O MAIOR MANDAMENTO DO PT

Percival Puggina

25/01/2016

 O Estadão do último domingo (24) traz matéria de capa sobre as obras do PAC. Transcrevo o texto introdutório:

 "Para tentar estimular a economia, o governo prepara plano de medidas tratado internamente como "novo PAC". Mas obras do primeiro Programa de Aceleração do Crescimento, de 2007, continuam inacabadas. Das dez maiores anunciadas pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, só duas, na área do petróleo, foram concluídas. Outras três usinas de energia e uma refinaria até entraram em operação, mas de forma parcial. O PAC previa investimentos de R$ 503,9 bilhões em mais de mil projetos. Em 2010, as obras em andamento foram reembaladas, juntadas e o governo lançou o PAC 2, com projeção de investimentos de R$ 1 trilhão. No início do segundo mandato, a presidente Dilma Rousseff anunciou a terceira fase do programa, que ainda não saiu do papel."

 Poucas coisas tão características deste governo quanto as grandes solenidades para lançamento de ambiciosos programas que atendem à demanda política por uma agenda positiva. Como em tudo mais, são ações cujo objetivo responde à determinação de José Dirceu registrada em vídeo no YouTube: "Se o projeto político é o principal, o principal é cuidar do PT" (www.youtube.com/watch?v=Ke7SC-Twy5s).

A frase ecoa através dos últimos 13 anos como o maior mandamento do partido governante. Ele nada diz sobre o Brasil. Cuidar do PT é fazer exatamente o que seus dirigentes e governantes vêm fazendo. É usar os recursos públicos como vêm usando. É fazer da publicidade e da imagem partidária o próprio produto final do gasto público, ainda que às custas da maior crise da nossa história. Quem viver verá a insistência com que o PT, nos próximos meses, cuidando apenas de si mesmo, lançará novos e ruidosos programas em meio às chamas do incêndio que causou. E atribuirá as culpas de todos os sinistros à oposição, ao processo de impeachment, ao mercado, ao neoliberalismo, aos EUA, à elite branca, à burguesia e ao grande capital.


 

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 O jornal argentino La Nación, em matéria publicada na edição do último dia 15, faz uma leitura dos dados sobre inflação nos vários países da América do Sul. Como se sabe, em maior ou menor grau, esses países foram infestados pela praga socialista cultivada a partir do Foro de São Paulo: anseios totalitários, militância violenta, controle direto ou indireto dos meios de comunicação, populismo, patrimonialismo, irresponsabilidade fiscal; aumento desordenado do gasto público para fins eleitorais; controle dos meios culturais e educacionais; presença crescente do Estado na economia, e por aí afora.

Essa receita tem uma característica muito peculiar que acompanha todas as experiências que, em torno dela, foram realizadas: não dá certo. Há mais de cem anos não dá certo. Em país algum deu certo. Mas nós, aqui, continuamos realizando ensaios com os rejeitos da história. A matéria do La Nación dá conta de que entre os países do subcontinente sul-americano os quatro campeões da inflação são:
Venezuela – 160,00%
Argentina – 25,4%
Brasil – 10,7%
Uruguai – 9,4%

Os quatro países estavam unidos por um afeto político e uma unidade de ideais muito expressiva. A Venezuela de Chavez e Maduro, a Argentina dos Kirchner, o Brasil petista e o Uruguai de Mujica. Todos amargam, hoje, as consequências das opções erradas. Na Venezuela, Maduro é um palhaço que perdeu a graça e levou, na eleição parlamentar, uma surra eleitoral compatível com a situação. Na Argentina venceu um antagonista de pensamento liberal. No Uruguai, o eleitorado deu mais prazo aos socialistas com Tabaré Vázquez. E, no Brasil, instalada a maior crise de nossa história, a credibilidade do governo não passa de 10%. Surpreendente, não é mesmo?
 

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CELSO DANIEL MORREU, MAS O CASO AINDA VIVE.

Percival Puggina

17/01/2016

No Brasil do jeitinho, do jeitinho criminoso por ação e omissão, por culpa e dolo, certas investigações morrem de inanição, perdidas nos arquivos, entre traças e baratas. Há, aqui, uma anistia de luxo, proporcionada pela indiferença e consolidada pelo esquecimento. Assim foi possível enterrar Celso Daniel e sepultar seu caso numa cova ao lado. Muitas pessoas morreram para que isso acontecesse. E tudo foi levado à vala comum onde jaz o corpo de delito de um caso no qual não convém mexer.

 Apesar de toda essa longa e pouco honorável tradição, em Curitiba, como diria o moleiro de Sans Souci, há um juiz, promotores e policiais federais. Há menos de dois meses, em meio à imensa meada de fios da investigação, ganhou luz do dia a notícia de que lá atrás, em 2012, na esteira de sua condenação, Marcos Valério fez importante denúncia ao MPF. O bem informado e mal orientado publicitário relatou que um empréstimo concedido pelo Banco Schahin ao empresário José Carlos Bumlai, nos idos de 2004, teve como finalidade pagar uma extorsão a que eram submetidos Lula e o ex-ministro Gilberto Carvalho. Marcos Valério pretendia delação premiada, mas o prêmio saiu para os suspeitos. Por alguma razão, o dito ficou pelo não dito.

Agora, passados três anos, porque há um juiz em Curitiba, o caso retorna. O pedido de prisão de José Carlos Bumlai menciona aquela denúncia entre os possíveis destinos dados a um empréstimo de R$ 12 milhões concedidos ao PT pelo Banco Schahin. Posteriormente, esse valor virou pixuleco e foi "perdoado" em troca de um contrato com a Petrobrás. E nós, simples cidadãos, ficamos divididos. De um lado, alegra-nos saber que o caso está sendo exumado. De outro, somos acometidos de pesar e a indignação ante o que fizeram com nosso país.
 

 

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PARA QUEM TINHA ESQUECIDO

Políbio Braga

15/01/2016

Jornalista Políbio Braga, em seu blog, lembra:
 

A Terceira Turma do Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF3) negou recurso da amiga de Lula, ex-chefe de seu gabinete em SP e sua ex-amante, Rosemary Noronha, para cassar a liminar que decretou a indisponibilidade de seus bens.

A ex-chefe regional da Presidência da República em São Paulo foi alvo da Operação Porto Seguro. Ela e outros cinco investigados por tráfico de influência na operação também tiveram recursos negados pelo Tribunal. Todos são réus em ação civil pública por improbidade administrativa proposta pelo Ministério Público Federal (MPF).

Rose foi nomeada em 2003 para a chefia do Gabinete da Presidência por indicação do ex-presidente. Em fevereiro de 2014, a Justiça Federal abriu ação criminal contra ela e outros dezessete alvos da Porto Seguro, que investigava um esquema de venda de pareceres técnicos de órgãos públicos federais. A Procuradoria atribui a Rose os crimes de quadrilha, tráfico de influência e corrupção passiva.

Em ação civil por improbidade, o Ministério Público Federal obteve ordem judicial de bloqueio de bens de Rose e de outros alvos da Porto Seguro.

(Leia mais em http://polibiobraga.blogspot.com.br/2016/01/justica-federalo-mantem-bloqueio-da-ex.html)
 

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(www.infowars.com)

Apenas 2% dos americanos afirmam que o "controle de armas" é o maior problema nos EUA, apesar dos esforços de Obama.

Em comparação, 16% dos americanos disseram que "o governo" era o maior problema do país.

Enquanto o presidente Obama tenta aprovar o controle de armas através de uma acção executiva [Medida Provisória], uma nova pesquisa Gallup mostra que apenas 2% dos americanos acreditam que o "gun control" [controle de armas / armas]" está entre os principais problemas do país.

O Gallup perguntou a cerca de 1.000 norte-americanos em todos os 50 estados quais eram os principais problemas da nação em 2015, e de 23 problemas mencionados pelos americanos, o "controle de armas / armas" ficou perto dos últimos colocados, em 19° lugar.

Em comparação, 16% dos americanos disseram que "o governo" era o maior problema do país, 13% disseram que era a economia, 8% disseram o desemprego e 8% disseram imigração.

"Completando o top 10 problemas, havia uma constelação de problemas cada um com uma média de 5%, incluindo o declínio ético/moral, relações raciais / racismo, terrorismo, o défice do orçamento federal, dívida e educação," segundo o Gallup.

Mas em vez de trabalhar sobre estas questões polêmicas, tanto o presidente Obama e os principais meios de comunicação preferem se concentrar em controle de armas, com o presidente, afirmando mesmo que quer "fazer parte de seu legado conseguir o controle de armas", segundo a rede de TV CNN.
Na verdade, a CNN vai fornecer uma hora de programa para Obama na quinta-feira, dia 7/11 para apresentar um seus planos para o controle de armas.
(...)
http://www.infowars.com/only-2-support-gun-control-as-top-issue-in-u-s-despite-obamas-push/

 

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POUPAR EM CINISMO

Ruy Castro

10/01/2016

(www.rsnoticias.net)

O presidente Afonso Pena (1903-1906) achou pouco governar com sete ministérios e criou mais um: o da Agricultura.

E olhe que, como se aprendia na escola, o Brasil era um "país essencialmente agrícola".

Getúlio foi ditador com dez ministérios e presidente constitucional, com 11.

Mesmo número com que Juscelino produziu "50 anos em cinco" – e, quando construiu Brasília, previu uma Esplanada dos Ministérios com 19 prédios, achando que chegariam até para o governante mais megalô.

Mas JK não contava com que, nos governos militares e civis que o sucederiam, alguns ministérios se dividiriam como amebas e outros se multiplicariam como coelhos, até chegarmos, com Dilma, ao mágico número atual –39 pastas.

Isso pode explicar em parte a colossal ineficiência deste governo, notável até pelos padrões do PT – os ministros devem colidir nos corredores ao tratar do mesmo assunto.

Por exemplo,

há o Ministério da Agricultura e o do Desenvolvimento Agrário. Por quê?

Há o ministério da Defesa e o da Segurança Institucional.

Há o do Planejamento e o de Assuntos Estratégicos.

E, se há o da Justiça, o que faz o de Direitos Humanos?

E, se há o de Direitos Humanos, para que servem o de Políticas para Mulheres e o da Igualdade Racial?

Há o Ministério de Cidades e há também o da Integração Nacional.

Há o do Desenvolvimento, Indústria e Comércio e também o das Pequenas e Médias Empresas.

E, se há o Ministério dos Transportes, para que servem o dos Portos e o da Aviação Civil?

O ministro do Turismo é um engenheiro agrônomo.

O dos Esportes é um pastor evangélico.

O da Pesca é um filho de senador.

E não ria, mas o Ministério das Relações Institucionais trata das relações com o Congresso.

Podem-se fechar 2/3 desses ministérios.

Talvez não poupe muito dinheiro.

Mas faria poupar em cinismo.

 

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