• 26/07/2014
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MISTERIOSAS CONTRADIÇÕES

 


 Não é raro que os números divulgados pelo governo esbarrem contra a parede dos fatos. Dada a persistência oficial, temo pela parede. Acautelem-se os fatos!

 É o que percebo quando o governo anuncia, num microfone, que os empregos aumentam e, noutro, informa que os gastos públicos com o seguro-desemprego também aumentam. Segundo o IBGE, entre 2003 e 2013, o desemprego caiu de 12,4% para 5,4% da população. No mesmo período, o número de pessoas beneficiadas pelo seguro-desemprego elevou-se de 5 milhões para 8,5 milhões.

 Acontece algo semelhante com o bolsa-família. Não faz sentido que, havendo desenvolvimento econômico, os gastos com esse benefício cresçam sem cessar. E mais: chega a ser antissocial um programa de renda mínima que conceda benefício eterno a multidões cada vez mais acomodadas à própria situação. Programas dessa natureza são salões que devem ter porta de entrada e porta de saída, caso contrário não haverá oxigênio para todos.

Na atual situação, uma em cada quatro famílias brasileiras recebem o benefício. Eram 6,6 milhões em 2004, com um gasto de R$ 5,5 bilhões. Dez anos mais tarde, são 14,1 milhões de famílias, com gasto de R$ 25,2 bilhões. Há algo muito errado quando um governo gasta mais em bolsa-família do que em educação básica.