Percival Puggina
Fiquei feliz ao saber que este livro vai para a 4ª edição! Acompanhei seu nascimento. Os dois autores - Diego Pessi e Leonardo Giardin de Souza – ainda o escreviam quando me convidaram para fazer o prefácio. São promotores de Justiça no MP/RS. Conhecem aquilo que combatem e lidam com causas da criminalidade que poucos têm a coragem de denunciar. São causas políticas, ideológicas e pseudocientíficas com reflexos no ambiente acadêmico, jurídico e penal do país. A esses reflexos deram o nome de Bandidolatria e democídio.
Em certo momento do prefácio, escrevi:
“O garantismo jurídico que empolga teóricos da inação e da passividade togada é irmão gêmeo do desarmamento e das carpideiras de bandidos, olhos secos ao genocídio das pessoas de bem. São os mesmos que afirmam e reafirmam, para concluir que ‘prender não resolve’, falácia segundo a qual já temos presos em excesso. E são os mesmos, também, que veem nas páginas policiais relatos de guerrilha social, newsletters cotidianas de uma Sierra Maestra revolucionária, infinitamente mais violenta e menos sutil do que a original. São os mesmos, por fim, que fornecem aos malfeitores a porção de "ternura" – para não olvidar Che Guevara – em forma desse falso e desumano humanismo que resguarda o malfeitor e se desapieda de suas vítimas.”
O release sobre a obra divulgado pelo CEDET informa:
O tema deste livro afeta a vida de todos os brasileiros — quando não a invade, ou mesmo destrói. O que os autores chamam de bandidolatria pode ser resumido da seguinte maneira: é a prática, corrente no ambiente jurídico e penal brasileiro, de transformar o criminoso numa pobre vítima do sistema social, e a vítima, no verdadeiro culpado pela desigualdade, para reparar a qual a violência assassina seria a única opção. O avanço da criminalidade conta com o ostensivo favorecimento das elites políticas, das instituições do Estado e de amplos setores da vida acadêmica e dos formadores de opinião. É assim que chegamos a um verdadeiro democídio, ao extermínio em massa da população, com um número de homicídios que ultrapassa os 60 mil anuais. Servindo-se por vezes de relatos concretos, oferecidos pelo cotidiano nacional, os autores desmontam as falácias correntes sobre segurança pública, e mostram que não se chega a tal nível de criminalidade sem que os valores morais tenham passado, antes, pelo moedor sangrento do relativismo.
Bandidolatria e democídio - Ensaios sobre garantismo penal e a criminalidade no Brasil, Diego Pessi ( @diego.pessi.5 ) & Leonardo Giardin de Souza ( @leonardogiardindesouza )
Ficha Técnica:
- Dimensões: 16 x 23 cm
- Páginas: 352
- Edição: 4
- Capa: Nelson Provazi