• Alex Pipkin, PhD
  • 05/08/2020
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É A HISTÓRIA, ESTÚPIDO!

 

A história não é uma ciência exata.

Historiadores, de fato, selecionam e interpretam os acontecimentos de acordo com as "suas histórias".

Como em qualquer área humana, há seletividade, interpretações conflitantes sobre os mesmos fatos e distorções em (des)razão de visões de mundo e interesses pessoais.

Acho que as pessoas só conseguem se aproximar da realidade vivida, quando percebem as evidências robustas e passam a enxergar as peças de um quebra-cabeças, a medida em que leem e estudam por meio da leitura de diferentes historiadores, de diferentes áreas do conhecimento. Nada mais fundamental do que uma verificação ampla, geral e cruzada da "realidade".

A partir daí, é possível identificar os vieses de confirmação daqueles que escrevem baseados em distintas orientações ideológicas, e suas respectivas interpretações de muitos eventos históricos em que deturpam o passado e confundem os leitores.

Ou os leitores interpretam os fatos, vivenciando-os no tempo, com base em seu arsenal de conhecimentos e experiências - e mesmo assim por vezes sujeitos à parcialidade - ou precisam sistematicamente reavaliar aquilo que alguns historiadores afirmam como tendo ocorrido "de verdade".

Hoje qualquer sujeito com um nível razoável de estudo, consegue perceber como historiadores interessados num determinado status quo distorceram fatos relacionados ao nazismo, ao holocausto, à matança ideológica da China de Mao e aos massacres humanos de Stalin e Lenin.

Talvez por isso Mark Twain afirme que "a própria tinta com a qual toda a história é escrita é apenas preconceito fluido".

Apesar disso, acredito que como em qualquer área e profissão, existam historiadores que conseguem se abster de suas preferências e que narrem os fatos históricos com a máxima isenção possível.

Como nasci em 65, além de ler sobre a história civilizacional e econômica, presenciei a vida econômica recente e os acontecimentos que me permitem avaliar que o progresso econômico e social sustentável, só acontece quando há liberdades econômicas e individuais. Mais do que isso, quando o motor do crescimento são os indivíduos e as empresas, e não em períodos em que o Estado inchado, do populismo e das políticas assistencialistas, cresce ainda mais!

Quando o governo limitado e "empreendedor" fornece aos cidadãos as condições que favorecem à liberdade individual, respeitando os direitos individuais, e melhora o ambiente de negócios, com uma desregulamentação lógica, com menos intervencionismos de burocratas estatais, com reformas modernizantes, tais como a diminuição do tamanho do Estado e da desburocratização, da simplificação e da redução da carga tributária sobre as empresas e os trabalhadores, a natural consequência é o surgimento de inovações nos mercados e o crescimento econômico e social.

Dos anos 70 para cá, é claríssimo observar que quando os indivíduos e as empresas são incentivadas, ao contrário da letargia gerada por uma série de políticas do bem-estar social, histórica e comprovadamente contraproducentes, as economias em questão dão um salto em produtividade e esperanças de um futuro melhor, em especial, para os mais jovens.

A história econômica remota e recente, por sua vez, mostra a força da iniciativa individual e de empresas que investem e descobrem sistematicamente novas e melhores soluções úteis e inovadoras para os problemas sociais e empresariais.

Bem, a distorção da história não é um fenômeno recente; sempre existiu e persiste. Fresca literatura aclama feitos históricos do governo Lula no Brasil e de Hugo Chávez na Venezuela, como pude observar nas livrarias em Buenos Aires!

Por questões profissionais presenciei na Venezuela, in loco, o massacre econômico e social desde Chávez até o presente governo comunista de Maduro. Da falta de liberdades, da degradação econômica, da fome, da pobreza, da miséria e da desesperança.

Historiadores nunca foram imunes ao louvar suas mentirosas e nefastas visões da ideologia da destruição. Historiadores tendenciosos e mentirosos esconderam os horrores e os massacres de ditadores como Stalin, Hitler e Mao, e tentaram reescrever as suas histórias, inautênticas e absurdas, a fim de defender o indefensável e buscar fortalecer a insensatez de suas ideologias macabras. Literatura que não vale o papel em que são escritos.

A queda do Muro de Berlim está aí bem documentada; o regime ditatorial de Kim Jong-un na Coreia do Norte, igualmente.

Os relatos de obras históricas altamente tendenciosos a favor de certos grupos, com suas versões unilaterais e parciais dos acontecimentos, são amplamente negados pela mais clara constatação das evidências da realidade.

Pois é. Tristemente nossas escolas e universidades, na sua grande maioria doutrinadoras, contudo, de uma única visão de mundo - e a equivocada - continuam a selecionar "fatos históricos" e a negligenciar totalmente outros. Distorcem o conhecimento e a compreensão do passado, do o que e do como esse passado progrediu, ou seja, das bases daquilo que tem efeito pragmático para o crescimento econômico e social no futuro.

Chegou a hora, não há mais como procrastinar! É crucial transformar o ensino nas escolas e universidades para que tais limitações e grotescas parcialidades sejam controladas e ajustadas, a fim de que nossos jovens possam ler "todos os lados" da história!

Sem isso, essas instituições persistirão formando seres manipulados e militantes, ineptos na verdadeira história social e econômica da humanidade, e das práticas e instituições políticas e sociais que factualmente conduzem ao genuíno desenvolvimento de nossas sociedades.