• Percival Puggina
  • 06/05/2021
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BRASIL FAZ MILAGRES PARA COMPRAR VACINAS

Percival Puggina

 

            Leio na coluna de Claudio Humberto, em Diário do Poder, neste dia 6 de maio, que o Brasil empata com o Reino Unido em número total de vacinas ministradas à sua população.

Para usar a linguagem galáctica da mídia militante, “rompemos a barreira” dos 50,3 milhões de doses. Cláudio Humberto destaca que fizemos em 104 dias o que o Reino Unido fez em 147.

Há muito por andar? É claro que sim, mas há que considerar o fato de 62% dos imunizantes produzidos até hoje estarem sendo consumidos pelos próprios países produtores, restando 38% para o resto do mundo. Só com overdose de má intenção é possível não perceber a escassez em que o mercado mundial opera.

Tenho percebido na CPI um empenho da oposição em vincular dois fatores que, na realidade são independentes. Uma coisa é ter o Brasil iniciado a vacinação alguns dias depois dos que largaram na frente. Outra é a insistência do presidente da República com a hidroxicloroquina (HCQ) e o tratamento precoce. São duas coisas distintas. Por um lado, o Brasil largou com algum atraso porque a Anvisa foi prudente e porque o governo não quis firmar contratos de fornecimento sem prazo certo para entrega e sem aprovação da Anvisa ou de certificadores qualificados. Por outro, a confiança do presidente na HCQ foi, em momento algum, empecilho para vacinação ou uso de qualquer outra conduta médica.

Assistindo o ar severo do senador Alessandro Vieira, arguindo o ministro da Saúde na tarde de hoje, fiquei com a impressão de que ele odeia a HCQ mais do que odeia o presidente Bolsonaro. Foi essa a quase exclusiva preocupação de sua performance.  Por  quê? Porque o relatório da CPI certamente cuidará de vincular as mortes no Brasil não ao vírus, mas ao presidente e à HCQ. E aí, o ar severo do senador começa a ficar ridículo.