O título é de um daqueles que um dia lemos quando ainda éramos tão jovens que ele mais nos impressionou do que nos ensinou. Não por culpa dele, mas da profundidade que nossa pouca idade não nos permitiria mergulhar.
Mas não é dessa obra de estreia de Clarice Lispector, tão marcante na literatura brasileira, e em minha vida, que eu que falar. Não quero falar desse coração íntimo, no entanto tão estranho, que não aceita o desprezo do intelecto sem cobrar um preço devastador do ser humano. Sobre seu palpitar e a fúria selvagem com que se lança contra aquele que deveria ouvi-lo, mas o desdenha, é melhor abrir o livro de Clarice para ouvir suas advertências.
Meu propósito é infinitamente mais modesto. Até porque, desde muito pequeno, eu tenho medo do escuro. E o lugar mais escuro do universo fica dentro de nós. Deve ser por isso que Deus plantou nele Seu mais insondável mistério.
Não, eu quero falar de outra fera. Que é muito menos misteriosa. Essa fera coletiva, superficial, que se chama povo. Aparentemente, uma fera epidérmica, sem alma, racionalmente manipulável desde que se domine sua psicologia. Como se pode colocar um cabresto ou uma coleira e controlar os instintos de outros animais. Sim, outros, porque para os que assim cogitam, nós somos apenas mais uma espécie, quiçá, dotada de um intelecto mais inteligente. E por isso mesmo mais útil, porém mais rebelde. Difícil de ser domesticada.
Uma fera, portanto, que não tem nome. E muito menos, sobrenome. Que dirá uma história que as mais remotas lembranças poderiam contemplar, sob a pátina do tempo. Ou que a fotografia de um velho álbum de retratos possa testemunhar de um tempo findo, intangível, e por isso mesmo tão lindo.
É desse coração selvagem, mas perfeitamente domesticável, que cuidam os marqueteiros, bilionários, das campanhas eleitorais. Seu mister é produzir um boneco, ou uma boneca, que precisa vender que o produto dos concorrentes.
E vende mesmo, sobretudo se os ventos dos patrocinadores da campanha publicitária puderem soprar com mais força.
Mas o povo não é um coletivo de corações que se despreze, guardados em algum baú, no porão, como os bonecos de pano, bodoques e outros brinquedos da fantasia de nossa infância, sem vida, sem presente nem futuro. Mortos.
O povo é a soma de cada um dos corações selvagens, individuais e intransferíveis, que não se confundem com outros. Não se anulam.
É o indivíduo, cada um de nós que se insurge contra todo modelo que ignora essa natureza. Que por tão insondável, maravilhosa e única, inigualável, só pode ser divina.
Assim é o nosso coração selvagem. Para nos proteger dos bárbaro e, ao mesmo tempo, nos desafiar a voltar ao baú do porão para tirar de lá as asas da eternidade que esquecemos de voar.
Publicado na versão impressa de VEJA
O sr. José Carlos Bumlai deverá ter prioridade de atendimento na portaria principal do Palácio do Planalto, devendo ser encaminhado ao local de destino, após prévio contato telefônico, em qualquer tempo e em qualquer circunstância.
Eis aí o que estava escrito numa ordem exibida no saguão de entrada do Palácio do Planalto durante o governo do ex-presidente Lula, visível para qualquer pessoa que soubesse ler uma frase em português. Quem poderia querer mais que isso, em matéria de força junto “ao homem”? Nem o presidente Barack Obama, ou o papa Francisco, se fosse papa naquela época, podia chegar ao Planalto e ir entrando assim direto, “em qualquer tempo e em qualquer circunstância”. Mas nesta vida tudo passa, e às vezes passa da pior maneira possível. Dias atrás esse Bumlai, o único cidadão do planeta com direito a entrar na sala de Lula quando lhe desse na telha (ao que se diz, só a primeira-dama tinha a mesma licença), viu-se cercado por agentes de polícia em Brasília, preso por suspeita de corrupção em negócios com a Petrobras e despachado para um xadrez da Polícia Federal em Curitiba, por causa dos processos penais da Operação Lava-Jato. Nem Deus sabe no que pode dar isso tudo. Mas ficou positivamente certo, acima de qualquer dúvida, que um amigo de primeiríssima intimidade de Lula, mais forte que qualquer outro pelo tratamento oficial que lhe davam no Palácio, está na cadeia. Que tal? Não foi a imprensa que escreveu a tal ordem exposta na portaria principal do edifício de despachos do ex-presidente, nem a oposição, nem as elites. Alguém lá dentro achou que era uma boa ideia deixar uma coisa dessas registrada por escrito - e agora é impossível negar o que foi feito.
A prova da intimidade entre Lula e Bumlai já está dada, de graça, sem a necessidade de cinco minutos de investigação policial, e não há nenhuma maneira de sustentar que isso é algo normal. Pecuarista de vida financeira tumultuada, dono de empresas falidas e assim mesmo presenteado com cerca de 500 milhões de reais em empréstimos do BNDES, Bumlai está metido em muitas das histórias mais tenebrosas do surto de corrupção na Petrobras ao longo dos governos Lula e Dilma Rousseff. A começar por uma questão básica: que raios estaria fazendo um criador de gado no meio de negócios bilionários com petróleo? Agora, mais uma vez, o público será chamado a fazer um esforço de fé em modo extremo para achar que não aconteceu “nada de mais”. Bumlai, entre um caminhão de outras explicações do tipo “carne moída”, que o deputado Eduardo Cunha apresentou para justificar milhões de dólares que recebeu no exterior, sustenta o seguinte: um empréstimo que tomou sem garantias, e nunca pagou, de um banco beneficiado num contrato de 1,6 bilhão de dólares com a Petrobras não foi uma doação - a dívida sumiu, segundo diz, com a venda de “embriões de boi” para o credor. Bumlai sustenta, igualmente, que não é amigo de Lula; é um mistério, nesse caso, por que só ele tinha de ser atendido imediatamente quando chegava ao Palácio do Planalto. E o próprio Lula sustenta o quê? Não sustenta nada; simplesmente não fala sobre isso. É onde estamos.
*** Depois do pecuarista amigo, o senador Delcídio Amaral, do PT, líder do governo no Senado - nada menos que isso. Depois do senador, o banqueiro André Esteves, promovido a cinco-estrelas da alta finança brasileira nestes anos de ascensão social criada pelos governos Lula e Dilma Rousseff. Fica mais grave, a cada dia, a superlotação do sistema carcerário neste país.
*** Nada como um bom retrocesso, de vez em quando, para fazer as coisas irem para a frente. Depende, é claro, do tipo de “retrocesso” do qual se está falando - no caso, é o que Lula considera retrocesso, e a experiência mostra que, quando ocorre o contrário do que ele quer, a possibilidade de erro é realmente mínima. Acaba de acontecer com a eleição do novo presidente da Argentina, uma liderança que horroriza o triângulo Lula-Dilma-PT e manda para o espaço os seus sonhos de uma América Latina de “esquerda”. Espelho do governo brasileiro de hoje, a Argentina companheira foi derrotada nas urnas, após doze anos de desastre contínuo - e agora sobra à política externa do Brasil, como supremos aliados, a companhia de potências como Venezuela, por enquanto, ou Bolívia. A Argentina, com certeza, voltará a fazer parte do mundo que dá certo, e como tal será tratada. O Brasil da recessão de 3% e dos 9 milhões de desempregados continuará “progressista” e dando errado.
Democracia não é paz de cemitério. A movimentação política que se segue após o anúncio de abertura do impeachment da presidente Dilma Rousseff é saudável, republicana e segura diante da fortaleza de nossas instituições. A abertura de uma comissão especial na Câmara deve escancarar os crimes fiscais cometidos pela nossa chefe de Estado e fundamentar as bases para seu afastamento.
Um dia após o anúncio, na Convenção Nacional do Democratas, em Brasília, pudemos divulgar manifesto com uma mensagem bem clara: é hora de sair às ruas novamente pelo impeachment. Já há todas as condições legais e políticas para a conclusão do processo. Se os brasileiros, como um todo, manifestarem sua decisão pela mudança, o Parlamento seguirá sua voz e seu comando.
Lembro-me de que foi por meio do mesmo recurso –um manifesto– que a então Frente Liberal, comandada pelos saudosos Aureliano Chaves e Marco Maciel, apresentou à nação, em 1984, os pilares de uma insurgência que viria a possibilitar o fim do regime militar e a volta da normalidade política ao país. Orgulho-me em afirmar que esse partido tem história, tem referência e tem a honradez de ter se mantido fiel aos princípios democráticos durante toda a sua trajetória. Não poderia ser diferente agora.
No momento dos grandes protestos que mobilizaram milhões em todo o país neste ano, quando muitos se mostraram desiludidos por não verem uma resposta satisfatória do Congresso, tivemos a coragem de solicitar a antecipação das eleições. Eu fui à tribuna defender a renúncia geral do Parlamento como forma de resgatarmos a credibilidade com a população. Estamos agora colhendo os frutos de nossa coerência. A população reconhece todo esse esforço e confia em nossa atuação.
A partir de agora, uma vez instalada a comissão especial na Câmara que deve analisar o pedido, minha agenda e a de todos que querem tirar o Brasil dessa crise deve ser uma só: caminhar por todos os Estados em prol desse objetivo. É mostrar que o Brasil tem solução rápida, basta tirar o PT do poder que a credibilidade e a esperança voltarão a florescer. Esses são os dois maiores fundamentos que faltam –e o comportamento positivo do mercado um dia após a abertura já deu essa sinalização. Todos anseiam por mudança.
É preciso rapidez. É desesperador saber que 6.000 pessoas perdem o emprego diariamente no país, gerando um cenário de aumento da miséria e da violência. Prolongar esse problema até 2018 significaria mais três anos de recessão, empobrecimento e inflação. Significaria também contribuir para um processo crescente de desobediência civil. O cidadão já reclama que, mesmo com apoio popular, dentro das regras democráticas, com denúncias embasadas, o impeachment não avança.
Por tudo isso tenho trabalhado para derrubar o recesso parlamentar neste final de ano. Não há como explicar à população que, uma vez diagnosticado o mal maior, vamos interromper por um mês o tratamento recém iniciado. Isso é jogar contra, é prejudicar ainda mais a já combalida imagem do Congresso junto à opinião pública. Vou lutar para uma convocação extraordinária que dê condições para a comissão analisar o processo de impeachment com celeridade e que ainda em dezembro se conclua esse primeiro momento.
Aí sim, uma vez conhecido o seu parecer, que o povo possa acompanhar na Esplanada dos Ministérios, um a um, o voto aberto de cada deputado em plenário e depois o julgamento no Senado. De forma democrática o país vai tirar a crise do gabinete presidencial e vislumbrar um novo país, com as instituições ainda mais fortalecidas.
(Publicado originalmente noo Diário do Comércio)
Até os anos 80 do século passado, programas como sex lib, feminismo, gayzismo, abortismo e liberação das drogas eram, para os governos comunistas, desvios pequeno-burgueses criados pelo imperialistas ianques para afastar a juventude da luta pelo socialismo.
Decorrida uma geração, todos esses temas foram absorvidos no discurso revolucionário e muito contribuíram para que o esquerdismo, aparentemente condenado à morte pela queda da URSS, não só sobrevivesse como se tornasse a força política dominante na Europa e nas Américas.
Se isso não basta para tornar evidente a potência de autotransformação camaleônica do movimento revolucionário mundial, não sei mais quantos desenhos seria preciso esboçar no quadro negro para ilustrá-la. No entanto, pouquíssimas são as inteligências que, nas hostes liberais e conservadoras, se deram clara conta desse fenômeno e de suas conseqüências.
Mas outras mutações concomitantes, tão vastas e profundas como essa, vieram a tornar o panorama ainda mais confuso.
Cito somente quatro:
1. A invasão islâmica, a “ocupação pela imigração”, cuja realidade muitos negavam até ontem, é agora um fato patente que ameaça a segurança de todas as nações ocidentais. Ao mesmo tempo, o cristianismo vem sendo cada vez mais banido da esfera pública, só deixando aos governos, mesmo soi disant conservadores, a saída de opor, à islamização crescente, o apelo aos mesmos valores laicos “politicamente corretos” que a esquerda conseguiu impor como normas universalmente válidas.
O resultado é óbvio: a invasão islâmica não cessa, mas a esquerda se afirma cada vez mais como a grande e única salvadora das democracias, que ao mesmo tempo ela solapa mediante o apoio ostensivo à imigração muçulmana em massa como alternativa “pacífica” ao terrorismo.
2. Instruído ao menos parcialmente pelo “eurasianismo” de Alexandre Duguin, o presidente russo Vladimir Putin decidiu empunhar a bandeira do cristianismo tradicional e brandi-la contra o Ocidente hedonista e agnóstico, ganhando com isso o apoio de amplas faixas de conservadores desiludidos.
Desiludidos seja com o establishment americano, impotente para livrar-se de um bandidinho chinfrim sem documentos que já mal esconde suas simpatias islâmicas; seja com a Igreja Católica, cujo Papa se parece cada vez mais com um upgrade improvisado do sr. Leonardo Boff.
Ao mesmo tempo que seduz esse público, porém, Putin vai, mediante acordos de cooperação econômica e militar, dando a maior força aos movimentos esquerdistas por toda parte, colocando os conservadores na posição desconfortável de servir a seus inimigos estratégicos em troca de um reconforto ideológico passageiro e muito provavelmente ilusório.
3. Também simultaneamente, muitos grupos capitalistas bilionários passaram a apoiar partidos e movimentos de esquerda de maneira cada vez mais ostensiva, culminando na declaração pública do sr. Bill Gates de que só o socialismo salvará o mundo.
Nesse panorama, a mera defesa da economia de mercado, que até ontem era a pièce de resistance do cardápio liberal-conservador, perde todo sentido estratégico e se torna um mero pretexto para adotar, em nome da “modernidade” e da “democracia”, todo o programa sociocultural da esquerda: gayzismo, abortismo, etc. etc.
4. Por fim, esse programa foi integralmente subscrito pela ONU e se tornou obrigatório para todas as nações -- exceto as islâmicas, é claro, que assim se beneficiam duplamente da dissolução moral do Ocidente, por um lado aproveitando-se da debilitação das identidades nacionais (desprovidas cada vez mais de seus fundamentos religiosos) e arrombando portas para a entrada de novas levas de imigrantes, por outro lado oferecendo-se gentilmente como portadoras da esperança de uma possível “restauração da moralidade”.
Tudo parece calculado, enfim – pelo demônio em pessoa, quem mais?-- para aprisionar a opinião pública mundial numa rede de ambigüidades e contradições paralisantes, de modo pegá-la desprevenida, sonsa e inerme no dia em que se realizar a profecia que Carlos Drummond de Andrade enunciou nos versos da “Intimação”:
Abre em nome da lei.
Abre sem nome e lei.
Abre mesmo sem rei.
Abre sozinho ou grei.
Não, não abras; à força
de intimar-te, repara:
eu já te desventrei.
Esta frase do título esteve em voga nos anos setenta.
A semana passada marcou uma mobilização majoritária da sociedade em favor do UBER através das redes sociais.
A Câmara de Vereadores de Porto Alegre aprovou uma lei – ao que tudo indica inconstitucional – para regulamentar o serviço do aplicativo UBER.
Segundo entendimentos como o da Ministra do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Nancy Andrighi, "não cabe aos municípios ou estados legislar se o UBER pode ou não funcionar". Segundo ela, o "UBER faz apenas intermediação do contrato de transportes".
Destacou que o Código Civil prevê esse tipo de contrato e "a proibição de aplicativos de intermediação de transporte não pode ser pautada por pressão política de categorias, mas sim pelo interesse dos consumidores.
O prefeito afirmou que "O Uber mostrou a sua prepotência, seu autoritarismo. Achou que Porto Alegre era terra de ninguém. Não é. Aqui tem prefeito, tem Câmara de Vereadores e tem leis".
A EPTC avisou que pediria carros pelo aplicativo para multar motoristas e apreender veículos em flagrante.
O Código de Processo Penal explica que Flagrante Preparado é aquele onde a autoridade instiga ou de alguma forma auxilia a prática de um crime. Sabendo que a conduta delituosa irá ocorrer, apenas aguarda a possível pratica, configurando o flagrante. São inúmeros os debates sobre a legalidade desses tipos de flagrante. A súmula 145 do STF dispõe que não há crime nesses casos.
A analogia poderia ser usada em defesa dos motoristas parceiros do UBER que caiam em uma cilada. A autuação pode ser tranquilamente contestada.
O UBER é uma empresa de tecnologia. Criou um aplicativo que intermedia serviços de transporte entre usuário e prestador. Se você negociar com vizinhos de prédio transporte remunerado utilizando seu automóvel, estará prestando o mesmo serviço que os colaboradores/motoristas do UBER. A diferença é o uso do aplicativo. Se abrir uma loja virtual para vender tênis, a prefeitura irá regulamentá-la? Se você contrata uma diarista para fazer a limpeza de seu apartamento, está realizando um contrato entre duas partes. Como o de transporte. Aliás, o UBER, ou você leitor, poderia criar um aplicativo para isso.
Os usuários avaliam do serviço via aplicativo, a única forma de contato. Se o serviço não for de acordo, o motorista é excluído. Os pagamentos são eletrônicos, não circula papel moeda.
Claro que a fiscalização deve acontecer. Quem já teve o dissabor de envolver-se em algum incidente de trânsito com um taxista, já viu surgir de pronto um enxame à postos para a intimidação ou o confronto físico. Como ocorre também com moto-boys. Isso deveria ser fiscalizado. A forma de dirigir dos profissionais do volante também. Nos lotações, cada freada ou troca de marchas produz um coice digno de um campeonato de derrubar senhoras. E principalmente, prestador de serviço que discutir, xingar ou brigar no trânsito, deveria ser excluído.
Façam o banimento dos maus profissionais dados à violência, como esses criminosos agressores que quase mataram uma pessoa cujo pecado foi tentar ganhar seu sustento sem prejudicar ninguém.
(Redação Ucho.Info)
Responsável maior pelo período mais corrupto da história brasileira, Luiz Inácio da Silva, o lobista bravateiro, continua abusando dos discursos fantasiosos e recheados de embustes. Nesta quinta-feira (3), Lula acionou seu conhecido besteirol para atacar Eduardo Cunha, apesar de ter covardemente abandonado Dilma e operado nos bastidores para viabilizar a situação que culminou no pedido de impeachment da presidente da República.
No Rio de Janeiro, após reunião com o governador Luiz Fernando Pezão (PMDB), Lula disse que a “insanidade e a loucura” de Cunha não podem prevalecer no debate sobre o impeachment da presidente. Ora, Dilma incorre nos crimes previstos na Lei de Responsabilidade Fiscal, mas a culpa é do presidente da Câmara dos Deputados. Essa a estratégia do PT de empurrar para terceiros a responsabilidade pelos próprios crimes e transgressões é uma velha conhecida dos brasileiros de bem. Aliás, essa bazófia comunista começou com o próprio Lula, ainda no primeiro mandato, quando o ex-metalúrgico lançou a tese da “herança maldita”, como se FHC pudesse ser culpado pelas transgressões do sucessor.
Eu me sinto indignado com o que estão fazendo com o país. A presidenta fazendo um esforço incomensurável para que a gente aprove os ajustes que têm que ser aprovados nesse país, para ver se a gente consegue recuperar a economia e fazer a economia crescer, e tem muitos deputados querendo contribuir, mas o presidente da Câmara me parece que tomou a decisão de não se preocupar com o Brasil”, disse Lula.
Como se não fosse um egocêntrico fanfarrão, Lula afirmou que Cunha pensa apenas nele: “Me parece que a prioridade dele é se preocupar com ele, quando esse país de 210 milhões de habitantes é mais importante do que qualquer um de nós individualmente”.
“Parecia que o país estava andando pra normalidade. No dia que a presidenta consegue aprovar, novas bases para o orçamento de 2015, o que a gente percebe é que ela recebe como prêmio, um gesto de insanidade com o pedido do impeachment dela”, emendou o petista. Ou seja, Lula exaltou a genuflexão criminosa do Congresso diante de um governo corrupto e incompetente, que acionou a base aliada para arrombar as contas públicas em R$ 120 bilhões. E ainda afirma que com isso o País estava caminhando para a normalidade.
Mas Lula parece que não se satisfaz com as besteiras que balbucia, por isso avançou em seu discurso insano. “Subordinar um país inteiro, subordinar os interesses de mulheres, homens, brancos, negros, crianças nesse país a uma visão corporativa, pessoal, de vingança. Eu quero crer que não seja verdade, quero crer que não seja verdade. Porque, se isso for verdade, é muita leviandade”.
Em suma, Lula submeteu o País à débâcle econômica e patrocinou o maior escândalo de corrupção da história da humanidade, o Petrolão, que levou a Petrobras às dificuldades extremas, mas mesmo assim insiste em aparecer em cena na condição de injustiçado. O lobista da Odebrecht deveria se contentar com a reles condição de ex-presidente, não sem antes fazer a gentileza de entregar-se ao silêncio, pois de malandros profissionais que se fazem passar de salvadores da pária o Brasil está cheio.