• Jorge Hernandez Fonseca
  • 18/10/2020
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CUBA CASTRISTA E O RESULTADO DAS ELEIÇÕES NORTE-AMERICANAS

 

Em 16 de outubro de 2020

Cuba Castrista - não pode esconder - está em um "período de espera" aguardando o resultado das eleições nos Estados Unidos. Como "cortina de fumaça" dessa espera, ela encheu o noticiário cubano com uma tarefa mais do que necessária: a troca de moedas. O regime aproveita, agora, para divertir o povo sem comida com um jargão monetarista. É sabido que a Cuba de Castro quer que Joe Biden seja o vencedor das eleições. Ele prometeu retornar à política de Obama em relação à ilha e seu vice até prometeu "suspender o embargo". Vamos analisar.

Cuba como tal não está nos planos futuros dos Estados Unidos, ou de Biden, ou de Trump. Essa é uma realidade que os cubanos têm a obrigação de compreender. A partir dessa base, as coisas poderiam se comportar assim: se a vitória fosse de Biden, ele faria uma concessão à esquerda de seu Partido Democrata, que se encarregaria de definir livremente uma política para a ilha. A ditadura se fortaleceria e pouco haveria a fazer. Até agora não há nenhum grupo cubano aconselhando Biden, fora de Bernie Sanders, "o esquadrão" e companhia.

Se Trump fosse eleito, haveria uma política de continuidade com a atual política dos EUA em relação à ilha. Há um plano da direção de Castro nesse sentido. Uma vez que Raúl Castro - gravemente doente - desaparecesse, o plano consistiria em estruturar uma política econômica semelhante à que se fez primeiro na China e depois no Vietnã. A esta política, os EUA de Trump responderiam positivamente, porque as elites bipartidárias norte-americanas preferem para Cuba sua estabilidade político-social, do que a derrota da ditadura. Dessa forma, mantêm uma forte estrutura militar dentro da ilha, que controla o narcotráfico e evita a temida debandada “balseira”.

Com Trump negociando com o regime de Castro tardio e remanescente (após Castro) e resolvido economicamente o café da manhã, almoço e jantar dos cubanos, a luta pela democratização da ilha realmente começaria a médio prazo, com o apoio bipartidário dos EUA. Os Estados Unidos entendem que uma mudança radical de governo agora em Cuba correria o risco de o narcotráfico, que domina o México, cair sobre a ilha de forma irrefreável, muito mais hoje, que os Estados Unidos viram a necessidade de “prender” o ex-ministro e chefe do exército mexicano.

O trânsito descrito seria um pouco diferente se Biden fosse bem-sucedido. O castrismo só iria para o esquema chinês se fosse forçado pelos EUA, depois que Raúl morresse. A equipe que delinearia a política dos EUA em relação a Cuba sob Biden é um marxista, que não veria necessidade de forçar a ilha a ir para o "capitalismo odiado" na economia. Isso seria aproveitado pelo Castrismo para tentar obter empréstimos fáceis (que não pagaria depois) e pelo menos quatro longos anos seriam perdidos para resolver - pelo menos - a alimentação dos cubanos. Democracia e liberdades, aparentemente, seriam apenas a médio e / ou longo prazo. Não é o que eu quero, mas é o que "está" na mesa.

Os artigos deste autor podem ser consultados em http://www.cubalibredigital.com

*Traduzido do espanhol pelo editor do blog Liberais e conservadores – Puggina.org.