Dartagnan da Silva Zanela
Somente 16% dos brasileiros compraram algum livro nos últimos 12 meses, de acordo com uma pesquisa realizada pela Câmara Brasileira do Livro. Ou seja: 84% das pessoas, em nosso triste país, não compraram nenhum e, ouso dizer, que um bom tanto daqueles que compraram, nem os folhearam.
Este é um triste retrato da mentalidade tacanha da sociedade brasileira, especialmente daqueles que frequentaram os átrios da educação formal e ostentam, orgulhosamente, os seus diplomas.
O mais curioso é que são justamente essas pessoas, avessas ao universo sem fim dos livros, que miram seus olhos para as tenras gerações e, com o dedinho em riste, gostam de dar lições de moral sobre a importância da educação.
E se isso não bastasse, essas mesmíssimas pessoas, não deixam de dar as suas preciosas dicas e pitacos a respeito deste assunto que elas ignoram por completo e que, diga-se de passagem, nunca realmente quiseram conquistar.
Por isso, se pegarmos e puxarmos as correntes da memória, iremos lembrar de inúmeros momentos onde amigos e colegas compartilham seu contentamento por ter comprado uma blusa, uma calça maneira, um carro, um celular, a felicidade de ter ido a um show, a um baile ou algo similar, porém, quantas vezes um amigo ou colega chegou até nós, sorrindo, se derramando de alegria, por ter comprado um livro que a muito queria ler, quantas? Quantas vezes um amigo, faceiro, chegou até nós para contar que terminou de ler o livro que estava lendo, narrando detalhes e apresentando suas impressões sobre o mesmo, quantas vezes isso já ocorreu conosco? Quantas vezes, meu bom amigo, nós fizemos isso? Quantas? Pois é. Imaginei que a resposta seria essa.
Infelizmente, o imediatismo preguiçoso, em nosso país, anda de mãos dadas com o desamor ao conhecimento e com a ignorância presunçosa e isso, não é de agora não. Vem de longa data. Ou seja, o universo high-tech apenas potencializou esse traço de uma forma excepcional.
De mais a mais, ignora-se o fato de que a virtude do estudo, e a prática da leitura de maneira particular, não podem ser simplesmente ensinadas com ordens estéreis, com o uso de plataformas digitais ou com chiliques histéricos de indignação fingida, porque as virtudes não podem ser ensinadas, elas podem apenas ser aprendidas através do exemplo.
Mas não por meio daquele exemplo encenado, artificioso e oco. O exemplo tem que ser testemunhado sem ser exibido para ser eficaz.
Quando um pai, um tio, os adultos de um modo geral, passam a demonstrar amor pelos livros, pela literatura, quando as crianças têm a oportunidade de vê-los imersos numa leitura, da mesma maneira que os veem imersos na programação televisiva, ou em outras coisinhas nem um pouco apropriadas para qualquer idade, com toda certeza elas passarão a desejar esse misterioso objeto para saber o que há em suas páginas que faz as pessoas terem seus olhos alumiados com um brilho que não é encontrado em tela alguma.
Aliás, as crianças sabem onde realmente o coração das autoridades e demais cidadãos está quando começam a falar da importância da educação. Todos sabem, não é mesmo?
Por essa razão que a educação das tenras gerações começa com a perene correção da nossa. Por essa, e por muitíssimas outras, que qualquer um que realmente creia que a terceirização do sistema de ensino seria a salvação da lavoura o crê porque, provavelmente, nunca parou para pensar seriamente a respeito do assunto.
Possivelmente, nunca leu um livro sobre o tema. Talvez, nunca tenha lido livro algum sobre coisa alguma.
* O autor, é professor, escrevinhador e bebedor de café. Autor de "A QUADRATURA DO CÍRCULO VICIOSO", entre outros livros.
Edésio Reichert
Já ouvi inúmeras vezes que dá medo pensar em ter filhos nesses tempos modernos, de tantas tecnologias, facilidades e ideologias, e que talvez o melhor seja não os ter.
Pelo menos duas razões parecem sustentar este temor. A primeira delas é que podemos acompanhar em segundos quase tudo o que acontece no mundo, seja bom ou ruim, graça ou desgraça. E pela natureza humana, o acidente, a tragédia, o que é negativo, atrai com mais facilidade a atenção das pessoas. Em se tratando de maus hábitos então, é ladeira abaixo, só desce, como disse Jordan Peterson. A preguiça é mais fácil do que o esforço; comer só o que se gosta e tem vontade é mais fácil do que fazer uma dieta saudável; a bagunça em uma casa é mais fácil do que ter tudo organizado, etc., ou seja, o caos é mais fácil que a ordem, seja no interior da pessoa ou no exterior.
Uma segunda razão para o receio de ter filhos é o risco de perder prazeres que nos são apresentados, o “curtir a vida” sofrerá prejuízos. Um filho inevitavelmente exige renúncias, sacrifícios, muito mais esforços em todos os sentidos, e que muitos adultos não estão dispostos a fazer tal troca.
Em meio a este conjunto de pensamentos, tecnologias, receios e desejos, e em grande número de casos, sem o menor preparo emocional, profissional, familiar, seguindo a última razão, de “curtir a vida”, os filhos são feitos e certamente a maioria deles, nasce.
E o grande desafio de ser pai ou mãe, de verdade, se apresenta: fazer renúncias, sacrifícios, para bem cuidar daquele pequeno ser. E se a resposta materna/paterna for negar-se a fazer este esforço que a boa educação dos filhos exige? O mais provável será fazer tudo o que a criança pedir, primeiro pelo choro, depois pelas palavras e birras; deixar ela ser egoísta e agressiva, não dividindo nada com outras crianças; servir tudo a ela; deixar ela o maior tempo possível vendo telas; transferir a educação dela para a creche, escola ou outra instituição. Em outras palavras: literalmente, deixar a criança mandar nos pais ou responsáveis.
Em poucos anos, terá um adolescente revoltado com todos e com a vida pois acha que ninguém o entende, e mais um pouco, um adulto cheio de problemas para se relacionar na vida social, amorosa, profissional, em que os outros adultos não farão questão de conviver com uma pessoa assim, pois não será prazeroso. Não acredita? Você, hoje, certamente não gosta de conviver com quem é preguiçoso, relaxado, se julga o dono da verdade, mentiroso, não é mesmo?
Mas será que as tecnologias, com sua inteligência artificial e outras engenharias, não poderão produzir uma solução para este grande desafio que é levar um recém-nascido a se tornar uma criança/adolescente/adulto equilibrado, honesto, responsável, com bons hábitos para o resto da vida?
Será que, bem à semelhança de filmes de ficção que mostram humanos robôs fazendo tudo o que é esperado deles, agindo como um reloginho, tudo dentro do programado, não dá pra sonhar com filhos assim?
Por aquilo que já é conhecido sobre a influência de tecnologias digitais sobre crianças e adolescentes, não dá para esperar solução positiva.
Michel Desmurget em seu livro A Fábrica de Cretinos Digitais, cita dezenas de estudos comprovando os graves danos causados no cérebro de crianças e adolescentes que ficam muitas horas diante das telas. “Uma maior utilização de telas, está associada a uma queda das capacidades de linguagem”. “A comunidade científica afirma há anos que a mídia eletrônica precisa ser reconhecida como um grande problema de saúde pública”, pois vicia igual ou mais que outras drogas.
Se olharmos mais para o futuro quem sabe se as engenharias romperem todos os limites éticos, se os líderes mundiais colocarem em prática o desejo insano de controlar completamente todas as pessoas, não tenhamos humanos geneticamente modificados para se comportar, exatamente como seus programadores desejam? Necessário lembrar que tal poder decretará o fim do maior bem que faz parte inseparável da vida humana: AS LIBERDADES.
São inegáveis as melhoras, os progressos, a organização, a otimização de recursos que tecnologias trouxeram em tudo a que se relaciona à vida humana.
Os conhecimentos disponíveis na internet mostrando como tudo pode ser feito, tornaram as coisas muito mais fáceis. Mas grande parte do conhecimento que for buscado nessas tecnologias, precisa ser testado na prática e nessa hora, nem sempre as coisas ocorrem como os vídeos ensinam. Só a repetição daquela ação poderá levar à aprendizagem definitiva, ou seja, a fixação daquele conhecimento.
E quando se trata de levar filhos a adquirir bons hábitos e comportamentos socialmente agradáveis de conviver, mostrar, insistir, repetir a mesma ação é absolutamente necessário. Isto exige dos pais ou responsáveis aquela dose extra de sacrifício, de paciência e dedicação.
Embora parece crescente o número de pais solteiros e mães solteiras que simplesmente não querem os filhos após o nascimento, é profundamente impactante a emoção de quem os tem, sobretudo em pais, avós, pois aquele novo ser desperta o maior de todos os sentimentos humanos, e acaba por atrair todas as atenções dos que estão à sua volta, pois claro, precisa disso para sobreviver.
Apesar das muitas dificuldades, os pais ou responsáveis precisam colocar em prática, enquanto eles são pequenos, aquela força que está no coração, e que, lamentavelmente, em muitos casos, se manifesta em uma tragédia, como quando se trata de tirar um filho das drogas ou da cadeia: A FORÇA DO AMOR. Esse impulso que move pais em momentos de tragédia PRECISA ser acordado, precisa ser colocado em ação através das pequenas correções, com muita paciência, com muita insistência, quando os filhos ainda são pequenos, para que eles tenham uma boa direção e adquiram bons hábitos; para que o desejo de ordem, no seu interior e exterior, entre de fato na vida deles.
A internet está repleta de sugestões muito didáticas, de como pais podem melhor praticar esta opção, como olhar com mais atenção para aquela criança, quando estiver com ela – considerando que muitas passam horas na creche ou escola.
Algumas coisas que ajudam muito. Estimule a imaginação e capacidade de observação por meio de contato com coisas concretas, como uma horta, ferramentas, produção de alimentos, jogos de tabuleiro, uma limpeza, guardar as compras do mercado, etc.
E muito importante: fale de Deus, fale que ELE é pai e gosta de pessoa que diz a verdade, pois nossa alma anseia pelo que é eterno, pelo que é elevado. Deixar de falar de Deus, como disse Anthony Esolen, é semelhante a olhar para teto de sua casa e pensar que o mundo acaba ali, que nada mais existe além dele. Loucura? Muitos pais praticam isso. Nosso fim não é igual ao fim de um rato, de uma barata ou um animal de estimação. Temos uma centelha de eternidade em nós.
Este AMOR de pais, de avós, que não é fruto de tecnologias, quando colocado em prática nos primeiros anos da criança, deixará claro para ela que a vida é feita de esforços, de alegrias e frustrações, de que a vida é troca, é cooperação, e de que ninguém, absolutamente ninguém nasceu apenas para ser servido. Ver filhos e netos bem educados e fortes para vida, é uma das maiores alegrias de pais, avós e faz bem para toda sociedade.
* O autor, Edésio Reichert, é pequeno empresário no Paraná.
Juliano Roberto de Oliveira
Ficamos assim: Lula, com sua sanha irrefreável por fazer palanque político e econômico sobre a tragédia do Rio Grande do Sul, decidiu importar arroz para suprir um suposto desabastecimento do produto no mercado interno.
Esta decisão, destaque-se, contraria todas as evidências de que não haveria desabastecimento, uma vez que a safra 2023/2024 seria suficiente para atender à demanda do mercado brasileiro.
Os produtores gaúchos, já completamente arrasados pela tragédia, terão agora de concorrer com um produto subsidiado pelo governo federal.
Mais detalhes: o preço médio pago pelo quilo do arroz, segundo informações do Uol, é de R$ 5,00. O preço de venda no mercado interno deve ser de R$ 4,00. Uma defasagem de 20% que deverá ser paga pelo generoso contribuinte brasileiro (e pelo próprio produtor gaúcho que verá seu produto ser desprezado pelos potenciais clientes que, agora, terão à disposição uma opção mais acessível).
Deputados do Novo, Marcel van Hattem e Felipe Camozatto, além de Lucas Resecker, deputado do PSDB, haviam conseguido suspender esta bizarrice por meio de uma ação movida contra a União. Conseguiram, mas por pouco tempo.
Mesmo sob a comprovação de violação a princípios constitucionais, como à livre concorrência e à propriedade privada (violação que não deveria causar estranheza, visto que são estes dois princípios reiteradamente vilipendiados em nossa República), mesmo representando um golpe fatal à já combalida economia gaúcha, a decisão que havia suspendido a importação do produto foi derrubada e Lula pode seguir com seu plano de importação.
Como é típico de democracias esvaziadas, tão pujantes quanto à da vizinha venezuelana, teremos controle de preço e produto subsidiado com carimbo oficial do governo federal concorrendo diretamente com a indústria gaúcha de arroz.
A “boa vontade” do governo federal em atender às demandas das classes menos favorecidas não parece ter relação, porém, com uma demanda genuína não atendida pelo mercado. Parece ter relação com qualquer outra coisa. Ignorância econômica? Certamente. Ação propagandística que visa as eleições deste ano? Muito provavelmente.
As trapalhadas econômicas perpetradas por um governo de cunho intervencionista-dirigista já são conhecidas de todos os liberais e defensores de um modelo econômico de livre mercado, é claro. Como já está claro para quem entende que a pujança econômica de um país depende das ações privadas típicas de um mercado desimpedido, o respeito à propriedade privada e à livre iniciativa são, para os iluminados senhores do intervencionismo, princípios desprezíveis que não devem incomodar suas “perspicazes” decisões macroeconômicas. A coisa ganha contornos assustadores, porém, quando é amparada por decisões que pertencem à esfera judicial.
Como já apontado em breve e excelente artigo intitulado “Um arrozal de inoperância estatal”, do advogado Leonardo Corrêa, “[...] no momento de maior dor e sofrimento, os gaúchos enfrentam novo revés e se sentem desamparados pelo Poder Judiciário [...]”. A justiça, como se vê, ao conceder autorização para a compra do produto, aplicou triplo golpe contra a democracia brasileira. Como destacado pelo autor, saem fragilizados os pilares da economia de livre mercado, a luta pela recuperação da economia gaúcha e a própria confiança no poder judiciário como bastião da razoabilidade.
* O autor, Juliano Roberto de Oliveira, é Bacharel em Administração de Empresas – FAI; Especialista em Qualidade e Produtividade – UNIFEI e Mestre em Eng. da Produção - UNIFEI
Gilberto Simões Pires
FALÊNCIA
A primeira semana de junho está findando e com ela o desencantado povo brasileiro, sem cessar, manteve a clara infelicidade de CONFIRMAR que, na medida em que o tempo passa, ao invés de ver aumentada a ESPERANÇA DE DIAS MELHORES, a única coisa que consegue perceber, e/ou sentir, é a nítida CERTEZA de que o governo Lula só vai descansar depois de DECRETADA A FALÊNCIA DO NOSSO EMPOBRECIDO BRASIL.
FESTEJAR OS INSUCESSOS
A cada decisão tomada, não resta a menor dúvida de que as INTENÇÕES, assim como praticamente todas as AÇÕES que são tomadas - dia após dia- , têm absoluto compromisso com o ERRO. E como tal a META perseguida pelo governo, em todos os níveis, contando sempre com ajuda máxima do STF, é FESTEJAR OS INSUCESSOS OBTIDOS.
AS PRAGAS E O CURANDEIRO
Com o claro propósito de garantir o quanto antes o perseguido INSUCESSO TOTAL, Lula não adormece sem antes ROGAR AS PIORES PRAGAS CONTRA O PRESIDENTE DO BANCO CENTRAL, ROBERTO CAMPOS NETO. E na manhã seguinte, ao acordar, entona a voz e replica tudo que disse na noite anterior. Com isso, fica impossível não admitir que Lula não tem o menor apreço pela RESPONSABILDADE FISCAL, assim como seu -POSTE- Fernando Haddad, que tal qual um pretenso CURANDEIRO DA TRIBO PETISTA, corre, da manhã à noite, de um lado para outro, na procura de maneiras que levem ao AUMENTO DA ARREACADAÇÃO.
MÁXIMA
Com isso, o ORÇAMENTO DA UNIÃO, que por muitos anos foi rotulado, acertadamente, como mera OBRA DE FICÇÃO, sob o comando de Lula simplesmente passou a ser reconhecido como ALGO FLAGRANTEMENTE DECORATIVO e, portanto, DISPENSADO DE SER OBEDECIDO. Dentro desse ambiente TRÁGICO, o que mais impressiona é que muita gente APLAUDIU A APROVAÇÃO DO -ARCABOUÇO FISCAL-. Ou seja, nada mais lógico do que a velha máxima - SÓ EXISTEM OS ESPERTOS PORQUE EXISTEM OS TROUXAS. Que tal?
UM LEILÃO MUITO LOUCO
A propósito de tudo e mais um pouco, este editorial não pode fechar sem antes registrar o MAU ESTAR e o CHEIRO DE FALCATRUA que permeou o SAFADO LEILÃO DE ARROZ PROMOVIDO ONTEM PELA CONAB, que não por acaso se trata de uma empresa pública federal. Leiam aqui o que foi apurado pelo site -THE AGRIBIZ- sobre o -ARROZÃO- (https://www.theagribiz.com/agronegocio/um-leilao-muito-louco-wisley-souza-o-desconhecido-rei-do-arroz-da-conab/).
Alex Pipin, PhD
Todo liberal “raiz” sabe que uma das mais básicas premissas liberais é a do livre comércio. Não poderia ser diferente. Aliás, os fatos da história econômica mundial comprovam cabalmente a importância estratégica, tanto das exportações, como das importações, a fim de gerar e acelerar o desenvolvimento econômico e social de uma nação.
O protecionismo, o intervencionismo de burocratas estatais interessados nas relações de compadrio em seus países é, indubitavelmente, um dos maiores cancros inibidores do efetivo progresso. Quando os cidadãos de uma nação são privados de comprar produtos/serviços mais baratos e/ou de melhor qualidade/produtividade, esses são compulsoriamente forçados a pagar mais caro por mercadorias de menor qualidade.
Desse modo, sobram menos recursos para as pessoas adquirirem outros produtos e serviços em seu país, afetando todo o mercado nacional e, portanto, reduzindo os empregos e o nível de investimento em uma determinada nação.
O protecionismo impõe a população comprar “pior” e, assim, diminui o poder de compra dos brasileiros, a demanda agregada nacional e, evidente, deteriora o padrão de vida das pessoas. Contudo, nessa presente situação envolvendo a importação de arroz, as circunstâncias são atípicas e muito distintas.
A maior tragédia de enchentes ocorrida no Rio Grande do Sul, impactou em quase todos municípios gaúchos, trazendo abissais prejuízos ao setor agrícola, como também à outras indústrias. Não entanto, várias entidades representativas do setor arrozeiro, já se manifestaram, confirmando que não haverá falta de arroz para fornecimento no país.
O que se vê - e o que não se vê -, é um Estado incompetente, mais uma vez, politizando questões-chave, desejando intervir nos mercados com mão de ferro, atrapalhando a vida dos empresários e das pessoas.
Neste momento crítico da economia gaúcha, o que o Estado deveria estar planejando e executando, são ações para impulsionar o crescimento da economia, ao invés de estar indo na contramão dos interesses do empresariado e do povo do Rio Grande do Sul.
A sanha intervencionista do desgoverno é tão grande, que mesmo após uma ação judicial que suspendia o leilão de arroz importado almejado pelo ex-presidiário, hoje, quinta-feira, dia 6/6, o TRF-4 derrubou tal liminar e, desta forma, manteve o leilão de arroz importado.
Nessa republiqueta rubra coletivista, a fúria e a bagunça judicial não encontram limites quando se trata de prejudicar o Estado do RS. Diferentemente da premissa basilar do livre comércio, pelo trágico contexto gaúcho, o que esse desgoverno quer, é aumentar o desemprego e prejudicar ainda mais a economia do RS. Além disso, claro, qualquer cego que pensa, sabe que devem estar contempladas no referido leilão, relações “perversas e libidinosas” por parte desse desgoverno.
É lamentável que o intervencionismo inepto e voraz de políticos e de burocratas estatais, sempre empregando uma narrativa velhaca e ideológica, a do “para o bem do povo”, de fato, esteja direcionada para lesar o Rio Grande do Sul, como também todos os demais estados e consumidores brasileiros. O livre comércio sempre é benéfico, sem dúvidas, porém, aqui a questão não é de natureza econômica.
Nessa circunstância, o que se vê é um desgoverno incompetente, ideológico, canhoto e mal-intencionado, fazendo todo o possível para afetar e dificultar a penosa recuperação do Estado dos gaúchos. Triste.
Valterlucio Bessa Campelo
A população brasileira foi brindada na última terça-feira com um discurso da ministra Marina Silva, do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, antecipando o “dia mundial do meio ambiente” que ocorre em 05 de junho. Desta vez a ministra nos poupou do costumeiro jogo de palavras e, felizmente, não temos que nos preocupar com os “nanomísseis” que ela inventou há alguns meses. Mesmo assim, tivemos que ouvir algumas teses bem duvidosas.
Aproveitando-se da tragédia recente, Marina disse “Eventos climáticos extremos, como as chuvas no Sul, ilustram bem a relação entre o equilíbrio ambiental e as nossas vidas. Quando protegemos os rios, as florestas, a nossa rica biodiversidade, estamos, na verdade, protegendo e cuidando das pessoas”. Entenda-se aí que as chuvas torrenciais que caíram no Rio Grande do Sul decorreram do maltrato que damos ao meio ambiente. É falso, não há NENHUMA base científica para que uma autoridade pública possa responsavelmente sequer insinuar que aquela catástrofe resulta da ação do homem. Ela certamente sabe disso, tanto que não teve coragem de afirmar com todas as letras e apenas deixou subentendido.
Em seguida, a ministra, como todo político demagogo, faz o dever de casa mimizento: “A tragédia climática no Rio Grande do Sul trouxe sofrimento para milhares de famílias, sobretudo as mais pobres, as que vivem em condições precárias de moradia e são sempre as principais vítimas das catástrofes climáticas”. Só faltou dizer que a chuva e, por consequência, a “ação humana que a desencadeou” é preconceituosa contra pobres. Outra falsidade. A tragédia, que não escolhe vítimas, arrasou a economia, levou lojas, fábricas, armazéns, veículos, supermercados, farmácias, oficinas, pequenos comércios, casas, escritórios, enfim, não se deteve, como insinua a fala torta, perante a classe média ou os ricos.
Para adular o presidente petista, ela disse que “o governo agiu rapidamente em diferentes frentes, em parceria com o estado o e os municípios, para cuidar das pessoas, comunidades e empresas”. Entrou aí a palavrinha da moda “cuidar das pessoas” para dourar uma falsidade. O governo até agora não sabe o que fazer. Quem de fato agiu rapidamente foram os próprios gaúchos e a população brasileira, solidária, generosa, que ao invés de aplaudir a Madonna, imediatamente fez fluir para o Rio Grande doações materiais e de dinheiro para acudir os gaúchos. Lula e a canja, digo, a Janja, só apareceram quando um cavalo roubou a cena em cima de um telhado.
Para não perder a viagem, deu a própria versão como expressão da verdade insofismável e incontestável: “Infelizmente, ainda há quem duvide da relação do homem com a natureza”. Sim, minha senhora, há muita gente duvidando, não da relação do homem com a natureza (eis um sofisma), mas da capacidade deste de, por sua ação, provocar mudanças climáticas globais como as que estamos presenciando nos últimos anos. Gente como o CIENTISTA John Clauser, prêmio Nobel de Física, que juntamente com outros 1930 CIENTISTAS, assinaram a Declaração Mundial do Clima onde afirmam categoricamente: “O arquivo geológico revela que o clima da Terra tem variado desde que o planeta existiu, com fases frias e quentes naturais. A Pequena Idade do Gelo terminou em 1850. Portanto, não é surpresa que estejamos vivendo um período de aquecimento. O mundo aqueceu significativamente menos do que o previsto pelo IPCC com base em força antropogênica modelada. A lacuna entre o mundo real e o mundo modelado nos diz que estamos longe de entender as mudanças climáticas”. O aquecimento global antropogênico só é consenso em órgãos POLÍTICOS como o IPCC e ministérios do meio ambiente mundo afora.
Como todo ativista de esquerda, a ministra Marina Silva, deu-se sem pejo ao desfrute de atribuir culpa ao presidente Bolsonaro. Sem coragem de repetir claramente o que dissera em outra oportunidade, ela tascou essa infâmia: “Por alguns anos, esse negacionismo atrasou a adoção de medidas urgentes, desrespeitou regras, instituições e servidores ambientais e nos impôs um tempo perdido”. Esse “alguns anos” aí é uma velada referência aos quatro anos de Bolsonaro no governo. Hein? Quer dizer que se não fosse Bolsonaro, a tragédia não teria acontecido? Em seu lugar, o PT teria se antecipado com medidas preventivas? Engraçado, não estou vendo nada disso acontecer nem com relação ao nosso Acre onde as enchentes tem data marcada para inundar Rio Branco e Brasiléia. Aliás, a casa ambiental está todinha em greve, né?
De resto, mais puxa-saquismo em relação ao Lula a quem já chamou de corrupto, e promessas vãs. Ou seja, um discurso que transitou entre falsidades e militância política, quando deveria ser de responsabilidade, de enfrentamento, de informar as medidas que foram e estão sendo tomadas. Mas, aí, é pedir demais. Um ano e meio de governo é “pouco” para retomar os outros 14 em que NADA foi feito no sentido de proteger a população contra os eventos climáticos. Fácil mesmo é mandar a conta de tudo para “alguns anos de negacionismo” e flanar em jatinhos para cima e para baixo, consumindo combustíveis fósseis a granel como fazem sem culpa os ministros, principalmente nos finais de semana a caminho de casa.
* O autor, Valterlucio Bessa Campelo, escreve às segundas-feiras no site AC24HORAS e, eventualmente, no seu BLOG, no site Liberais e Conservadores do jornalista e escritor PERCIVAL PUGGINA, no DIÁRIO DO ACRE, no ACRENEWS e em outros sites. Quem desejar adquirir seu livro de contos mais recente “Pronto, Contei!”, pode fazê-lo através do e-mail valbcampelo@gmail.com