• Percival Puggina
  • 15/11/2020
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O GLOBO E AS OUTRAS DROGAS

 

Com o título “Descriminalização de drogas avança nos EUA e serve de exemplo ao Brasil”, o jornal O Globo, em sua edição do dia 14 de novembro publicou o seguinte editorial. Editorial, como se sabe, expressa a opinião do veículo sobre o assunto que nele é abordado. Diz O Globo (1):

“(...) Ao mesmo tempo que a maioria dos eleitores americanos tratava de tirar Donald Trump da Casa Branca, muitos também votavam em plebiscitos estaduais para ampliar a liberação do uso recreativo e da aplicação medicinal das drogas. Tais consultas mostram quanto o Brasil está atrasado nesse campo, apesar dos esforços de legisladores, juízes e pesquisadores.
Arizona, Montana, Nova Jersey e Dakota do Sul juntaram-se a 15 outros estados — além do distrito de Columbia, sede da capital federal, Washington — onde o comércio e o consumo de maconha é legal. No Mississipi, a maioria dos eleitores aprovou o uso medicinal da erva (como também em Dakota do Sul). Dos 50 estados americanos, 33 já haviam liberado substâncias da cannabis como medicamento, segundo a Organização Nacional para a Reforma das Leis sobre a Maconha (NORML, na sigla em inglês). No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) desburocratizou a importação do canabidiol, medicamento derivado da maconha, mas o país impede o plantio para abastecer laboratórios. É uma incongruência.
A tendência à descriminalização nos Estados Unidos levou a população do Oregon a aprovar não apenas posse e consumo de maconha, mas também de cocaína, heroína e metanfetamina, entre outras drogas (...).”


COMENTO

 Essa atitude perante as drogas, considerada “progressista”, e que, por isso mesmo, tem o Grupo Globo na linha de frente, está levando os Estados Unidos à perda de algumas posições de liderança no cenário internacional. A perspectiva dita “progressista” transforma em direito natural os impulsos do ser humano aos vícios, paixões, pulsões e revoga as possibilidades que a civilização descortina no sentido do bem.

Não é de hoje que as drogas ganham espaço nas novelas e nos naturais torvelinhos da vida. Verdadeira legião de atores e artistas criados no ambiente “global” foram vitimados por esses vícios que a empresa quer ver descriminalizados e liberados.

Diante desse quadro e da militância política que o Grupo Globo vem fazendo, chega a surpreender que haja brasileiros dispostos a colocar o pupilo “global” Luciano Huck no partidor da corrida presidencial de 2022. Entregar a presidência da República para o Grupo Globo seria a sandice final de nossa história política.
 

(1) https://oglobo.globo.com/opiniao/descriminalizacao-de-drogas-avanca-nos-eua-serve-de-exemplo-ao-brasil-1-24744723