• 25/06/2019
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A TRAGÉDIA DA UTOPIA CUBANA AJUDOU A TRAGÉDIA BRASILEIRA

Percival Puggina

Leio em O Antagonista, citando José Casado em O Globo:

 “Foi numa quarta-feira de fevereiro, véspera do carnaval de 2010. Em Brasília, seis ministros se reuniram para referendar uma ‘decisão de Estado’ tomada no Palácio do Planalto. Em pouco mais de meia hora, aprovaram um socorro de US$ 4,9 bilhões a Cuba, o equivalente a 10% do Produto Interno Bruto do país na época (…).

Não existe registro de qualquer fato que motivasse, nem sequer uma justificativa jurídica dessa ‘decisão de Estado’ — concluíram técnicos do Tribunal de Contas da União depois de vasculhar a papelada de seis organismos governamentais envolvidos (…).

Sempre havia uma empreiteira brasileira interessada, quase sempre a Odebrecht, que na semana passada recebeu proteção judicial contra a cobrança de US$ 26 bilhões em dívidas não pagas — um dos maiores calotes domésticos. Foram 12 anos de vale-tudo, como ocorreu com os US$ 800 milhões para o Porto de Mariel.”

 

COMENTO

Esse vale-tudo, como observo na 2ª edição de meu livro “A tragédia da Utopia”, foi característico de um tempo em que nossa política interna e o Foro de São Paulo se confundiam e confluíam na mesma direção. O departamento de relações internacionais do PT, o Foro de São Paulo e o Itamaraty eram a mesma coisa. Quanto recurso financeiro da nação brasileira foi desviado para atender projetos de uma geopolítica de péssimas referências morais e bancárias!

Nosso dinheiro ia para Cuba seja em auxílio direto, seja em financiamentos como o de Mariel que, agora se descobre, recebeu montante superior às necessidades da obra, seja, ainda, pelo programa Mais Médicos, uma designação atraente para uma finalidade escusa.

Por isso, é importante esclarecer nossa juventude a respeito da realidade do regime cubano e, por isso, escrevi a 2º Edição de A tragédia da Utopia, revista e ampliada (a primeira edição é de 2004). O esforço de trabalhar ideologicamente as mentes juvenis persiste em nossas salas de aula. A embalagem pode estar mudando, mas, no fundo a mercadoria lecionada é a mesma: a suposta, e jamais comprovada na prática, superioridade moral do socialismo.