• Percival Puggina
  • 24/07/2019
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A INCÔMODA MAIORIA QUE FALA NAS REDES SOCIAIS

 

 Usuários de redes sociais jamais deveriam esquecer as lições colhidas nos dias que se seguiram ao fechamento da mostra Queermuseu, no Santander Cultural de Porto Alegre, em setembro de 2017. A exibição, com indicação para escolares e financiamento público (quase um milhão de reais através da Lei Rouanet), tinha conteúdo sexual, homossexual e transexual associado à infância e a animais, e vilipêndio religioso com desrespeito a figuras e objetos sacros. Tudo tão ao gosto de quem se regala com esse tipo de coisa quanto inadequado para crianças. Só quem estava a serviço de alguma “causa”, na mídia, no Ministério Público e no mundo cultural poderia não ver ali conteúdo impróprio à infância.

 Graças às redes sociais, imagens chocantes das peças exibidas – repito: expostas ao público infantil – chegaram ao conhecimento da sociedade provocando rápida reação de clientes que começaram a fechar contas no Banco, levando-o a cancelar a exibição. Agiam conforme manda o bom figurino da cidadania em casos assim. Sem violência, civilizadamente e aos bons modos do mercado, que escolhe com quem quer manter relações comerciais e decide quais jornais e revistas quer assinar e quais emissoras de rádio e TV deseja ouvir ou assistir.

Como lição para a eternidade, o mais importante veio depois. Com raríssimas exceções, os meios de comunicação, seus formadores de opinião e o “mundo cultural”, em estado de choque e indignação, colocaram-se contra a opinião pública e contra o que denominaram reação conservadora. Aquilo, diziam, era um desrespeito à arte, coisa de gente atrasada, preconceituosa, em conflito com a laicidade do Estado e “flertando” (eufemismo que a esquerda anda gastando de tanto usar) com a censura. Ou seja, lançaram-se contra a imensa maioria da sociedade.

O protesto contra o fechamento do Queermuseu, realizado ante as portas cerradas do Santander Cultural, reuniu apenas um punhado de militantes perfeitamente alinhados com o conteúdo exibido além delas. Nem mesmo uma performance erótica com mulheres nuas conseguiu atrair espectadores...

Todo episódio compôs um momento simbólico, espécie de “Alons enfants de la patrie” da cidadania, a simbolizar a queda de um poder. As redes sociais se impunham como instrumento para democratizar o direito de opinião, proclamando a independência dos indivíduos em relação aos fornecedores habituais. Estes, por seu turno, reagiram de modo indignado ante o declínio de poder. Era como se a cada linha escrita ou cada frase proferida estivessem a clamar: “Não nos ouvem mais? Não nos atendem mais?”. Ao que se poderia responder: “Há outras opiniões e pontos de vista a merecerem atenção”.

Nessa mesma época, ouvi de amigos cientistas políticos a advertência de que as redes sociais fechavam-se em círculos de afinidade e que poderiam, por isso, ser ilusórias como informação sobre o conjunto da opinião pública. Era bem verdadeiro o que diziam. No entanto, essa miríade de círculos uniu conservadores, liberais e adversários da esquerda que se tinha por hegemônica e contava com a intensa militância em círculos de influência que tradicionalmente empalmavam o monopólio do direito se fazer ouvir. O tempo veio mostrar que a maioria ganhou voz nas redes e que a hegemonia esquerdista era coisa distrófica, desproporcional. Por isso, os círculos em que se expressa odeiam as redes sociais e a elas reservam os piores adjetivos.

 

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* Percival Puggina (74), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.

 


Isac -   25/07/2019 19:05:10

QUANDO DOMINAVAM SOZINHOS A MDIA GERAL OS COMUNISTAS.... Muito trabalho é feito neste mundo para enganar as pessoas, caso dos martelo e foice, ex apoderadores da midia de comunicação das massas para fazer as coisas parecerem diferentes do que são na realidade, porém, a verdade um dia vencerá; é como disse um dia Abraão Lincoln: “Podes enganar parte do povo todo o tempo e todo o povo parte do tempo. Mas não podes enganar todo o povo todo o tempo” Sem uma escala de valores que oriente a nossa vida e o nosso procedimento ético-moral-religioso, esse último em tudo em especial - não podemos ser felizes e não podemos criar um mundo feliz. Não podemos, por exemplo, tratar os nossos superiores com lisonja e os nossos subordinados com desprezo. Não podemos subir na vida com adulação e tramoias, pois isto deixa sempre um rastro de humilhação na pessoa afetada. Há um ensinamento profundo que diz o seguinte: quando se perdeu a fortuna, pouco se perdeu, pois isto não atinge a honra da pessoa; quando se perdeu a coragem, muito se perdeu; quando se perdeu a honra, tudo se perdeu, caso dos comunistas, para os quais inexiste a verdade, apenas a oportunidades de trapacear alguem e tirarem vantagens - uns inescrupulosos. Doravante, perderam a hegemonia e andam desesperados esganando-se de frustração e cometendo todo tipo de terrorismo das mais variadas matizes para compensarem essas perdas. golpistas como são e incorrigiveis! SEM MAIS CHANCES - PERDERAM PARA SEMPRE, AMÉM!

Eduardo -   24/07/2019 16:18:04

Verdade. O evento "Queermuseu" foi um tipo de "O Último Baile na Ilha Fiscal" para a reação e consequências racionais da maioria dos brasileiros. Pode-se dizer que aí surge o "ponto de inflexão" da vontade popular. Só lamento que a Igreja Católica (ainda com "I" maiúsculo por crença e não por respeito por seus chefes) tenha sido tão tímida e, até, covarde.

Luiz R. Vilela -   24/07/2019 14:09:58

Porque será que a parada gay foi proibida em Cuba? Será que o esquerdismo reinante na ilha, é "conservador"? Ou lá não existe o liberalismo dos costumes(ou libertinagem), como querem fazer por cá? O conservadorismo dos dirigentes cubanos, se assemelha ao dos evangélicos? E porque o que não pode lá, pode cá. Desde que o mundo é mundo, sempre houve barreiras nos costumes, algumas sociedades até eram mais abertas a certos critérios, mas sem nunca, nenhuma delas foi totalmente liberalizante em certas práticas, como querem que seja nos dias atuais. Sempre houve um limite, o qual ao ser ultrapassado, sempre trouxe prejuízo ao convívio harmonioso das pessoas. Tempos bicudos, estamos vivendo, o alastramento do uso de substâncias entorpecentes, e o liberalismo exacerbado de certas práticas, sempre mantidas como nefastas, dão no que pensar, afinal, onde iremos parar? E será que haverá volta? Ou este é na verdade o caminho do fim? Mesmo que não se seja religioso, e que ache a bíblia um livro fantasioso, porém ao se ler o livro do apocalipse, de São João, da para fazer comparações com acontecimentos atuais, onde diz ele, que coisas estranhas passariam a acontecer, e coisas realmente estranhas, acontecem atualmente. Se não tomarmos cuidados, o progresso e a tecnologia, ainda acabarão conosco.