• 08/08/2014
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A CONVERSA FIADA DO IDH CUBANO

 É comum ouvir-se que o comunismo conseguiu produzir em Cuba um elevado Índice de Desenvolvimento Humano. São oferecidos, como evidência, uma boa posição no ranking mundial (44º lugar) e um IDH de 0,815 que situa a ilha dos Castro entre os países com elevado desenvolvimento humano.

 A informação contrasta com tudo que se vê na ilha. A vida, lá, é uma luta diária pelo alimento, onde pouquíssimos podem adquirir e manter uma geladeira, onde até recentemente era proibido importar ou adquirir equipamentos elétricos com maior consumo de energia, onde sabonete é preciosidade, e por aí vai. Há, em Cuba, um imenso catálogo de impossibilidades e proibições.

 Os que exaltam a superior qualidade de vida dos cubanos, ou nunca foram a Cuba, ou foram com os olhos vendados pela cegueira ideológica, ou estiveram acompanhados por guias oficiais de quem receberam resposta prontas, ou compraram como lebre, inadvertidamente, o gato da realidade, ou são comunistas comprometidos com a propaganda de um regime que vive de mesadas remetidas pelo exterior (soviéticos, cubanos de Miami, Chávez/Maduro e petismo).

 Suponho que isto todos saibam: o comunismo fez da propaganda uma arte refinada. Depois do desmonte do mundo soviético, do feroz capitalismo chinês e do indisfarçável caráter genocida do regime norte-coreano, só lhes restou, para exercitar essa arte, aquela ilha caribenha onde os Castro instalaram sua monarquia comunista. "Sim, mas o que isso tem a ver com IDH?", indagará o leitor. É o seguinte: Cuba não permite que instituições externas avaliem o país. Quem fornece os dados para as variáveis renda, expectativa de vida e educação, é o governo cubano. E ele faz o que quer com os números sob a alegação de que os salários são reduzidos (US$ 12/mês) porque o Estado fornece à população "educação", atenção de saúde e uma ração a preços realmente baixos (dura 15 dias e não inclui proteína animal). Então, o governo joga na renda dos cubanos seus gastos com saúde e educação, levando o IDH do país para onde convenha à propaganda comunista.