• Percival Puggina
  • 18/03/2018
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APRENDE AQUI, LULA

 Setores carentes da sociedade talvez se sintam mais seguros com alguém que posa de provedor de condições mínimas para sua subsistência, ainda que, em tudo mais, represente permanência na miséria. Setores privilegiados da elite funcional e empresarial brasileira devem a Lula muito dinheiro fácil, ainda que isso represente o caos e prisão ali adiante. Não se confunda, então, o povo brasileiro com Lula e vice-versa. Lula não representa o povo e não representa a elite porque a fruta estragada não significa o cesto e, menos ainda, a feira.

O povo brasileiro, contudo, não é como Lula. Lula não sabe o quanto ganha, nem quem lhe paga as contas. Não sabe o que tem e fornece essas respostas aos magistrados que o interrogam. Seus filhos beneficiaram-se do sobrenome e enriqueceram em negócios que tangenciavam o governo por vários lados. O povo brasileiro, enfim, não é como esses corruptos e corruptores do PT. Nem como os do PSDB, do PMDB, do PP e outros que reinaram nos governos petistas e buscaram proteção no governo Temer. Que a porta de entrada da cadeia lhes seja de serventia.

Como isso foi acontecer? De onde saiu a ideia de que um país pobre possa providenciar fortuna para quem se dedica às tarefas de Estado? Por que a corte republicana se julga titular de direitos, privilégios e padrões de consumo que não estavam sequer em cogitação no período monárquico? Quem enfrentar a difícil, mas fascinante, tarefa de perscrutar o perfil desses criminosos de colarinho branco, certamente vai encontrar indivíduos convencidos de que a unção popular é um “Abre-te Sésamo!” que franqueia acesso à gruta de Ali Babá. Uma espécie de direito de conquista que acompanharia o ato de posse. A pessoa não se considera extrapolando os limites da decência quando achaca um empreiteiro, recebe comissão num financiamento em banco oficial, ou é gratificado por emendar medida provisória para benefício de alguém em detrimento do interesse nacional.

O indecente patrimonialismo foi  o mal de Lula e de muitos outros. O ex-presidente não se constrange com tantos benefícios concedidos por pessoas que, de algum modo, colheram antes ou colheriam depois os correspondentes favores. Recebia, na boa, o terreno, o sítio e suas obras, o tríplex, os jatinhos e helicópteros à disposição, a conta corrente aberta em seu nome, um estádio para o Corinthians, as milionárias palestras pagas por empreiteiras que se beneficiavam de seu poder. A ele, a tantos como ele e aos muitos que julgam normais tais padrões de conduta, convém lembrar o exemplo do ex-governador gaúcho Valter Peracchi Barcellos num tempo em que probidade não era exceção, mas regra. O ex-governador, homem de poucas posses, ao término do mandato, retornou para seu pequeno apartamento de dois dormitórios num bairro de classe média de Porto Alegre. Amigos – amigos mesmo – cotizaram-se em segredo e lhe compraram um bom apartamento num bairro melhor. O coronel, imediatamente, enfrentando a mágoa e as reclamações dos que o haviam presenteado, doou o imóvel à Santa Casa de Misericórdia.

Por quê? Pelo seguinte, Lula: para que ninguém ousasse ver, naquela manifestação de estima, reconhecimento por algum benefício indevido que o governador houvesse prestado aos doadores.

Saibam os mais jovens: o Brasil não era um país como este em que vivemos hoje.

 

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* Percival Puggina (73), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.

 


Genaro Faria -   20/03/2018 19:25:42

JE SUIS BAGÉ. VIVA BAGÉ!

Beatriz Becher -   20/03/2018 02:41:02

A conduta do ex-governador deveria ser a regra de todo o agente público, gerir da melhor forma possível os recursos confiados a ele e não se apoderar deles como se fossem seus

Genaro Faria -   20/03/2018 02:36:59

Off topic: Não há motivo para alarme. Ainda estamos na penultima estação para Havana. A próxima escala é Caracas. Uma frustracão que mortifica os progressistas inconformados com o crônico atraso dos brasileiros. Com o nosso atávico atraso. Caracas passou Brasília pra trás. Que vergonha! Lá triunfou a minoria, ou melhor, as minorias. Porque as minorias é que construem a democracia. A verdadeira, popular. Governo da maioria é tirania. Toda maioria precisa ser reduzido à sua insignificância. À sua histórica irrelevância. O projeto revolucionário, com sua missão libertadora, há de silenciar, pelo terror, toda a estrutura moral, política e social que sustenta esses inimigos da revolução. Nessa encruzilhada da civilização é que nos encontramos neste começo de século que tanto pode ser o vestíbulo das trevas da nossa cultura, da nossa identidade nacional, como a redenção da pátria como um sentimento de gratidão pela herança que recebemos de nossos pais e de responsabilidade pelo que legaremos aos nossos filhos. Aproveitemos a oportunidade que ainda temos de escolher. A escravidão jamais pode ser uma alternativa humana.

maria da graça campagnolo -   20/03/2018 00:25:35

Isto é o rio Grande... Grande e diferente de sua pequenez Lula

Genaro Faria -   19/03/2018 15:14:15

O país fantástico, ou melhor, fantasmagórico criado pela manipulação das mentes levada a cabo pelos órgãos de desinformação, pelos "prostitutos" de pesquisa, mundo artístico e, principalmente, pela CNBB e herética rede de comunidades eclesiais está em demolição. Seus escombros revelam a caricatura satânica do comunismo ao país conservador em sua esmagadora maioria. Que os homens perversos sejam confrontados com sua torpe e cruel mentalidade criminosa. E bebam seu próprio veneno.

Ismael de Oliveiira Façanha -   19/03/2018 01:35:39

Olívio Dutra e mesmo Dilma, me parecem honestos; talvez uma certa "burrice" que lhes é peculiar, possa explicar isso...

Isac -   18/03/2018 15:19:06

Sabemos que o Lula e esquerdas subiram ao poder graças à militancia deles dentro da Igreja católica e nas seitas protestantes - tantos pastores e seitas beneficiarios deles e cupinchas que, mesmo sabendo ser o SAPO BARBADO como o alcunhavam, preferiram-no, graças à intervenção do infalível $enhor deu$, esse hoje em dia rei dos corações! Nesse caso acima, a ação da esquerda "católica" foi providencial, decisoria, mercê da esquerdista TL, obra prima da KGB para disseminar a doutrina marxista sob forma de doutrina católica reformulada em laboratotios de engenharia social, mas à realidade tratava-se do MARXISMO CULTURAL, como sucede até hoje, como ex., em O DOMINGO da esquerdista Edit Paulus, uma máquina atuante a serviço das esquerdas globalistas. Da mesma forma seu ParTido das Trevas-PT se manteve no poder por quase 14 anos, mesmo perseguindo a Igreja tradicional - de menos sua parodia, caso da TL - pervertendo as mentes e tentando implantar à força o aborto, pedofilia, ideologia de gênero, imoralidades e devassidões de todas as formas, a CNBB e as seitas, apesar de tudo, nunca a ele e seus asseclas importunaram, menos ainda os confrontaram nesse tempo todo, portanto coniventes. Como um chantagista comunista, tinha uma discurseira de amar de todo o coração os pobres, mas os empobrecia cada vez mais, no entanto, apenas os milionarios, capitalistas e burgueses com ele se entendiam e levavam vantagem! Lula - desgraça-mor do Brasil!

Luiz Pimentel Pereira -   18/03/2018 14:16:44

Quanta falta faz ao nosso Pais, homens da estirpe do ex-governador gaúcho, Valter Peracchi Barcellos. Parabéns ao sr. Percival Puggina, por trazer exemplos de homens com "espirito público". Que todos nós, no Brasil, tomemos como parâmetro a postura desse ex-governador.