"Coisas mortas podem seguir com a corrente. Somente coisas vivas podem fazer o oposto".
Não surpreende que um gênio como Chesterton tenha prognosticado, no início do século passado, o quanto serviriam à civilização aqueles que, compreendendo o sentido de suas palavras, se tornassem, no tempo presente, adversários do politicamente correto.
Muitos pensam que essa tentativa de disciplinar a linguagem seja coisa de esquerdista brasileiro, esquisitice de gente como o senhor Nilmário Miranda, que criou a Cartilha do Politicamente Correto, quando ministro do governo Lula. Mas não, o Google mostra a força desse estrupício também nos Estados Unidos, exibindo quase dois milhões de referências à expressão "political correctness", contra 860 mil em língua portuguesa. Nadar contra a corrente exige vitalidade e firmeza de caráter e é por isso que a oposição é tão diminuta no Brasil. Aqui, apesar de tudo que se sabe e se vê, a esquerda invocou para si a correção política, tornando politicamente incorreto, por exemplo, dizer que os movimentos sociais cometem crimes quando eles estão fazendo exatamente isso, ou afirmar que lugar de bandido é na cadeia, ou, mais simplesmente ainda, chamar comunista de comunista.