• Adolfo Sachsida
  • 14 Abril 2015

Se existirem N maneiras de se aferir o sucesso de uma manifestação em (N-1) delas a manifestação do dia 12/04 foi um sucesso estrondoso. Existe apenas uma única medida para dizer que hoje não foi um sucesso: dizer que no dia 15/03 foi maior ainda. E é exatamente nesse ponto que vários veículos de comunicação estão se baseando. O dia 15/03 foi a maior manifestação pública da história do Brasil, o dia 12/04 foi a segunda maior manifestação popular da história do Brasil. As duas maiores manifestações populares da história brasileira foram feitas em menos de 1 mês uma da outra, dizer que o dia 12/04 foi um fracasso é o mesmo que reclamar que seu time “só” venceu por 3 a 0.

Por qualquer outro critério (que não seja a manifestação irmã do dia 15/03) o dia 12/04 foi um sucesso estrondoso. Vamos aos fatos:

1) Apenas em Brasilia, e de acordo com dados oficiais da PM, o dia 12/04 reuniu 25.000 pessoas, praticamente o mesmo número que os defensores do governo (recebendo bolsa de R$ 45) reuniram no Brasil inteiro na sua manifestação chapa branca do dia 13/03 (de acordo com dados da PM esse movimento pro-governo reuniu 30.000 pessoas em todo Brasil)

2) Na posse da presidente Dilma Roussef em 01/01/2015 pessoas do Brasil inteiro vieram prestigiar a presidente, público estimado pela PM de 20.000 pessoas (dados do UOL indicam menos de 6.000 pessoas). Ou seja, menor do que o público que foi hoje protestar contra Dilma.

3) No dia 07/04/2015 a CUT e vários movimentos sociais realizaram ato em Brasília, público estimado pela PM: 2.500 pessoas, isto é, 10 vezes MENOS do que o público presente hoje na Esplanada nos atos contra Dilma e contra o PT.

4) Hoje, apenas em São Paulo, a PM estimou em 275.000 pessoas o número de manifestantes. Quase 10 vezes mais que o número de manifestantes (vários recebendo R$ 45 para participar) chapa branca do ato pro-governo de 13/03.

De acordo com dados da PM foram 682 mil pessoas nas manifestações de hoje. Contudo, a própria PM admite que não computou dados de várias cidades (Recife entre elas). Em resumo, o dia 12/04 foi um sucesso estrondoso. Detalhe: o monopólio petista do norte/nordeste esta caindo.

http://bdadolfo.blogspot.com.br/2015/04/o-sucesso-estupendo-das-manifestacoes.html

 

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  • Rodrigo Constantino
  • 14 Abril 2015

(Publicado originalmente em O Globo)

Os ‘coxinhas’ acham que o professor deve apenas transmitir conhecimento objetivo, ensinar a pensar por conta própria, instruir seus alunos. Nós discordamos.

Presido uma ONG chamada Professores Unidos na Militância (PUM), que defende o direito de os educadores doutrinarem seus alunos com a ideologia marxista. Nosso guru é, naturalmente, Paulo Freire, o “patrono” da educação brasileira (não por acaso tão bem avaliada em todos os rankings internacionais). Sua “Pedagogia do Oprimido” é nossa Bíblia, e não há nada mais opressor do que o ensino burguês.

Os “coxinhas” acham que o professor deve apenas transmitir conhecimento objetivo, ensinar a pensar por conta própria, instruir seus alunos. Nós discordamos. Trata-se de uma estratégia dominadora da elite burguesa. Para nós, o professor é muito mais; ele é um educador, um agente de transformação social, alguém que ajudará a combater a alienação capitalista e instaurar finalmente o paraíso socialista por aqui.

A PUM aplaude, portanto, todo aquele professor que, em vez de ensinar a fazer conta ou a ler e escrever corretamente, convida os heróis do MST para palestras em sala de aula. É fundamental incutir na cabeça dos jovens que esses revolucionários lutam por “justiça social”, e são acusados de invasores de propriedade por aqueles ricos que rejeitam o conceito de igualdade.

Enquanto cada brasileiro não tiver a mesma renda independentemente do mérito (conceito burguês), a PUM estará lá, enaltecendo a luta de gente como Stédile, cujo exército foi convocado pelo ex-presidente Lula para defender a Petrobras, alvo da ganância dos capitalistas que a querem privatizada. O petróleo é nosso, e serve para financiar a revolução. Os “coxinhas” chamam isso de corrupção, mas é pura intriga.

Nossa meta é conquistar mentes e corações, como o novo ministro da Educação tão bem colocou. Estamos no nobre papel de trazer a juventude para o socialismo, custe o que custar. Não aceitaremos jamais a opressão das elites. Por isso ficamos, como ficava Freire, ao lado de figuras como Che Guevara, Mao e Fidel Castro. Eram homens que viveram em prol da igualdade, e trouxeram apenas paz e justiça ao mundo.

Outro dia, uma de nossas professoras trocou suas aulas por monólogos do MST, e um aluno reagiu, enviando uma carta para um blogueiro da “Veja”, aquela revista golpista. Não deixamos barato: fizemos um abaixo-assinado contra esta inaceitável agressão. Sim, agressão: quando alguém aponta nossa doutrinação, fazemo-nos de vítima, pois somos sempre oprimidos. Funciona.

Quando nos acusam de doutrinação, respondemos que tudo é doutrinação, inclusive ensinar matemática: isso já não é um claro instrumento de dominação capitalista e burguesa? Há também aqueles que querem ensinar a todos a mesma língua, outro evidente indício de doutrinação e preconceito linguístico. Cada um fala como quiser, e a linguagem das ruas é tão válida quanto a erudita. Nós pega o peixe!

É verdade que algum neoliberal poderá alegar que, se isso é assim, então tanto faz ter uma professora com mestrado ou uma zeladora analfabeta dando aulas de português. O argumento é bom, mas temos uma boa resposta: para “ensinar” a língua de qualquer jeito não é preciso mestrado, mas para doutrinar com base em Gramsci, sim! E esse é nosso real objetivo.

Outra coisa que gostamos muito de fazer, além da vitimização, é apelar à autoridade curricular. Quem esses críticos pensam que são? O “argumento” mais relevante é o currículo Lattes. Sua extensão é prova de sabedoria e de razão. Não importa se o mestrado foi conquistado com uma tese sobre o funk. Vale a quantidade de títulos concedidos por nossos pares, quase todos membros da PUM. Está tudo dominado!

Uma terceira via de defesa contra as acusações é usar a liberdade de cátedra como blindagem. Somos a favor da pluralidade de ideias, assim como os liberais. A diferença é que só lembramos desse princípio quando é para defender nossa doutrinação. Pluralidade, para nós, significa sempre empurrar goela abaixo dos alunos a visão de mundo marxista, e impedir o contraditório.

Se os alunos tiverem acesso a todas as vertentes do pensamento ideológico, sabemos que rejeitariam o socialismo em sua maioria, o que não podemos tolerar. Somos tolerantes só com os nossos, e intolerantes com os demais. Nossos fins utópicos justificam quaisquer meios. Aprendemos com Lenin e tantos outros. Devemos martelar incessantemente os dogmas vermelhos, até que os alunos saiam das escolas e universidades repetindo como papagaios nosso mantra. Isso sim é educar!

E a quem discorda podemos dizer somente uma coisa: que sejam bem-vindos ao nosso paraíso tolerante, como os “gulags” soviéticos ou o paredão cubano. Perdeu, playboy!

* Economista e presidente do Instituto Liberal

 

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  • Guilherme Fiuza
  • 12 Abril 2015


Delações indicaram que algumas centenas de milhões de reais escoaram do esquema para a campanha de Dilma
Se Dilma fosse uma ópera, ela se chamaria “Erenice”. Uma ópera em dois atos: 2010, a ascensão; 2015, a queda. A presidente ainda não caiu, mas o Brasil já está caindo. Ainda não se sabe se no abismo ou na real.

Dilma Rousseff declarou que sua campanha não recebeu “dinheiro de suborno”. Já o Lobo Mau declarou que não comeu a vovozinha. Cada um com a sua tática. Se os caçadores da floresta não tivessem aberto a barriga do Lobo, ele teria devorado também a Chapeuzinho. Os caçadores da Polícia Federal, do Ministério Público e da Justiça estão abrindo a barriga do PT e tirando um mundo lá de dentro. Mas a cabeça falante do partido continua jurando inocência pela boca da presidente da República. E a Chapeuzinho verde-amarela, coitada, continua na dúvida se acredita.

Antes de voltarmos à ópera, uma última contribuição à fábula. Querida Chapeuzinho: se o seu plano é ser devorada, fique à vontade. Continue acreditando em Dilma quando ela diz, por exemplo, que vai salvar a Petrobras. O humorista inglês John Oliver já caiu na gargalhada diante da presunção de inocência da presidente brasileira — e riu não por ser humorista, mas por ser inglês. Se bem que já há estrangeiros em vários países não achando a menor graça nessa novela. São investidores lesados pelo petrolão e, ao contrário da cordial Chapeuzinho, resolveram chamar a polícia. E lá a chantagem emocional dos guerreiros do povo não protege ninguém. Bandido é bandido.

As delações premiadas de ex-diretores da Petrobras e de empreiteiras convergiram com a do doleiro Alberto Youssef e cravaram: o PT transformou propinas do petrolão em doação legal ao partido. Em mais uma contribuição progressista para a História, os companheiros inventaram a propina oficial. Nada dos arcaicos recursos não contabilizados do mensalão: tudo certinho, tudo declarado, enfim, um roubo absolutamente dentro da legalidade. E as delações indicaram que algumas centenas de milhões de reais escoaram do esquema para a campanha presidencial de Dilma — aquela que não recebeu “dinheiro de suborno”. O acusado de operar esse milagre é o tesoureiro do PT, João Vaccari, que por essas e outras acaba de virar réu no processo da Operação Lava-Jato.

Vejam como Dilma Rousseff realmente é uma ópera. Toda essa engenhosa sucção nacionalista foi montada sob a presidência dela no Conselho de Administração da Petrobras. Está gravado e filmado para quem quiser ver: o ex-diretor da estatal e protagonista do escândalo, Paulo Roberto Costa, acha “estranho” que Dilma não soubesse do esquema. Mais estranho ainda sabendo-se que a montagem do esquema é atribuída a figuras-chave do partido dela, às quais a presidente jamais negou solidariedade — inclusive àquelas condenadas pelo mensalão. O que a inocência de Dilma foi fazer no meio dessa podridão?

Melhor reler o libreto. Está lá, no primeiro ato. Ano de 2010, eleição presidencial (na qual, maldita coincidência, outro delator aponta “dinheiro de suborno” na campanha de Dilma). Ali, nasce uma estrela: Erenice Guerra, braço-direito da candidata à Presidência, entra para a História ao levar a Casa Civil para as páginas policiais, demitida e investigada por tráfico de influência. Erenice era a mulher de confiança de Dilma, preparada por ela para ser sua superministra. Claro que os métodos de Erenice Guerra e a inocência de Dilma Rousseff jamais se cruzaram nos corredores do palácio. É estranho à beça, como diria Paulo Roberto Costa, mas a vida é assim mesmo. Estranha.

Saltando para 2015, o libreto da ópera faz ressurgir a grande personagem. Na Operação Zelotes da Polícia Federal, quem surge no seio de um escândalo bilionário envolvendo a Receita Federal? Erenice Guerra, agindo como principal assessora da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff. Mas Chapeuzinho verde-amarela continua chupando o dedo e ouvindo Dilma dizer que vai limpar tudo e nunca viu dinheiro de suborno. Adivinhem o que vai acontecer com essa menina distraída em mais quatro anos de ópera?

Quando Vaccari entrou na CPI da Petrobras, ratos foram soltos no recinto. Mas logo se deixaram capturar. Amadores. Vaccari admitiu que esteve no escritório do doleiro Alberto Youssef, mas disse que não sabia por que foi parar lá. Questão de ginga.

Ficar assistindo a esse show de inocência não é para qualquer estômago. O Brasil já desceu da arquibancada uma vez, e vai descer de novo. Os roedores não estão nem aí — continuarão ostensivamente oprimidos, anunciando que o petróleo salvará a educação, e roendo em nome da lei. Até que os brasileiros se cansem dessa cândida obscenidade e os enxote da sala.

Ou pararam de pagar ?

Abs,

* Jornalista

 

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  • Hermes Rodrigues Nery
  • 12 Abril 2015

O que é preciso evitar é que o governo e a mídia manipulem as manifestações, dizendo que as ruas querem a "reforma política popular" que eles próprios pretendem implementar.


O legado do PT no poder foi o de ter tirado as bases morais da democracia brasileira e provocar a maior crise política (crise sistêmica), nunca antes vista na história do País, em que não há o mínimo de confiança entre representantes e representados, em todos os níveis, em todos os aspectos. As instituições se tornaram simulacros, esvaziadas quase que inteiramente de qualquer vigor para fazer valer a defesa de princípios e valores humanos, sendo instrumentalizadas para os fins perversos de uma facção de poder, que utiliza a democracia como método revolucionário. Os que tem postos de decisão nas instituições optam pelo silêncio, por declarações ambíguas, pelo cinismo e por formas abomináveis de covardia. Os que detém algum poder nas instituições, preferem deixar serem usados e até prostituídos ou fazer de conta que vivem no melhor dos mundos possíveis, segundo a lógica de Pangloss. Muitos sabem que estão reféns desta facção de poder, mas preferem a omissão, o politicamente correto, até mesmo o recurso à mentira, ao marketing e tudo mais, na mais abjeta cumplicidade com o mal. Nunca se viu uma população inteira sem saber o que fazer, sem saber ao que se ater, sem confiar seja lá em quem for, por que não há lideranças, não há rumo, apenas a realidade gelatinosa [por isso perigosa] por extrair a perspectiva projetiva da realidade nacional. Muitos tombam no conformismo, sentindo-se impotentes diante do quadro que aí está, as poucas vozes conscientes vão sendo aquietadas, sofrendo até a exaustão, de muitas formas, enquanto se acentua, cada vez mais, a corrosão dos valores.

A Presidente Dilma Roussef age como se não houvesse crise, os convocados à CPI dizem que nada sabiam, que nada fizeram, que tudo é golpismo da oposição. Nem mesmo Sófocles se inspiraria tanto para escrever uma tragédia tão intensa. Todas estas personagens que frequentam as CPIs e vão e voltam ao Palácio do Planalto parecem mesmo viver "nas nuvens", como diria Aristófanes. Perderam o chão da realidade e vivem num teatro que não se sabe mais se é trágico ou cômico, mas que é terrível, porque ninguém sabe como irá terminar.

Há o apelo falacioso das forças revolucionárias pela "democracia direta", por uma reforma política que é apenas retórica, para radicalizar ainda mais o processo de desmonte das insitituições, de acirramento das vulnerabilidades, para que a facção de poder, em meio ao pântano que se tornou o cenário político, junto a outras forças, inclusive internacionais, possam se mover com mais avidez de poder, de controle, manipulação e perversão social. Nesse contexto, os fracos não podem mais contar com a legislação, pois que a lei se tornou a arma do forte, com seus embustes cada vez mais sofisticados, com suas hermenêuticas mais favoráveis aos que tem o poder, o mando, e as astúcias dos que assaltaram o Estado brasileiro e o aparelharam, vão conduzindo a uma consoliação ainda maior da facção de poder, ideologicamente cada vez mais à esquerda, com todo o populismo e o clientelismo, e toda espécie de trapaças que fariam Maquiavel se empalidecer diante de tanto pragmatismo e imoralidade.

Resta saber que rumo irão tomar as manifestações de rua, que desde o dia 1º de novembro vem clamando pelo "Fora Dilma, "Fora PT", "Fora Foro de São Paulo", etc. A indignação da população não pode ser convertida astutamente pelos marqueteiros do Palácio do Planalto como argumento a justificar a agenda que o próprio governo quer implantar, com o pretexto de combater a corrupção, que eles mesmos fizeram chegar a um nível tão extremo, com o mensalão, petrolão e tudo mais. O que é preciso evitar é que o governo e a mídia manipulem as manifestações, dizendo que as ruas querem a "reforma política popular" que eles próprios pretendem implementar, com o discurso já defendido pela CNBB, por exemplo, em seu documento 91, ainda em 2010, de radicalização da democracia. Não se sabe quem são títeres e quais forças exatamente estão os movendo. O fato é que o tempo atual requer vigilância, pois não será tão fácil libertar o Brasil da facção de poder que o levou a esta crise sistêmica.

* Coordenador do Movimento Legislação e Vida 

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  • Maria Lucia Victor Barbosa
  • 10 Abril 2015

Observando o que acontece com o PT fica-se a pensar na possibilidade desse partido não ter construído sozinho suas estratégias para alcançar o poder e lá permanecer. Afinal, parece não haver mentes brilhantes na grei petista.

Tampouco Lula da Silva é um gênio do jogo político ou um estadista como exageram alguns. Sem dúvida, foi escolhido pela cúpula petista e algo acima por sua retórica verborrágica que faz dele um enganador bem-sucedido. Além disso, Lula se ajustou hipoteticamente à ideologia marxista como uma espécie de proletário. Ajudou sua origem simples e o fato de ter passado rapidamente pelas lides metalúrgicas. Construiu-se, então, a imagem do homem comum tão bem aceita pela massa por transmitir aquela agradável sensação de identidade: ele é um de nós que chegou lá.

Habilmente a propaganda consumou o culto da personalidade que ampliou o poder de enganação do “pobre operário”, contra o qual toda crítica foi tomada como preconceito e heresia. Lula da Silva consagrou o detestável politicamente correto que inibiu os que poderiam arranhar seu santo nome.

Com medo de sua popularidade qualquer oposição, partidária ou institucional, calou-se diante de seus desmandos, de suas gafes, de seu linguajar chulo e insultante à língua portuguesa. E essa aceitação incondicional, mais a propaganda de fazer inveja a Goebells deram aos “mandarins” petistas e a Lula da Silva a força que parecia os tornar invioláveis.

No entanto, se Lula foi hábil como orador de porta de fábrica, perito como politiqueiro, nunca administrou o país. Seu negocio foi jogar futebol, comer churrasco e fazer viagens dignas de um emir. Em suma, Lula é um falsário e uma fraude construída não só pelo PT, mas por uma organização internacional, o Foro de São Paulo, fundado por Lula, Fidel Castro e outros do figurino esquerdista. O objetivo do Foro é promover a integração da América Latina e formar a Pátria Grande Comunista através de partidos, entidades de classe, ONGs, movimentos sociais.

Na quarta tentativa o PT chegou ao poder mais alto da República. Não foi preciso dar um tiro sequer. Lula vestiu Prada, mudou o discurso, deslumbrou a hoje achincalhada classe média composta por intelectuais, estudantes, professores, artistas, religiosos, profissionais liberais, jornalistas, funcionários públicos, que fizeram de sua ideologia uma religião, do PT uma seita e sentiram-se guerreiros imortais da luta de classes. Lula prometeu tirar os pobres da pobreza. Aos ricos garantiu mais lucros.

Ao tomar posse a nova classe dirigente deu continuidade a politica macroeconômica do governo anterior, antes criticado de modo estridente, inclusive, aos berros de fora FHC. Não foi dado calote no FMI nem se rompeu com os Estados Unidos. Ao mesmo tempo, utilizou-se a política econômica antes xingada de entreguista e neoliberal.

Por outro lado, avançou a centralização do PT que dominou o Legislativo, o Judiciário e significativa parcela dos meios de comunicação. Na mesma linha intervencionista e autoritária houve várias tentativas de censurar a imprensa, como as Comissões de Redação, a criação da ANCINAV (Agência Nacional de Cinema e Áudio Visual) e a instituição do CFJ (Conselho Federal de Jornalismo). Agora o governo petista fala em regulação da mídia e Rousseff apontou a necessidade de punir os “crimes” cometidos na Internet.

Mas se o Foro de São Paulo é comunista, como poderia dar certo se esse sistema fracassou em todo mundo? Quer melhor exemplo de fracasso econômico e social do que o da Venezuela, Bolívia, Argentina? Quanto a Lula da Silva, se surfou por 12 anos na demagogia encontrou o fim de todo malandro: foi engolido por sua esperteza. Isso se deu quando ele elegeu o “poste” Rousseff. Nos quatro anos em que continuou como presidente de fato, ele e sua criatura que não consegue juntar uma frase com outra, detonaram a economia Brasileira, enquanto a corrupção desenfreada atingia seu auge com o escândalo do petrolão.

O PT tenta resistir, fala em hegemonia do partido, propõe tirar verbas da imprensa não domesticada, proclama-se inocente. Entretanto, não há governo que resista quando a economia vai mal. Em pânico, os dirigentes petistas percebem que até Lula da Silva não é mais o mesmo. Rousseff, a incompetente, totalmente desacreditada é descartável e já foi substituída por seu vice Michel Temer (PMDB), mas sem Lula o PT acaba, pois quem poderá substituí-lo em 2018? Mercadante? Haddad? Marco Aurélio Garcia? Rui Falcão? Impossível.

Então, quem sabe se por inspiração do Foro de São Paulo, Lula da Silva já sonha com a criação de uma Frente Ampla, que esconderia o PT desmoralizado e englobaria partidos de esquerda, ONGs, ditos movimentos sociais, enfim, tudo que compõe a tranqueira esquerdista do Brasil. Os candidatos não sairiam pelo PT, mas da Frente Ampla do Atraso. Uma ideia engenhosa. Resta saber se vai daR CERTO.

* Socióloga.

ww.maluvibar.blogspot.com.br 

 

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  • Thomas Korontai
  • 10 Abril 2015

 

Queremos todos, ou pelo menos 95% da população brasileira, retirar esse grupo do poder central. Não há mais dúvida. E isso é ótimo pois dá uma brecada nos planos do Foro de São Paulo, que quer implantar um novo modelo de socialismo. No fundo, todos são iguais, pois suprimem os valores da Sociedade Humana – a liberdade, a propriedade e a vida. Sim, a vida, pois transformam todos em zumbis.
 

O QUE FAREMOS?
Dia 12 é mais um dia especial para o Povo Brasileiro forçar a saída de quem ainda insiste em ficar no Poder. Quem sabe esse grupo insólito saia do poder de uma vez já na próxima semana. Seja por renúncia, seja por impeachment. E isso é absolutamente democrático. Mas, e depois? O que faremos? Um novo grupo político ao entrar, assume e ainda vai ter que enfrentar os problemas e desafios cujas dimensões ainda não se tem muita certeza, verdadeiros icebergs, cujos pedaços vem sendo revelados dia após dia, em cada nova operação policial.
 

COMBATER A CAUSA
O que é melhor e mais efetivo? Combater efeitos ou causas? Certamente, a causa. O Brasil está adoentado há longa data, desde o início de sua existência, quando o Estado se instalou antes do Povo. Ok, nada podemos fazer em relação ao passado, mas em relação ao futuro, sim. Qual é a causa então? Simples, atávico, lógico demais para ser despercebido, mas assim sempre o foi: a concentração excessiva de poderes e dos recursos públicos.
Cerca de 75% de toda a arrecadação tributária vai para Brasília. Praticamente todo o poder político se concentra em Brasília. E os modelos de organização, tanto do Estado, quanto dos Poderes, quanto das esferas de poder, que colocaram o município como “ente federativo” criaram esse Frankenstein federativo, que é na verdade, um modelo absolutista disfarçado de democracia.

REFUNDAR O BRASIL
O que fazer? Refundar o Brasil. Sim, parece radical, mas se você observar todo o sistema, em todos os setores da vida pública e até empresarial do País, tudo apodreceu. Uma constituição que tem 2/3 que nada valem, garante esse quadro cada vez mais surreal. Um conjunto de normas tributárias que passam dos 4,2 milhões desde 1988, juntamente com mais de 80 emendas constitucionais, revelam o mar de insensatez tupiniquim.
A solução é desconcentrar os poderes, em todos os sentidos. Financeiro, político, legislativo, administrativo e judiciário. Refundar o Brasil para uma verdadeira Federação de estados autônomos e cidades que possam escolher seus prefeitos sob contrato ou eleição sem partidos políticos. E porque não conselheiros voluntários no lugar de vereadores pagos? Precisa mexer no queijo de todos.

BENEFÍCIOS
Quais os benefícios de uma refundação? Um novo modelo federativo, sob um novo texto constitucional, de princípios, tal como a Carta americana com 7 artigos e apenas 27 emendas ao longo de 225 anos desde sua independência.
Tal modelo permitirá todas as reformas que tanto queremos: do sistema tributário, do sistema político, do sistema legislativo reformando o modelo de representatividade, possibilitando a completa abertura do mercado brasileiro, interno e externo. Rever o papel das empresas, que devem deixar de ser recolhedoras de impostos para apenas produtora de bens e serviços. Nenhuma nação funciona sem o sangue monetário, sem atividade econômica.

PAUTA COMO NAÇÃO
Para quem compreendeu, por estas simples linhas, o que é CAUSA e o que é EFEITO, vai ficar fácil perceber que os benefícios advindos de um novo modelo federativo, pleno, colocará o Brasil olhando para o II Milênio, deixando de olhar para trás, como sempre fez até agora. E compreenderá que, como dizia Einstein, é insanidade imaginar que se possam obter resultados diferentes fazendo as mesmas coisas de sempre.

Dia 12, nas ruas? SIM! Mas está na hora de revermos nossa agenda, nossa pauta como Nação.

 

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