v?era, ningu?o conhecia. Quando o descobriram entre os milhares de sacerdotes e fi? beneficiados pela suspens?de uma pena eclesi?ica coletiva, saiu do anonimato e tornou-se repentinamente um perigo para a esp?e humana, por ter emitido numa igreja de bairro, ante umas poucas dezenas de fi? se tanto, uma opini?antijudaica. Por toda parte ergueram-se gritos de esc?alo, significativamente voltados n?contra o bispo, mas contra o Papa. Como se a revoga? do castigo n?viesse do simples reconhecimento de um erro judicial velho de quatro d?das, e sim do endosso papal ?convic?s pessoais do bispo – at?nt?ignoradas n?s? Vaticano, mas do mundo -- sobre mat?a alheia ao seu sacerd?, ??at?a, ?raz?da penalidade e ?da respectiva suspens?
For?do a inculpa? por osmose at? ?mo limite do artificialismo, lan?a-se sobre toda a Igreja tradicionalista e, de quebra, sobre o Papa que a acolhera de volta, a vaga mas por isso mesmo envolvente suspeita de anti-semitismo. N?por coincid?ia, entre os mais inflamados denunciantes encontravam-se aqueles que tanto mais se esfor? para proteger os judeus contra perigos inexistentes quanto mais se devotam a entreg?os, inermes, nas m? de seus inimigos armados.
Depois, veio o epis? das camisinhas. N?h?omo medir os gritos de horror, as l?imas de esc?alo, as gesticula?s fren?cas de abalo moral com que a grande m?a reagiu ?eclara? blasfema de que esses sacrossantos dispositivos n?protegem eficazmente contra a Aids. Na verdade, n?protegem nada. Edward C. Green, diretor do Projeto de Pesquisas sobre Preven? da Aids no Harvard Center for Population and Development Studies, informa que a revis?mundial dos resultados obtidos nos ?mos 25 n?mostra o menor sinal de que as camisinhas impe? a contamina?. O ?o m?do que funciona, diz Green, ? redu? dr?ica do n?o de parceiros sexuais. Uganda, que por esse m?do e com forte base religiosa reduziu os casos de Aids em 70 por cento, ? ?o – repito: o ?o -- caso de sucesso espetacular j?btido contra essa doen?
Mas que importam esses dados? A camisinha n?vale pela efic?a, ?terialistas prosaicos. Ela ?m s?olo, a condensa? el?ica dos mais belos sonhos da utopia pansexualista, onde as criancinhas praticar?sexo grupal nas escolas, sob a orienta? de professores carinhosos at?emais (sem pedofilia, ?laro), e nas pra? os casais gays dar?li?s de sodomia te?a e pr?ca, para encanto geral do p?co civil, militar e eclesi?ico. De que vale a verdade, de que valem as estat?icas, de que valem as vidas dos ugandenses, diante de imagens t?radiosas da civiliza? p?rist?ue a ONU, o Lucis Trust, a m?a bilion?a e todos os pseudo-intelectuais do mundo almejam para a humanidade? ?em defesa desses altos valores que se ergueram gritos de revolta contra o Papa, esse estraga-prazeres, esse iconoclasta sacr?go.
Por fim, veio o document?o da BBC, onde o ex-cardeal Ratzinger ?cusado de proteger padres ped?os, determinando que fossem removidos de par?a em vez de punidos. ?claro que a coisa j?stava pronta fazia tempo, aguardando a oportunidade pol?ca, que veio com os esfor? de Bento XVI para restaurar a unidade da Igreja, algo que os ap?los da nova civiliza? temem como ?este.
A BBC, outrora uma esta? respeit?l, tornou-se uma central de propaganda esquerdista t?fan?ca e desavergonhada que o que quer que venha dela deve ser recebido a cusparadas, mas em todo caso vale lembrar que um padre formalmente condenado na justi?por pedofilia n?tem como ser removido de par?a, pois j?st?emovido para a cadeia. Restam os padres meramente acusados, sem provas judiciais v?das. A m?a quer que a Igreja os castigue assim mesmo, a priori, ?rimeira palavra que se publique contra os desgra?os. O cardeal Ratzinger ?cusado, no fim das contas, de n?ter feito isso. ?preciso toda a t?ica cinematogr?ca da BBC para dar a impress?de que se trata de coisa imoral, at?esmo vagamente criminosa. Mas, nesses casos, a realidade n?importa nada. A impress??udo.
Destaco esses tr?epis?s s?mo amostras, no meio de um bombardeio multilateral, incessante e crescente, no qual s?estupidez volunt?a pode enxergar uma simples conflu?ia de casualidades, sem nenhuma coordena? ou planejamento.
* Ensa?a, jornalista e professor de Filosofia