• Jorge Hernandez Fonseca
  • 19/01/2021
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BIDEN E A FUTURA POLÍTICA DOS EUA EM RELAÇÃO A CUBA

 

Jorge Hernandez Fonseca

Joseph Biden assumirá o cargo de novo presidente dos Estados Unidos da América. A respeito de Cuba, durante sua campanha à presidência, disse que "retomará a mesma política de Obama para com a ilha". Tem a lógica da continuidade, sabendo que Biden foi o vice-presidente de Obama e como tal apoiou sua retomada com Havana. Vamos analisar.

Há aspectos que o novo presidente deve levar em conta: a abordagem de Obama em relação à Cuba de Fidel e Raúl Castro é universalmente considerada uma tentativa fracassada, por vários motivos. O principal argumento de Obama então era que “a política anterior dos Estados Unidos em relação a Havana não havia alcançado nenhum progresso democrático e que continuar fazendo 'o mesmo' daria 'o mesmo' resultado. Agora devemos dizer, seguindo o mesmo princípio, se Biden faz 'o mesmo' que Obama, dará 'os mesmos' resultados fracassados.

A história de Cuba e dos Estados Unidos está unida pelo próprio nascimento da ilha como República independente, pelo apoio bélico que a América do Norte deu para jogar fora o passado colonial que pesava sobre o nobre povo cubano. Da mesma forma, a Instituição Presidencial dos Estados Unidos que Biden passará a representar, também está associada à liberdade de Cuba no 26º Presidente dos Estados Unidos, Theodore Roosevelt, que foi soldado na decisiva batalha pela liberdade do país, no arredores de Santiago de Cuba.

Vivemos nos Estados Unidos. Somos milhões de cubano-americanos tomados como exemplo pelo presidente Obama em seu discurso em Havana, orgulhosos de nosso trabalho neste grande país, onde elegemos 10 congressistas, incluindo 3 senadores, ajudando também a formar uma metrópole no sul da Flórida (Miami). Também por isso queremos ser ouvidos durante a formação e execução da nova política que se propõe a respeito de Cuba.

A Cuba dos Castro foi, por muitos anos, um parasita da ex-União Soviética. Agora é da Venezuela chavista, rompendo-a. Agora pretende parasitar o orçamento norte-americano, fruto em parte de nossos esforços. Nem mesmo a Rússia apoia financeiramente a ilha, porque o castrismo não honrou suas dívidas, como não honrou o Clube de Paris, entre tantos outros exemplos. O sistema cubano não produziu bens ou serviços nestes 62 anos de socialismo cru.

Direitos humanos e liberdade econômica devem ser as chaves para as discussões com a ditadura cubana. Não ceda a nada se o regime castrista não der sinais concretos de passos rumo à prosperidade de seu povo e/ou à eliminação da rígida repressão às liberdades de seu povo. O recente episódio contra o Grupo San Isidro, que gerou um protesto espontâneo de centenas de intelectuais e artistas, não deve se repetir, assim como não deve se repetir arrastando Senhoras de Branco pelas ruas e um longo et cetera autoritário..

A ditadura castrista vive um momento de extrema fragilidade da ordem econômica, política e social. Qualquer apoio direto ou indireto resultará em vários anos adicionais de ditadura. A inteligência empregada nesta abordagem dependerá da liberdade de Cuba.

*    18 de janeiro de 2020

**   Tradução do editor do site

*** Os artigos deste autor podem ser consultados em http://www.cubalibredigital.com